Carnaval chegou e antes dele chegar por completo, trouxe muito nervosismo pra mim e Paolla.
Não é novidade que minha mulher é rainha de bateria da Grande Rio. Mas ninguém sabia como eram as coisas antes de toda aquela euforia e animação.
Paolla estava nervosa, era seu último ensaio antes do desfile e ela não estava nos seus melhores dias. Estava se sentindo pra baixo, desanimada, sem autoestima e muito chorosa.
— Meu amor, temos que ir, já estamos atrasadas. - digo recolhendo minha bolsa que estava na sala e indo em direção ao grande espelho da parede para arrumar meus cabelos.
Eu não costumava acompanhar todos os ensaios, confesso que prefiro ambientes menos povoados e barulhentos. Mas é o trabalho da minha mulher, ela ama o que faz e eu a amo.
— Já estou indo, meu amor. - diz ela com a voz embargada, saindo do quarto e enxugando alguns resquícios de lágrimas que caíram enquanto ela estava lá dentro.
— Estava chorando novamente? O que houve, meu bem? - pergunto me aproximando.
— Nada, só um pouco insegura. Você sabe, não tenho certeza se eu realmente devo continuar, não sou a melhor pessoa pra isso. - diz ela com a cabeça baixa enquanto brincava com os dedos das mãos.
Me aproximo mais e levanto sua cabeça para olhar em meus olhos e levo minha mão até suas bochechas e acaricio aquela região.
— Você é uma mulher maravilhosa, ama o que faz e sabe que aquele lugar não é o mesmo sem você. - sorrio. — Meu amor, você é a atração da Grande Rio, todos são motivados a assistir o desfile por sua causa. Você sabe muito bem que você faz muito bem o que faz, é o seu lugar. Não fique se sentindo assim, cabisbaixa e triste pelos cantos porque você é uma mulher forte e que sabe que esse sentimento vai passar logo porque você é capaz de fazer o que quiser. - vejo uma lágrima caindo de seus olhos enquanto a mesma presta muita atenção em minhas palavras.
— Você tem a mim ao seu lado, Paolla. Eu te amo e sei que você vai arrasar naquele desfile como sempre faz. - termino e a vejo sorrir.
— Eu te amo, S/n. Não sei o que seria da minha vida sem você. - ela diz e aproxima seus lábios dos meus, causando um arrepio em meu corpo. Essa era sempre a sensação quando ela me tocava e me beijava, eu me sentia a mulher mais sortuda do mundo por ter Paolla Oliveira como minha mulher. — Obrigada por tanto. - ela diz.
— Não precisa agradecer, meu amor. - digo me afastando e pegando novamente minha bolsa. — Agora vamos, estou ansiosa pra esse último ensaio.
Ela pega seus pertences e nós rapidamente saímos de mãos dadas de casa.
Realmente, eu tenho muita sorte de ter essa mulher ao meu lado. Aguardo ansiosamente o dia que a chamarei de minha esposa.