Elara
A tensão no ar parecia palpável enquanto a ponta da espada encontrava a superfície do cristal, criando um som melodioso e penetrante.
Um raio de luz se desdobrou à medida que a lâmina perfurou, e, com um movimento decidido, o cristal começou a se fragmentar.
Cada estilhaço caía como estrelas cintilantes, criando um espetáculo bruto ao redor do homem adormecido. O silêncio da caverna foi quebrado pelo som suave e de certa forma estridente dos fragmentos tocando o solo, como uma sinfonia de liberdade.
À medida que o último pedaço do caixão de cristal se desfez, o poder daquele homem que antes parecia muito forte lá dentro, agora estava tremendamente insuportável, como se o caixão estivesse polpando de que sentíssemos aquilo tudo liberto, podee aquele que correspondia àquela que emanava da espada e da própria caverna.
Uma expressão de surpresa dançou em meu rosto, a magia que o envolvia se desvanecia, revelando-o totalmente libertado da cápsula de cristal.
O eco do momento pairou na caverna, agora inundada com uma luz mais vibrante e a sensação de renascimento.
A respiração para um alívio de meus ouvidos se normalizou ao receber o ar de fora do caixão, já a minha no entanto era brevemente sufocada por sua magia estranha e forte.
Eu observo o homem, levemente coberto pelos estilhaços de cristal.
O homem repousava na cápsula de cristal agora aberta, uma figura esculpida em beleza atemporal.
Sua pele parda, levemente morena, emanava um brilho suave, como se estivesse impregnada com a própria luz. Os cabelos negros, como a meia-noite, caíam graciosamente sobre sua testa, sutilmente ondulados como se dançassem ao ritmo dos sonhos que ainda o abraçavam na inconsciência.
Seu corpo, esculpido pela força e elegância, repousava com uma postura majestosa.
A altura imponente conferia-lhe uma presença magnética, enquanto a musculatura máscula delineava-se sob a pele, um testemunho silencioso de sua vigorosa vitalidade.
O rosto, sereno e simetricamente perfeito, era uma obra-prima esculpida por mãos divinas.
Minha mão se direcionou devagar ao seu rosto, afastando com cuidado os cacos de cristais para que não o ferissem, sua pele está quente, sinal de que aquele caixão o manteve bem o bastante por não sei quantos milênios.
— Quem colocou você aqui? -murmuro olhando para ele.
Enquanto ele dormia, uma expressão serena dominava seus traços, como se os sonhos que habitavam sua mente o envolvessem em um manto de tranquilidade.
A luz da caverna refletia-se delicadamente em sua pele, destacando ainda mais a sua beleza indescritível.
Era como se a própria essência da magia que emana ao redor tivesse se materializado na forma daquele homem, esperando pacientemente pelo despertar que transformaria a quietude do sono em uma dança cativante na luz da realidade.
— Então é você que vem causando rebuliço e pânico na floresta? —me pego sussurrando— agora eu entendo o terror das criaturas.
Eu embanhei Luminífera nas costas e movi os dedos, minha magia ciciou e o corpo do homem levitou vagarosamente do caixão, os cacos de cristais caindo em um som delicado.
Seu corpo me seguiu no ar enquanto atravessei para longe da piscina.
Chegando do outro lado minha magia o soltou.
— O que..
Eu fui rápida quando o agarrei antes que se chocasse drasticamente no chão de pedra.
Minha magia por alguma ordem teimosa não me respondia aqui dentro da forma que eu queria.
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Entre Sombras E Chamas ~O Despertar De Matrizía.
FantasyEm um mundo governado exclusivamente por mulheres, a extinção misteriosa dos homens torna-se o epicentro de uma trama envolvente. Quando Elara encontra Adrik, o último homem, a busca por respostas a conduz por terras mágicas, traições políticas e se...