Elara
Na mesa de jantar, por um momento ele estava focado apenas em atacar a sua comida no prato, então passou a me observar, eu que comia com calma uma hora ou outra o olhava de esguelha, lembrando da conversa na cachoeira, do que vi.Balanço a cabeça afastando os pensamentos.
— Tenho uma pergunta.
— Outra? -questiono quando ele quebra o silêncio.
Ele sorriu felino, os olhos espertos.
— Fui o primeiro que você viu?
Eu suspiro pesadamente deixando o talher no prato.
— Primeiro o que?
— Fui o primeiro homem que você viu?
— Sim. -respondo.
Ele assente.
— E aí? O que achou? -ele abana as sobrancelhas.
Eu faço cara feia e ele sorriu de canto.
— Comum.
— Comum como se nunca viu um até me ver?
— Vi desenhos, você parecia um pouco.
Eu tomo um gole do vinho e ponho taça na mesa.
— Nada impressionante. -menti.
Uma sombra se enroscou em seu ouvido e ele semicerrou os olhos para mim.
— Mentirosa. -ele disse apontando com o garfo para mim.
— Pense o que quiser. -meu poder crepitou e ascendeu as tochas nas sacadas, dando mais luminosidade.
Suas sombras vibraram em resposta ao fogo, tremendo nos ombros do homem como gatos raivosos.
— Você tem magia.. -ele observa.
— Todos tem. -não dou importância, mexendo no purê de batatas.
— Mas o seu é diferente, eu senti o poder de todas aquelas mulheres quando acordei, são fracas, mas você...
Ele me olha estranho.
— Você é bem forte.
— Mais um motivo para não dar uma de esperto. -ergo os olhos.
— Eu já disse que não vou fugir.
— Devo acreditar nas palavras de um homem?
Ele leva a mão ao peito de forma ofendida.
— Nem todos são iguais, mas considerando que sou o único que você conheceu, eu sou diferente. -falou.
— Acredito. -ironizo.
— Estou falando sério, quais as chances de eu ser um cafajeste cruel como vocês pensam? -ele pergunta.
— Quer que eu minta ou responda verdadeiramente? -rebato.
Ele fechou a cara.
— Engraçadinha, não pensei que tivesse senso de humor. -ele ironiza.
— Se você fosse viver por muito tempo eu diria que você iria descobrir mais cedo ou mais tarde o meu humor ácido e quebrado. —dou de ombros— mas como não vai, vou deixar você às cegas.
— Que tocante, amor. -ele disse.
— Não sou seu amor. -digo calmamente.
— É sim, a donzela que me libertou.
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Entre Sombras E Chamas ~O Despertar De Matrizía.
FantasyEm um mundo governado exclusivamente por mulheres, a extinção misteriosa dos homens torna-se o epicentro de uma trama envolvente. Quando Elara encontra Adrik, o último homem, a busca por respostas a conduz por terras mágicas, traições políticas e se...