Contagem de palavras (desconsiderando aviso e resumo da trama): 658
[AVISO: Os últimos dois capítulos tiveram alerta de gatilho para daddy issues. Este aqui não tem o tipo de cena que os outros dois tiveram, mas tem um restinho de interação com o pai. Então estou colocando aviso e um resumo por garantia.]
Novamente o silêncio. Envolveu tudo e todos e ninguém ousava quebrá-lo. O brilho nos olhos do pai se foi e este ficou apenas respirando ofegante. Artur estava à beira das lágrimas. Ele ainda achava que matança e a destruição que viriam eram injustificáveis e imperdoáveis. Mas não podia negar a dor pela qual aquelas pessoas tinham passado.
— Filho — sua voz do homem estava mais normal e calma — ninguém gosta de matar e destruir. A aliança deseja a justiça e vamos tentar manter os danos no mínimo possível, eu prometo. Mas um gigante sempre destrói o chão quando cai.
Artur acenou a cabeça, aceitando.
— Minha mãe sabe disso? — perguntou.
— Sim. É ela que prepara o veneno para o Mago, inclusive. E foi ela que escolheu Nya para vocês. Então, pelo amor de todos os magos, convença a sua irmã e vá.
— Eu não tenho grandes apegos aqui. Essa cidade e qualquer outra, é a mesma coisa para mim. Mas Idrissa... ela frequenta a Academia dos Sábios, ela é amiga dos atores do Teatro, ela tem um noivo. Acho difícil ela querer deixar isso tudo para trás, principalmente deixar o Tomas para trás.
— Mas ela irá. Porque ficar aqui seria um risco e ir para fora, para outra cidade, com um homem em quem eu não confio ainda, é um risco também.
Artur suspirou. Esse era o principal motivo das "birras" de Idrissa. O pai não reconhecia o relacionamento da filha.
— Idrissa é uma Maga e Tomas é como eu, sem magia. Você não tem que preocupar com ela. Mesmo que algo acontecesse, e eu duvido muito disso, ele não conseguiria fazer nada.
— A sua avó também era uma Maga casada com um homem sem magia. Mas isso não impediu aquela cena sangrenta e eu acabei indo ao funeral dela. Não existe poder que te deixe invencível, Artur. Tudo o que existe e que importa nesses casos é caráter e eu não tive tempo de avaliar o caráter de Tomas. Agora com essa guerra então, aí não terei mesmo. É triste, mas acontece.
Silêncio uma vez mais. Artur sabia que seu pai enxergava o mal em tudo. O mal que a família real já fez impedia ele de pensar em qualquer via pacífica. E o mal que ele viu na própria casa quando criança, a mãe maga sendo morta pelo pai sem magia, faria seu pai suspeitar de qualquer namorado de Idrissa. Não era questão de saber o caráter do sujeito, ele nunca aceitaria mesmo se o homem fosse um santo...
Então Artur só terminou sua refeição e se levantou.
— Tenho que ir até Kailor. Na volta vou tentar achar Idrissa e falar com ela
— Ótimo.
— Comandante. Tio — Se despediu dos outros à mesa e depois saiu. Se despediu de um ou outro convidado quando seus olhares se cruzavam.
Ele atravessou o salão de pisos coloridos, passou pelas portas em arco e depois pelo longo corredor. Sua mente estava cheia de pensamentos que falavam sem parar e todos de uma vez só. Seu sonho (ou visão, como ele diria), a guerra, a reação que Idrissa teria. Tudo ao mesmo tempo. Seriam tempos complicados de agora em diante.
Encontrou com alguns empregados pelo caminho, cumprimentou e dispensou formalidades de todos. Depois, ao final do corredor, chegou ao primeiro lance de escadas e desceu. Ia descer o segundo quando ouviu uma voz por trás.
— Artur.
— Idrissa? — Virou-se para a direção da voz. Mas o que viu não eram as escadas que tinha acabado de descer.
Subitamente estava em um lugar escuro, iluminado por várias velas no chão. Haviam colunas grossas de pedra espalhadas por lá. O chão não era de pedra limpa ou ladrilho e sim de terra.
Olhou para trás e também não viu o segundo lance de escadas, mas sim apenas mais colunas de pedra se estendendo por todo o lugar.
De frente para Artur olhava havia uma figura sentada. Sua irmã. Haviam velas ao redor dela, formando um grande círculo.
— Precisamos conversar.
RESUMO DA TRAMA
Artur tem um restinho de diálogo com o seu pai, que está mais calmo.
O pai promete seguir com essa guerra causando o mínimo possível de danos. Artur descobre que a sua mãe é quem vai preparar o veneno que matará o Mago. Também foi ela quem decidiu que Nya seria um bom lugar seguro para os irmãos.
Artur diz ao pai que ele não tem apego à cidade, mas que sua irmã tem muitas ligações, inclusive um namorado, Tomas, e não aceitaria sair para outra cidade sem nada disso. Mas o pai não se importa. Ele decidiu que Idrissa irá e que será sem o namorado, pois não confia nele.
Vemos um pouco do porquê o pai é tão armagurado e paranóico. A mãe dele (avó de Artur) era uma maga que foi morta pelo pai dele, um homem sem magia. Por isso ele é paranóico com os namorados da família, especialmente o atual, Tomas, que é um homem sem magia também...
Artur termina o seu café da manhã e sai do salão com a intenção de ir até a Fortaleza do Mago Kailor. Pensamentos sobre a discussão com o seu pai e sobre a guerra enchem a sua cabeça. Quando termina o primeiro lance de escadas e ia descer o segundo, ouve uma voz, a de sua irmã.
"— Idrissa? — Virou-se para a direção da voz. Mas o que viu não eram as escadas que tinha acabado de descer.
Subitamente estava em um lugar escuro, iluminado por várias velas no chão. Haviam colunas grossas de pedra espalhadas por lá. O chão não era de pedra limpa ou ladrilho e sim de terra.
Olhou para trás e também não viu o segundo lance de escadas, mas sim apenas mais colunas de pedra se estendendo por todo o lugar.
De frente para Artur olhava havia uma figura sentada. Sua irmã. Haviam velas ao redor dela, formando um grande círculo.
— Precisamos conversar."
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Através Das Eras
FantasyNesse mundo cruel tudo é passageiro. Os rios secam, as montanhas viram pó, as pessoas morrem... No fim, o tempo devora tudo. Tudo menos uma pessoa. Sua morte aconteceu bem antes dos reinos de hoje em dia existirem. Seu poder sumiu como fumaça há mui...