Capítulo 14 - A Pessoa Certa

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Kara Zor-El  |  Point of View




Acabamos de entrar no meu carro e eu liguei o som e tocava Shakira, aumentei o volume e comecei a cantar junto.

Broke my heart on the road, spent the weekend, sewing the pieces back on, crayons and dolls pass me by, walking gets too boring, when you learn how to fly. – Olhei para Lena e ela me observava.

— O que foi? – Perguntei enquanto colocava o cinto.

— Você canta bem. Sabe, eu não conheço músicas dessa época, Sam tentou me mostrar algumas. – Que doido uma pessoa que não escuta música.

— Oh!!! Isso é estranho. Espera aí, como assim não conhece músicas dessa época? Você não tem dezoito anos?

— Sim tenho. – Fitei seu rosto e ela parecia desconfortável olhando pela janela.

— Lena. – A chamei e ela virou. — Lobisomens são imortais?

— Da onde você tirou isso? – Perguntou curiosa.

— Nos filmes eles são. – Respondi e ela sorriu.

— Sim nós somos e para de me chamar de lobisomem. – Parei no sinal e fiz uma careta para ela continuar, que não adiantou.

— Então... quantos anos você tem? Por que não conhece a Shakira? – Continuei dirigindo prestando atenção no caminho.

— Tenhotrezentosecinquentaanos. – Não entendi nada com a rapidez dela.

— Repete devagar.

— TENHO TREZENTOS E CINQUENTA ANOS. – Gritou e eu até perdi o controle do carro derrapando.

— Quer me matar mulher, porque você gritou?!

— Desculpa.

— Tudo bem. – Comecei a cantar novamente.

And I say, “hey you, you're no fool if you say no”, ain't it just the way life goes? People fear what they don't know. Come along for the ride, oh yeah, come along for the ride. – Interrompi minha cantoria de novo.

— Espera, você tem trezentos e cinquenta anos e era virgem?

— Sim, também nunca tinha beijado antes. – Ohh, isso é surpreendente e eu achando que tinha demorado para perder minha virgindade.

— Mas como? Você é bonita nunca ninguém tentou nada? – Perguntei ainda incrédula. Como alguém vive a tantos anos e não faz nada.

— Nós somos diferentes dos humanos nisso também. Não nos envolvemos e nem sentimos atração por ninguém além dos nossos companheiros. E quando não encontramos morremos sem nunca tocar ou ser tocado por alguém. – Sentia que ela me olhava. — E também eu vivi na floresta toda minha vida, tendo mais contato com minha espécie do que humanos.

— E eu sou sua companheira? Você sabe que eu sou humana e vou morrer. – Fitei com o canto dos olhos.

— Err... acho melhor nós conversarmos sobre essa parte depois. – Eu iria me opor mas sou cortada antes de começar. — E você quantas oferecidas eu vou ter que arrancar a cabeça por ter te tocado? – Perguntou irritada. – Eu não respondi. — APOSTO QUE FICAVA COMENDO TODAS, SAFADA DO JEITO QUE É. – Ela estava furiosa mesmo assim eu olhei incrédula. Primeiro que não sou safada... —RESPONDE LOGO ANTES QUE EU ARRANQUE SUA CABEÇA. – Disse entre dentes. Olhei no relógio, estava um pouco adiantada resolvi encostar o carro antes de falar.

— Eu nunca tive uma namorada antes, você é a primeira. – Era verdade nunca tinha feito um pedido antes. Seus olhos estavam escuros.

— Quantas você beijou ou fez sexo? – Caramba mulher não quero responder essa pergunta, mesmo tendo sido poucas acho que ela vai arrancar meu pau se eu responder. Coloquei minhas mãos disfarçadamente sobre o Big Zor-El antes de responder.

Cry Wolf - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora