De 2014/2015
Eu não tive tempo para uma introdução bem bolada, então vou introduzir por aqui mesmo... Aqui vou contar tudo sobre como é ter ansiedade, esse livro é mais uma autoajuda.
Comecei a escrever quando tinha 16 anos, e agora estou com 19, então terão momentos que eu irei interferir atualmente nas minhas ideias antigas, e quando eu interferir, o que eu falar atualmente estará em negrito e itálico.
Quero poder ajudar com o que senti, o que vivi, quais métodos usei e como superei.
Quero ajudar com as técnicas que usei e uso. Tudo o que superei, ou que estou superando vai estar aqui, mas claro, ainda tenho muitas outras coisas para superar.
E quero muito poder contribuir para o crescimento pessoal e o início da cura de cada um de vocês. Eu espero de coração, que as coisas que eu compartilharei aqui façam uma grande diferença na vida de vocês, assim como fez e faz na minha. Sintam-se acolhidos, sintam-se muito queridos por mim! Eu realmente desejo o sucesso de cada um de vocês.
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Antes de ter um diagnóstico, eu já sofria sem saber o que era essa sensação horrível dentro de mim.
Um certo dia, implorei para minha mãe me levar a uma psicóloga e ai foi só o início das grandes mudanças positivas que ocorreram em minha vida.
Ao decorrer de minhas sessões, a psicóloga me encaminhou a uma homeopata e a mesma me estudou e disse que eu tinha o transtorno de ansiedade.
Depois desse dia eu associei as minhas idéias e realmente as coisas começaram a fazer um pouco mais de sentido.
Entendi o porquê de toda aquela energia que necessitava tirar de mim mas nunca conseguia. Aquela "fobia" que eu tinha de ficar parada.
Eu sempre tinha que estar mexendo alguma parte do corpo, ou em algum objeto, balançando os pés, cutucando as unhas, puxando a pele dos meus lábios... E o pior é que eu queria parar, mas era impossível controlar isso. Era como um vício.
Mas o pior da ansiedade é que além de você sentir tudo aquilo dentro de você, toda aquela energia difícil de controlar, as pessoas que não entendem, te julgam por isso.
Por exemplo, na escola, eu tinha que sentar na carteira e ficar quieta. A sensação energética falava: "Fala com ela, com ele, faz alguma coisa o tempo todo." E aquilo era difícil para mim porque tudo o que eu queria era prestar atenção na aula.
Quando eu tentava lutar com a sensação energética eu me sentia angustiada. Era como uma fobia para mim. Eu tinha uma fobia de ficar quieta, precisava me mexer o tempo todo. Tudo isso devido ao transtorno de ansiedade.
E os professores costumavam a me chamar atenção com frequência, pegar implicância comigo, me perseguir. Raramente as pessoas que estavam conversando comigo eram punidas. Geralmente sobrava sempre para mim. Aquilo me deixava pior porque, para mim, a ansiedade era impossível de se controlar totalmente sozinha. E era assim que eu me sentia, sozinha.
Seria bom se você tivesse e pudesse exercer seu auto controle, mas nesse caso, você precisa de ajuda de especialistas e dependendo do caso até de remédios.
Lembro de uma vez, durante a aula, que a minha amiga havia me cutucado, ela estava falando e eu escutando. A professora ficou brava comigo na frente de todos e me mandou mudar de lugar. Quando eu fui levantar para obedecer a ordem, essa amiga saiu de seu lugar e falou "Eu vou, foi eu quem começou a falar e ela que sempre toma".
Então ela foi sentar no lugar que a professora havia mandado eu ir.
É claro que aquilo foi algo reconfortante para mim. Foi um ato legal e altruísta, mas mesmo assim eu me senti péssima pela professora ter me culpado de conversar, sendo que eu estava apenas ouvindo o que a minha amiga dizia.
Obvio que quando eu cheguei em casa, comecei a chorar por causa do ser sensível que eu era.
Eu não queria ser tão frágil.
E eu sentia que os meus professores implicavam comigo, mas na verdade isso é pela sensibilidade que eu tinha dentro de mim.
Tudo começou com o diagnóstico de ansiedade, porém, com o tempo eu descobri que era também a depressão. E por isso eu era tão sensível e achava que o problema era sempre eu. Mas não era.
Eu cresci a vida toda com os meus pais brigando e me dizendo que era para eu parar de conversar durante as aulas, e agora, com 16 anos, minha tia, minha psicóloga, todos me dando esse mesmo conselho.
Mas ninguém sabe o quanto isso é difícil para mim. É como se fosse um impulso explosivo que me estimulasse a conversar. Mas ninguém entende isso. Todos julgam dizendo que eu tenho que me controlar, que eu tenho que parar de conversar. Ah, se eles soubessem o que eu passo, o que eu sinto, se eles estivessem na minha pele, eles entenderiam.
A forma que eu consigo descrever o que acontece é essa: Quando eu converso é pela ansiedade, impulso, e quando me chamam atenção eu sinto que eu não fiz nada de errado para as pessoas me culparem e isso me faz querer chorar. É como se a ansiedade me controlasse em todos os aspectos me fazendo sentir aquela sensação de tristeza profunda.
Algumas pessoas acham que me entendem mas não entendem, como a minha mãe. Ela diz que entende, mas acha que eu devo me controlar para parar com a ansiedade sozinha. Se ela soubesse o quanto eu já tentei.
E o pior é que isso me magoa porque ela diz que eu tenho que fazer isso parar, mas não é possível eu fazer isso apenas com força de vontade. Eu não sei como fazer isso. É uma sensação que me domina e eu não tenho como mudar isso. O que eu posso fazer quando estiver ansiosa é mudar o meu pensamento para algo que eu goste e que me faça relaxar um pouco.
Esses dias eu pesquisei na internet qual é a cura para a ansiedade e lá apareceu que existem três tipos de cura, a com medicamentos, com psicoterapia e com a combinação das duas coisas que eu acabei de citar.
A ansiedade atrapalha completamente quando você tem que prestar atenção em algo, porque você fica pensando no que vai acontecer depois, fica planejando tudo e o pior é que não consegue ficar parado.
É muito dificil para mim ter de prestar atenção em alguma aula e isso é o que me faz ir muito mal nas provas do ensino médio.
Existem alguns meios que ajudam a aumentar a ansiedade, por exemplo a questão de horário. De como giramos em torno de números, de horários. Pense comigo em como a nossa vida é feita de horários e obrigações. Isso acaba nos deixando ansiosos. E é para isso que existe a nossa querida psicologia. Não hesitem em buscar tratamentos.
No meu caso, fico desesperada quando eu me atraso. Eu tenho um grande horror de me atrasar e quando a minha mãe demora, essa ansiedade fica me cutucando por dentro a todo momento, até eu chegar a onde eu precisava ir.
E para dormir então... O sono para mim era como um inferno, durante a noite é claro. Eu gostava de dormir, durante o dia.
A minha tormenta começava a partir do momento em que eu me deitava na cama.
Eu tento dormir, mas qualquer barulho me acorda, na verdade, tudo me acorda. E quando eu acordo não é simplismente acordar. É um acordar bruto e assustado, seguido por "taquicardia", medo exagerado... É impossível relaxar.
Olá, eu sou a Aline do presente, a Aline de 2018, agora sei como resolver isso e ajudar vocês... É mais simples do que aparenta. Se você já está com esse hábito de dormir de dia, faça o que eu fiz no passado e irá conseguir uma grande melhora. Mas antes de tudo, não deixe de passar com um psicólogo. E bom, a resolução do seu problema é... Não durma durante o dia. Isso mesmo. Teve um dia que eu cansei e afirmei: "Hoje eu não vou dormir durante o dia, nem que eu morra de sono." E assim eu fiz... Não dormi. Devo ter ido na casa de algum amigo para ficar acordada, por mais que me desse sono e que eu tivesse algum compromisso, parei de dormir durante o dia. Fiz isso por muito tempo. Fiquei acordada.
No começo, me senti acabada, pois eu estava mudando todo o hábito que eu devia ter há anos. Depois de um tempo fui conseguindo dormir de noite e alinhando a minha rotina de sono. Claro, eu ainda tinha problemas com o sono. Sempre tive sono leve, mas nessa época eu tinha muito medo de várias coisas. Então eu consegui criar o hábito de dormir a noite, o que facilitou a minha vida, mas não era cem por cento, pois ainda estava tratando dos meus medos. Porém garanto que tive grandes melhoras só pela mudança de hábito. Consegui aproveitar mais o meu dia e descansar a noite.
Minha psicóloga então me ensinou algumas coisas que me ajudaram muito...
Ela me disse para ler antes de dormir porque é um estimulo para o cérebro relaxar e limpar.
Para deixar a TV ligada e ficar escutando ou para colocar um aúdio com sons da natureza.
Isso tudo tem me ajudado bastante a pegar no sono, mas durante a noite, quando eu acordo, não tem jeito de voltar a dormir tão cedo.
Outro dia mesmo eu acordei e fiquei rezando...
Digamos que eu precisei rezar o terço todo duas vezes antes de pegar no sono de novo. Pois é... Isso é péssimo... O meu sono é o meu pior pesadelo.
Esses dias eu fui pesquisar na internet um pouco mais sobre a ansiedade e vi que ela pode ser de vários tipos, de fobias, fobia social, síndrome do pânico e etc...
Isso explica o meu medo de ser julgada pelas pessoas, meu medo de ir fazer contas na lousa, meu medo de antender telefone, campainha, fazer teatro que é algo que eu gosto. Essas coisas me davam pânico só de pensar. Meu coração se acelerava e eu começava a soar, a querer chorar... Tudo o que eu mais desejo é que isso pare e por isso eu decidi buscar ajuda.
Essa foi a forma que eu entendi sobre a minha ansiedade e a forma que eu consigo descreve-la para as outras pessoas.
Talvez não esteja cientificamente correto tudo o que eu falei aqui, mas foi a forma mais fácil que eu encontrei para descrever tudo isso. E tudo o que eu contei é o que eu realmente sentia e passava no meu dia a dia.
Espero que esse livro os ajudem compreender o que acontece com vocês e que os meus métodos ajudem a amenizar os seus sintomas.
A Aline do presente agora está aqui, com mais sabedoria e energias positivas para passar mais métodos para vocês. Não se sintam sozinhos, se precisarem falar comigo, fico à disposição.
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Como é ter ansiedade? Técnicas para superar.
RandomEsse pequeno livro conta a história da vida de uma garota que possui o transtorno de ansiedade. E possui técnicas que ajudam com esse transtorno. Para quem não sabe, a ansiedade não é apenas uma sensação e sim um transtorno que prejudica muito no d...