Capítulo 4

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Elara

Ao voltar para o refúgio de Jade eu localizo o quarto em que o indivíduo está, mas há algo errado, as guerreiras que deixei aqui não estão na porta.

Ao ouvir um rosnado bruto eu tive certeza do que poderia ter acontecido, eu abri a porta em um rompante, brandindo Luminífera que cantou em minhas mãos.

— Mas o que raios dos sete infernos está havendo aqui?! -rosnei.

Elas ergueram seus olhares para mim.

— E-ele acordou. -Sorah disse como se fosse a única coisa que ela conseguisse falar.

— Está atrás de alguém, general, ele quer ver quem o tirou do caixão. —murmura uma das guerreiras para mim que está com um escudo nas mãos trêmulas— ele quer ver a senhora..

Eu ergo o olhar.

— Saiam do quarto.

— Mas general.

— Montem guarda do lado de fora, me deixem sozinha com ele. -eu disse.

Elas obedeceram arrastando as curandeiras em choque com sigo.

A porta se fechou e um rosnado ecoou no quarto.

— Eu salvei um homem ou um cachorro? -questiono ainda sem me virar.

Silêncio.

Portando a espada que quebrara o caixão de cristal, eu me virei. O homem, ao me ver, rosnou em direção a mim. Seus olhos, ainda despertos do mistério do sono, fixaram-se intensamente nos meus.

Pude ter a segunda chance de ver aquelas piscinas ferventes de ouro e bronze de suas íris.

Cada traço agora que estava acordado parecia ser mais vivo do que na caverna, Sorah deve ter revitalizado seu corpo com Jade para que ele recobrasse o brilho de vida.

O homem, com uma mescla de urgência e desafio, rosnou novamente, como se buscasse expressar sua necessidade de falar.

A aura de jade, presente no quarto, parecia pulsar em resposta à intensidade emocional que preenchia o ambiente.

Então eu, enfrentando o rugido, senti o chamado em sua essência. Diante de mim, o homem esboçou uma expressão de reconhecimento, lembrando-se do rosto que o acolheu quando despertou do sono encantado. Seu olhar, profundo e penetrante, era um eco desde a caverna, conectando-os além das palavras.

Guiada pela luz de jade e tamanhos puxões eu me aproximo mais até estar aos pés da cama, observando ele com atenção.

O homem, ainda em sua força máscula, revelou uma vulnerabilidade sutil, como se a minha presença fosse um elo vital que transcendia os mistérios do sono.

— Não foi nem um pouco educado rosnar daquele jeito para quem estava cuidando de você. —digo— cão raivoso, onde estão seus modos?

Ele piscou algumas vezes, abriu sua boca e eu não estava preparada para a força e dominância naquela voz.

— Foi você que me tirou de lá. -não uma pergunta e sim uma afirmação.

Eu o estudo devagar como um inimigo em batalha.

— Lembro do seu rosto... Ao acordar e antes de apagar novamente. -ele me estudou de volta, a expressão dividida entre seriedade e curiosidade.

Eu mesma estava curiosa, cada traço dele era tão semelhante e ao mesmo tempo tão estranho, parece que não era só eu que pensava assim.

— Qual o seu nome? -pergunta.

— Eu quem faço as perguntas aqui. —ergo o queixo— quem é você?

Entre Sombras E Chamas ~O Despertar De Matrizía.Onde histórias criam vida. Descubra agora