Capítulo 7

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Elara

— Está tão tranquila assim em deixar tudo? -ele questiona cauteloso.

— Quem disse que estou tranquila? -enfio roupas em minha bolsa, comida.

Eu paro.

— Estou deixando tudo o que protegi por achar algo errado. -digo.

— E?

— E que eu não quero ser um pássaro de asas cortadas. -digo.

Ele parou, sentindo o impacto da própria fase que havia me dito na noite anterior.

— Está na hora de voar. -murmuro.

Eu fecho a bolsa.

— Só irei conseguir nos atravessar daqui até os limites das terras, será necessário muito esforço e poder, então seguiremos o percurso a pé. -falo.

Eu paro diante de Lady, acariciando sua juba sedosa.

— Cindi vai cuidar de você na floresta de Selvaire. —digo— quando tudo isso acabar eu voltarei para te buscar.

Ela me olhou triste.

— Não se preocupe, vou ficar bem..-beijo sua testa.

Ela lambeu o meu rosto, se esfregando em meu corpo enquanto eu abraçava seu pescoço.

Poderia ser a última vez que nos veríamos.

Eu não tinha sete vidas.

Cindi surgiu.

— Vamos? Lady.

Lady olhou para a fada e a seguiu, ela no meio do caminho se esfregou nas pernas de Adrik.

— Até logo, bola de pelos. -ele acariciou suas orelhas.

Ela ronronou, olhou uma última vez para nós antes de sumir com Cindi.

Afasto a ardência em meus olhos e o aperto no peito, eu não iria chorar, talvez depois quando ninguém estivesse olhando.

— Pronto? -questiono.

Olho em volta para a minha casa uma última vez, ainda era a minha casa por pouco tempo.

Embanhei Luminífera em minhas costas e olhei para o grande homem.

Ele assentiu sério e eu segurei em sua mão, um choque e nós atravessamos, peneirando no espaço tempo até cairmos na grama alta da divisa das terras.

Eu respiro fundo dando o primeiro passo, e aquilo era o veredito final.

Ao longe, muito ao longe fumaça negra subiu ao céu e Adrik se virou para ver.

Eu havia deixado magia a espreita dentro da minha casa, para ao primeiro sinal dos inimigos ela tomasse conta.

E a essa hora a minha casa e as capangas sagradas de Seraphina haviam explodido em fogo.

— Vamos logo. -digo.

A jornada a pé até as terras das facções exiladas se iniciava sob o manto da noite estrelada em Matrizía.

Decidida a alcançar os territórios proibidos, caminhamos por trilhas ocultas entre as sombras das árvores antigas.

O chão, coberto por uma fina camada de orvalho, ecoa suavemente nossos passos determinados.

O percurso leva nos leva por vastas planícies e bosques densos, onde as sombras dançam ao ritmo suave da brisa noturna.

O som distante de riachos sussurrantes e a cantiga noturna dos grilos acompanham a  caminhada solitária.

Entre Sombras E Chamas ~O Despertar De Matrizía.Onde histórias criam vida. Descubra agora