Capítulo Nove

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CAPÍTULO ADIANTADO DO DIA 12/03

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CAPÍTULO ADIANTADO DO DIA 12/03
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Zayn não era burro coisa alguma, ele sabia muito bem e sentia sob a pele o bando em um... conflito. Era diferente agora, como se de repente pudesse ouvir-los sem a ausência dos abafadores de ruído; passou a última década dando-lhes apenas o mínimo para que sobrevivessem, mas de alguma maneira o anseio, e a devoção estava mais forte, pareciam dispostos a alcança-lo, famintos por qualquer espécie de interação, feito filhotes. O ômega se afastou da janela, e se sentou na poltrona que havia no canto do quarto, encolheu-se de modo que os joelhos ficassem cobertos pela jaqueta grossa do marido.

Zayn tinha uma ideia vaga do que havia feito com Hanna, afinal, passou a adolescência e a infância precoce sendo ensinado a ser um líder benevolente. Ele entendia todas as nuances do que seria estar naquela posição, ao lado de Liam. O bando precisava deles dois, eram alimentados e ligados feito uma fila de dominós, e na ausência de um todo o restante caia simultaneamente.

Zayn podia sentir a ansiedade deles crescendo e toda a afobação... provavelmente imaginando o que se sucederia a partir dali, mas nem o ômega sabia, tanto que ficou ali, em silêncio.

O tempo não passou rápido, não houve um alarde e Liam não surgiu o implorando e, só talvez, parte de si quisesse muito que o alfa fizesse exatamente isso, se sujeitando em nome daquela mulher vil, desse jeito Zayn saberia que não havia mudança alguma no casamento deles.

Porquê pra si era desse jeito, e essa podia sim ser uma atitude egoísta e pouco louvável, mas era isso... estava realizado, com o peito inflado e o ego erguido. A temia como antes, não sabia o que fazer quanto a isso no momento, mas a simples ideia de machuca-la sem ter que a enfrentar diretamente, por mais covarde que fosse, o deixava inegavelmente feliz. Tanto que sorriu, cobrindo os lábios com os dedos magros.

Ele foi até a sala, descendo as escadas e se livrando da jaqueta assim que o sol alcançou o alto do céu, esquentando o telhado e o piso de madeira. Liam era um excelente carpinteiro, mas seu fascínio por arquitetura era algo amais.

Zayn cantou, abriu as janelas e afastou as cortinas, aproveitando a brisa do jardim de trás. Decidiu que faria pão, o clima estava propício para que a massa crescesse, então fez isso, iniciando o processo enquanto sua voz aumentava de acordo com as notas musicais. Sua mãe o apelidou de passarinho, e desde que fôra mordido sentiu que estava preso em um gaiola.

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- ...E o que eu posso fazer? - Liam, irritado, se jogou na cadeira, no topo da mesa. Seu corpo era grande e a presença... tornava-o quase inalcançável.

Dizer que estava feliz com a convocação seria mentira. O conselho havia requisitado uma visita. Mas, a verdade era que Liam mal estava naquela sala de reunião nos últimos anos; já que ele dificilmente seria o tipo de líder que só dava ordens.

Desde a morte do pai que passou a reger aquela matilha como bem entendia, e se o procurassem o encontrariam no meio dos outros lobos, fazendo o serviço braçal, e cuidando do bando em mais de um aspecto. O alfa caçava com os alfas, e às vezes até verificava como que os ômegas estavam, mesmo sendo difícil de entender exatamente o que eles precisavam e, certamente, Zayn executaria um papel melhor que o seu, mas no momento era isso ou nada, então o alfa se dignava a se sentar e escutar coisas de que sequer imaginou serem... possíveis.

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