Eu estava entediada. Vim a trabalho ao Brasil faz umas duas semanas e hoje estou de folga. Estou morrendo de saudades da minha mulher e agora decidi mandar uma mensagem pra ela.
São quase oito da noite aqui e por lá deve ser quase cinco da tarde. Aproveito essa deixa e mando mensagem pra ela já que não nos falamos ontem por causa da correria do meu trabalho.
— Amor? tá aí? - envio a mensagem e aguardo a resposta que não demora a chegar.
— Oi, meu amor! Como você está? Não apareceu ontem...
Sorrio quando vejo a resposta, sempre tão preocupada.
— Estou bem, amor. Correria do trabalho, acabei não conseguindo mandar mensagem. Cheguei no apartamento, tomei banho e dormi. Como você está? - digito e envio aguardando a mensagem da mais velha.
— Tudo bem, querida. Trabalho é assim mesmo, uma correria. Eu estou bem, vim trazer os filhotes pra passear antes de anoitecer. - sorrio quando leio ela chamando os dogs de filhotes, ela tem esse costume.
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As pessoas sempre me perguntam, principalmente quando venho pro brasil, como é namorar alguém bem mais velha do que eu. Lana sempre foi essa mulher cuidadosa que sempre busca o melhor pra nós duas.
Apesar da diferença de idade, quase 20 anos de diferença, nossa sintonia é um marco no nosso relacionamento. Nunca tivemos problemas ou crises no nosso namoro, o que é ótimo.
— Linda demais, meu amor! Estou morrendo de saudades de vocês... - envio sentindo um aperto no coração por saber que só veria eles daqui uma semana.
Sinto o coração errar as batidas quando vejo que na tela do meu celular acendia a foto de perfil de Lana, significando uma chamada de vídeo.
Logo trato de atender e me deparo com a mais velha sorrindo ao me ver.
— Está cada dia mais linda, amor! - ela diz quando me vê.
— Eu te amo, sabia? - digo também sorrindo enquanto me ajeito melhor na cama.
— Eu também amo você e estou morrendo de saudades... - ela diz fazendo um bico fofo e logo em seguida chama Lola e Levi que atendem a mãe se aproximando. Ela tinha uma conexão enorme com eles, o que me assustava as vezes porque parecia que eles entendiam exatamente TUDO o que ela dizia.
— Eu também estou com saudades. Saudades de você, do seu cheiro, do seu beijo e dessas fofurinhas aí. - digo fazendo graça pra Lola e Levi que saíram de perto pra voltar pro laguinho onde estavam.
— Saudades de fazer amor com você. - ela diz me encarando pela tela do celular e eu sorrio mandando um beijo pra ela. — Quando volta? Não sei se aguento mais uma semana sem você. - eu rio com o drama dela.
— Não faz todo esse drama. Você dizendo assim, parece até que precisa de mim pra sobreviver. - dou uma risada.
— Mas eu preciso mesmo. O que eu posso fazer? Ninguém mandou namorar com uma velha carente. - ela diz e eu rio ainda mais pelo "velha carente" me fazendo lembrar que ela é quase vinte anos mais velha que eu.
— Minha velhinha carente, vou ficar te chamando assim agora. - digo e ela fecha a cara me fazendo rir ainda mais.
— Sai pra lá, eu não sou tão velha assim. - ela diz levantando de onde estava sentada.
— Não é não, amor. - digo e ela encara a tela por alguns segundos em silêncio. Parecia ler minha mente através do celular e olhar o fundo da minha alma.
— O que você fez comigo, ein? - ela finalmente diz.
— Como assim? - digo sentando e me encostando na cabeceira.
— Antes de você aparecer na minha vida, eu era tão fechada. Não queria me envolver com ninguém, criei muros que eu jurava que ninguém ia se atrever a quebrar. - ela suspira, parecia viajar em memórias. — Mas aí você veio, com esse seu jeitinho encantador. Eu sabia que você era diferente. E quando você sorriu pra mim enquanto cantava, tive a certeza de que um dia você estaria ao meu lado.
Eu sorrio ao lembrar como nos conhecemos. Eu estava me apresentando em um bar muito famoso de Los Angeles. Eu era a atração de todas as noites de sexta-feira e aquele lugar enchia. Quando vi Lana chegar com suas amigas, fiquei encantada.
— Você mudou a minha vida. Jamais imaginei que estaria ao lado de alguém tão especial. Sou muito feliz ao seu lado e espero estar com você até você ficar mais velhinha. - digo rindo e ela debocha sorrindo logo depois.
— Eu não queria desligar, queria ficar falando com você... - ela faz novamente um biquinho que me faz morrer de amores. — Tenho que ir antes que escureça.
— Pode ir, meu amor. Quando chegar em casa me avise se chegou bem. Se quiser me ligar, pode me ligar. - digo já sabendo que vou querer que ela ligue novamente pois com certeza terei dificuldades pra dormir e só de ouvir a voz dela me acalma.
— Tudo bem, quando eu chegar aviso. Um beijo, meu amor. - ela diz já com Lola e Levi nas coleiras e mostra os "filhotes" na câmera. — Dêem tchau pra mamãe. - ela diz e eu sorrio brincando com eles e ela volta a câmera pra ela.
— Eu te amo. - eu digo mandando um beijo.
— Eu também te amo, querida. - ela diz retribuindo o beijo e logo desligando a chamada.
