Jimin

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O que se passa na cabeça de um homem para fazê-lo revirar o lixo de um banheiro minúsculo como aquele, sem se importar muito com o quanto a situação era degradante e humilhante, até mesmo para um "tio do pavê"?

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O que se passa na cabeça de um homem para fazê-lo revirar o lixo de um banheiro minúsculo como aquele, sem se importar muito com o quanto a situação era degradante e humilhante, até mesmo para um "tio do pavê"?

O fundo do poço estava ali, dentro daquele cestinho de lixo, e eu agora o escavava com afinco, como um garimpeiro empenhado em encontrar a mais grande e perfeita esmeralda já vista.

Como eu fui para ali?

Ah, isso era mais fácil de explicar.

Tudo começou depois do almoço na casa dos meus pais. Jennie, que parecia um pouco distante, não quis falar muito sobre seu término com Kai e logo inventou uma desculpa qualquer sobre ter que finalizar uma encomenda que seria entregue ainda naquele dia, voltando para a confeitaria.

Continuei na casa de meus pais por um tempo e também fui embora.

Meus planos eram voltar para o apartamento e me debruçar em alguns processos. Qualquer coisa técnica, chata e burocrática que me fizesse esquecer uma certa loira secular.

Mas foi só lembrar de Rosé que meu corpo criou vida e, quando vi, meu carro já se aproximava da rua do seu prédio. E devo ressaltar que para realizar essa façanha eu tive que me deslocar, e muito, da minha rota original.

A casa dos meus pais ficava na região oeste da cidade, assim como o nosso apartamento. Na verdade, o apartamento que eu e Jennie morávamos - que ainda era dos nossos pais - ficava a algumas quadras da casa do promotor e da psicóloga Jin ah. Rosé morava na região leste, num bairro universitário, a quilômetros de distância.

O que eu pretendia ali?

Talvez ela estivesse em casa e vestida com alguma calcinha ridícula de personagem infantil.

Talvez ela precisasse de ajuda para retirar a peça de gosto duvidoso.

Virei a esquina e entrei na rua do seu prédio. Era tarde de sábado e a rua estava quase deserta, a não ser por um carro que seguia lentamente na via, que era de mão única. Um caminhão estava estacionado logo à frente e eu não conseguiria passar. Parei atrás do carro que ia numa velocidade absurdamente baixa e esperei.

Foi quando eu os vi.

Rose e... Kai!

Não é possível!

Os dois conversavam na calçada, em frente à portaria dela. Estavam bem próximos e Kai falava sem parar, enquanto Rosé tinha os braços cruzados e olhava para a rua, parecendo distraída.

O carro que seguia lento parou na frente de um prédio, na rua mesmo, atrapalhando o trânsito, enquanto uma senhora, para combinar com a sua carruagem, descia a uma velocidade lentíssima a portaria de um prédio, provavelmente na intenção de entrar na tartaruga movida a gasolina. Outro motorista teria metido a mão na buzina para o folgado sem noção, mas eu estava mais interessado no que acontecia na calçada do outro lado da rua.

Mulheres ao Ataque - Jirose / Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora