CAPÍTULO 07

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Entrei no carro com uma pulga atrás da orelha, travei na hora em que ele me perguntou. Eu não sabia o que responder e ele me deu um tempo para responder em outro momento. Enquanto estava indo em direção à minha casa, fiquei pensando quem sou eu e, sinceramente, estou mais perdido que agulha no palheiro. Não sabia que uma simples pergunta iria me abalar tanto. Cheguei em casa, tirei os sapatos e fui para a sala. Pisei no tapete cor bege fofinho e sentei no sofá na cor branca, que fazia um U, e coloquei os pés na mesinha de centro. Enquanto respondia alguns e-mails, escutei a voz da Nana vindo na minha direção.

— Boa noite, filha.

— Boa noite, Nana. Não precisa fazer janta, qualquer coisa já está de bom tamanho.

— Certo, minha filha. Outra coisa, será que seria possível você me liberar este final de semana para eu poder ir viajar até a casa da minha irmã? Pode ficar tranquila que a Cidinha vai ficar no meu lugar.

— Claro que pode, Nana. Sei que é tarde, mas se quiser ir arrumar as suas malas agora, pode ir, está liberada.

— Muito obrigada, minha filha. Minha irmã está com a saúde um pouco frágil, então quero ver como ela está.

— Mande lembranças para ela. — Comi o que Nana preparou para mim e logo subi para um banho. Fiz minha skin care, apaguei a luz e deitei, ficando à toa no celular. Quando escutei uns barulhos vindo do jardim pela janela do meu quarto, levantei e dei a volta na cama. Vi uma sombra correndo e dei a volta pela cama novamente. Abri a gaveta do criado-mudo e peguei a arma. Quando abri a janela novamente, não havia ninguém. Resolvi sair do quarto para saber quem era, quando escutei a minha porta abrindo. Não conseguia ver por estar escuro, então levantei a arma na direção da porta. Quando a luz ligou, disparei e o cheiro de pólvora ficou pelo ar.

— Anastácia?! — O que deu nessa menina?

— Maria?? — Os seguranças chegaram em peso no meu quarto, todos com as armas em mãos. Abaixei minha arma e pedi para que eles se retirassem, pois fui eu quem disparou por susto. Eles se retiraram olhando para Maria com cara de bravos.

— Anastácia, você está ficando maluca? Quer me matar? — Senti meu coração, parece que corri uma maratona, porra.

— Desculpa, eu me assustei. Achei que era um ladrão. — Olhei para Maria. — Era você no jardim? — Apontei para a janela.

— Mas é claro, eu queria lhe fazer uma surpresa, mas não sabia que tinha uma arma. Aliás, você nunca teve arma. — Tá de sacanagem comigo.

Maria me olhou incrédula, pois me conhecia. Virei, guardando a arma no criado-mudo novamente.

— Sim, é o que você está pensando. Já não poderia mais esconder de Maria e mesmo que eu escondesse, ela iria me pressionar para contar.

— Anastacia, como fez isso sem eu perceber? — Juro que mato essa garota.

— Ai, amiga, por favor, até parece que nunca fomos adolescentes. Preciso contar o que fazíamos antes?

— Não, por favor, sou delegada agora, não faço mais essas coisas. — Fiquei com uma postura mais reta, mostrando respeito, quando Anastacia riu de mim indo na direção da porta.

— Ai, Maria, você conta cada piada, olha como minha porta ficou. — Fiquei triste por estragar a minha porta.

— Você está preocupada com uma porta do que com a sua amiga? — Apontei para a porta.

— Calma, mulher, você está bem, só te fiz testar o coração. — Ri pela situação e logo perguntei: — O que faz aqui, senhora "delegada"? — Fiz aspas com os dedos.

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