Capítulo 8

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Elara

Eu desperto lentamente, envolta por uma aura de confusão.

Meus olhos se ajustam à luz suave que permeia o quarto estranho, revelando paredes de pedra que parecem carregar séculos de histórias.

Ao tentar me mover, eu percebo o peso suave das faixas em torno de meu abdômen, indicando cuidados com a ferida.

Então me lembro do que aconteceu, ficando em extremo alerta.

Ao olhar ao redor, meus olhos encontram Adrik, sentado em uma cadeira próxima, com a cabeça baixa, mergulhado em pensamentos.

A quietude do quarto é preenchida pelo silêncio tenso, apenas quebrado pelo sutil murmúrio das paredes de pedra.

Mas o meu suspiro de alívio e em seguida um murmúrio leve de dor ecoou.

Adrik ergueu a cabeça.

O momento de despertar é marcado por uma mistura de questionamento e gratidão ao perceber Adrik ali, vigilante.

Nossos olhares se encontraram, compartilhando um entendimento mútuo.

— Ei, amor, está se sentindo bem? -ele pergunta.

E por um momento eu não quis o matar por me chamar daquilo, pois sabia que se eu estava ouvindo a sua provocação é porque eu estou viva.

— Dolorida. -foi o que respondi.

A preocupação no semblante de Adrik revela o cuidado silencioso que ele dedicou a mim durante minha recuperação. Pelo que posso ver.

O quarto, embora desconhecido, torna-se um refúgio temporário.

— Te acertaram em cheio. -ele se levanta rapidamente da cadeira.

Percebi que havia algo colado a mim, gelado, olho para o meu braço onde havia uma de suas sombras muito a vontade perto de mim.

Eu ergo uma sobrancelha.

— Não me pergunte, ela não quis sair daí. —ele coça a nuca olhando para a sombra— elas tem vontade própria, me obedecem quando querem.

— Onde estamos? -pergunto mas eu tinha idéia.

— Na Facção dos Errantes da Dimensão Rupta. -ele responde.

Eu xinguei, agora entendo a flechada.

Eles foram exilados pela Ordem das Chamas Purificadoras, os Errantes da Dimensão Rupta buscavam manipular portais dimensionais para explorar reinos desconhecidos.

No entanto, suas experiências resultaram em instabilidade e caos, levando à rejeição e ao exílio por parte das facções principais que valorizam a estabilidade e a disciplina mágica.

E por eu ser, ou eu pelo menos era, General dos exércitos da Ordem, acabei levando uma flecha como lembrete de que eles ainda guardam rancor.

Devem ter descontado a raiva de Eras somente com essa flecha, ou metade dela.

— Como é possível não estar morto? -eu o olho como se fosse uma miragem.

— Eu resolvi tudo.

— Como assim resolveu? -pisco.

— Eu expliquei tudo, tudo mesmo do começo ao fim e expus tudo o que podemos ser por eles caso nos abriguem aqui e nos apóiem. —ele começa a explicar— ela aceitou.

— Isso foi muito fácil. -nego.

— Fácil?! —ele exclama— eu expliquei tudo isso com uma espada em minha garganta, foram duas horas ou mais para fazê-la entender a gravidade da situação.

Entre Sombras E Chamas ~O Despertar De Matrizía.Onde histórias criam vida. Descubra agora