Esperei Anastácia sumir do meu campo de visão e rapidamente entrei pela porta dos fundos, pois ali não teria câmeras, e fui direto no botão de sirene. Assim que apertei, a luz voltou. Corri para a sala ao lado e me tranquei lá, começando a gritar.
— Socorro, socorro. — Espero que a câmera não tenha me pegado quando apertei o botão.
— Chefe, é você?
— É claro que sou eu quem vai me tirar daqui. — Me afastei da porta e ela foi arrombada por um dos policiais. Perguntei sobre os guardas e foi-me dito que eles estavam apagados. Fui até a sala e vi-os murmurando, começando a acordar.
— Eu não acredito que vocês estão dormindo enquanto houve um apagão! Gritei com eles, fazendo-os cair ao chão com o susto do meu grito.
— Se-Senhora, desculpa.
— Anda, vá atrás do prejuízo, algum preso deve ter escapado. — Eles correram e olhei de relance na sala e vi que os copos que eu dei a eles ainda estavam em cima da mesa. Sabia que ali na sala tinha câmeras e precisei virar atriz na frente da câmera. Não podiam perceber que fui eu quem deu o sonífero. Peguei o copo e fui até a minha mesa, abri a lata de lixo e fingi jogar o copo fora, mas guardei eles dentro da minha bolsa embaixo da mesa e coloquei dois copos falsos no lixo. Esse lugar tem câmeras para tudo quanto é lado, preciso tomar cuidado. O que eu não faço por você, minha amiga.
Cheguei em casa e Dona Nana estava acordada me esperando.
— Nana, não precisa me esperar. — Coloquei a mão na cabeça, estou extremamente cansada e com dor de cabeça.
— Minha menina, estou preocupada com você. — Segurei os braços dela.
— Eu sei, Nana, me preocupo comigo também, mas não posso ficar de braços cruzados esperando por um milagre.
— Isso não vai te levar a nada, minha menina. Estou vendo que isso está te corroendo. Eu cuidei de você desde que nasceu e sei que você não é assim. Deixe que a justiça resolva. — Olhei nos fundos dos olhos da Nana.
— Eu sei, Nana, eu sei. Boa noite. — Dei um beijo em sua testa e subi para o meu quarto. Sei que a Nana não está errada no que disse, mas a morte dos meus pais me fez mudar completamente. Ainda estou no luto e quero vingança. Estou com a cabeça a mil, não sei mais o que pensar. Tranquei meu quarto levantei minha blusa tirando a arma que estava escondida nas minhas costas. Infelizmente, sem que a Maria percebesse, roubei uma arma de outra caixa de arquivos. — Pai, mãe, sei que vocês nunca permitiriam isso, mas saibam que é para um bem maior. — Guardei a arma na minha bolsa e fui para o banho. Deitei na cama e um milhão de coisas passaram pela minha cabeça, acabei dormindo pelo cansaço.
— Boa noite Fernando.
Escutei uma voz grave porém feminina e olhei para o fundo da sala era minha mãe sentada em uma poltrona com a janela aberta e o cigarro na mão ela deu uma tragada e soltou a fumaça em direção a janela.
— Boa noite.
— Conseguiu tirar algo daquela menina, Fernando?
— Não, como você quer que eu tire algo dela sendo que foi nosso primeiro encontro e ela é igual a ele, desconfia de tudo e todos, mesmo a idiota vendo a própria empresa indo pro buraco.
— Não me interessa não quero desculpas, a morte deles foi inútil, nem sequer abriram a boca, preferiram morrer a contar. — Levantei da minha poltrona e fui até ele. — Então, domine aquela menina, deixe-a cair no seu papo, demonstre confiança até ela te entregar tudo de mão beijada.
— Não fode. — Tomei minha bebida e joguei o copo de Whisky na parede e os cacos caíram ao chão. — Pisei em cima do que um dia aquilo foi um copo e fui para o meu quarto.
Meu telefone não parava de tocar, acordei com ele tocando novamente.
— Alô. — Minha voz saiu fraca.
— Anastácia, bom dia, eu preciso que você compareça na empresa.
— O que aconteceu, Paulo? — Levantei da cama num pulo, indo para o banheiro com o telefone no viva-voz e já tirando a roupa.
— A senhora precisa ver isso com seus próprios olhos e vir o mais rápido possível. — Corri, tomei um banho, coloquei uma roupa e saí correndo escada abaixo.
— Nana, não vou ter tempo de tomar café, preciso correr para a empresa.
– Mas... Essa menina não tem jeito.
— Peguei o carro e corri em direção à empresa. Deixei para o manobrista colocar meu carro na garagem. Ao passar pela porta giratória, dei de cara com o Paulo e dei um passo para trás de susto. — Meu Deus, Paulo, o que aconteceu? Por que tanta pressa dessa maneira? — Quando Paulo ia responder, escutei uma voz dizendo "bom dia" e segui meus olhos em direção a um homem que estava sentado em uma poltrona. Ele se levantou, veio até mim e estendeu a mão. Eu não acreditava que era ele. Paulo me cutucou para cumprimentar ele. — O-oi, Mário.
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A VINGANÇA
Mistério / SuspenseAnastácia é uma jovem com a vida perfeita que qualquer moça da sua idade sonharia em ter, até que, naquela noite, uma tragédia aconteceu com seus pais: eles foram mortos em sua frente. Desde esse trágico dia, a única coisa que deseja é saber quem ma...