Entre Sombras E Chamas ~O Despertar De Matrizía.

Capítulo 10

Elara

Voltar para Estelária profunda com aquela informação em nossas cabeças era como voltar surrado de uma luta.

Havíamos recebido o impacto, agora estávamos processando que fomos atingidos.

— O que vai fazer? Vai contar a Celestina? -pergunta.

— Eu não sei, realmente não sei. -nego.

"Entre sombras e risos, onde o frio beija o sol,
Onde segredos se escondem, os filhos do solo.
Guardiões silenciosos de um reino sem nome,
Que sussurram histórias na fenda sem renome.
Quem são esses viajantes, ocultos e fortes,
Nos portões da jornada, vestindo vários cortes?"
O que nos sete infernos aquilo queria dizer?
Eu massageio minhas têmporas, minha cabeça martelando com tudo aquilo.

— Temos que matar aquela mulher.

Eu assenti.

— Eu estou cansada. -sussurro.

— Uma noite de sono..

— Eu estou cansada de tudo. —o interrompo— cacete, sou uma traidora procurada, não tenho mais casa, se é que um dia eu tive.

Eu respiro fundo.

— E tudo isso o que descobrimos, é demais para mim sozinha.

— Então divida comigo. -ele disse calmo.

— Adrik, você está quebrado, você acordou de um sono de Eras naquele caixão, você não viveu nada praticamente, está lutando contra tudo isso aí, e ainda assim quer me ajudar? -o olho atordoada.

— Todos nós precisamos de alguém para abraçar. -ele estendeu a mão.

Eu me afastei, cruzando os braços.

— Não mereço isso.

— É claro que merece.

— Não mereço. -nego.

— Elara...

Eu saí, o deixando sozinho.

.

Não conseguia dormir, me mexia na cama e então rolava, um turbilhão de pensamentos em minha cabeça.

Então sinto algo gelado em meus pés, ergo a cabeça e observo uma sombra.

— Ei.. não deveria estar com o seu encantador? -questiono.

A sombra vagou até mim, se enroscando em meu pulso.

Então ela me puxou, não sabia que aquilo poderia me puxar sendo apenas um filete de fumaça.

Outro puxão forte que quase me derrubou da cama.

— O que foi? -questiono.

Ela se tornou uma mão, apontando para a porta.

— Adrik?

Ela assente.

— Tem alguma coisa errada com ele?

Ela assente.

— Onde ele está?

Ela me puxou novamente e eu saí da cama, abrindo a porta do quarto e me deparando com os corredores de pedra estelar.

Uma das portas naquele corredor emanava escuridão e sombras que passavam por baixo de sua soleira.

E a sombra me arrastou até lá.

— Adrik? -chamei, batendo na porta.

Nada.

Movo a maçaneta e está trancada.
Lancei um fio de fogo na fechadura e ela derreteu a tranca.