Capítulo 7.

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Han Ji-yeong.

Fiz carinho em Yeonsin, que estava deitada em meu colo enquanto estudava história.

Me espreguicei um pouco, e a tirei de meu colo, colocando-a em minha cama.

Guardei meu caderno, meus livros e minhas canetas, bebendo da minha garrafinha e indo ao andar de baixo.

Haeyeong ria excessivamente alto de um programa que ela via na TV da sala. Era uma comédia romântica que eu podia jurar que já vi ela e minha mãe assistirem mais de mil vezes.

-Eu posso ver com você?- perguntei. Não  tinha nada melhor para fazer, mesmo.

Ela desviou um pouco da atenção do filme e olhou para mim brevemente concordando com a cabeça antes de voltar a rir loucamente.

Fui a cozinha e peguei o milho de pipoca e um pote grande da Hello Kitty, e coloquei o milho dentro da pipoqueira vermelha que meu pai havia comprado ano retrasado.

Fiquei vigiando a pipoca para não queimar enquanto ouvir as risadas de Haeyeong. Quando a pipoca havia ficado pronta e estava em seu devido lugar dentro do pote da Hello Kitty, Yeonsin passou entre minhas pernas se esfregando em meus tornozelos e eu quase caí. Quase.

Apoiei o balde de pipoca em uma bancada da cozinha e peguei ela no colo, segurando-a com um braço enquanto segurava o balde com o outro.

Me sentei ao lado de Hayeong, colocando o balde de pipoca entre nós e Yeonsin em meu colo. Ela pulou do meu colo e se aconchegou entre as pantufas de unicórnio da Haeyeong.

-Você vai ficar de pijama o dia inteiro?- fisse beliscando uma manga do pijama de coelhos de Haeyeong.

-Ai, fala sério.- Ela falou revirando os olhos, enchendo a mão de pipoca e comendo em uma só bocada. -Se for pra você ficar reclamando não precisa nem ver o filme comigo.

-Como se eu estivesse fazendo um favor pra você. -Me recostei no sofá, respirando fundo e balançando meus pés com as meias do Gato de Botas. Haeyeong olhou para elas na mesma hora que eu comecei a balançar os pés.

Ela segurou meu tornozelo, fazendo eu parar de balançar os pés para ela ver as meias melhor.

-Unnie, desde quando você tem essas meias?- Ela olhou pra mim.

-Lembra no dia que eu fui no mercado com a mamãe?- Perguntei e ela concordou com a cabeça.- Passamos em uma loja e ela me deu essa e outras meias.

Comemos a pipoca enquanto assistíamos ao filme, depois voltei a estudar até a hora do jantar, onde comemos em família em um silêncio confortável.

Depois de comer, quando meu pai e minha irmã começavam a jogar algum jogo de luta, eu ajudei minha mãe a lavar a louça.

— Foi bom o passeio com seu namorado? — ela me pergunta sem tirar os olhos do prato que está secando. Eu tiro os olhos dos talheres que estou lavando e olho para ela.

— Quem? — pergunto, franzindo a testa. Ela faz o mesmo gesto, guardando o prato.

— Seu namorado. Choi alguma coisa.

— Choi Si-woo?— pergunto e bufo uma risada, me controlando para não ter uma crise de risos. — Ele não é meu namorado! É só meu amigo.

— Fala sério, vocês se conhecem desde quando eram pequenos.

— Por isso mesmo! Eu pensei que você saberia diferenciar uma amizade de infância de um namoro.

— Você que não parece diferenciar.

—Como assim?— perguntei enquanto lavava o último prato, e quando dei para ela secar ela simplesmente deu de ombros, me dispensando.

Eu subi pro meu quarto, e como estava cedo de mais para dormir resolvi ficar lendo livros de romance— ou terminar de ler os que havia abandonado na estante branca ao lado da minha cama. Ao terminar de ler um particularmente não tão chato quanto achei que era quando o abandonei, resolvi ficar olhando as redes sociais tediosamente, até encontrar uma página que postava fotos de casais, casais da minha escola. Olhei as fotos— pouco menos de 15, tirei uma foto da página— Yanine_Hwandang.sch.couples.

Todas as fotos estavam com a descrição autografada por uma (ou um) tal de Yanine. Irei uma foto disso também.

Nem sabia para quê tirei fotos.

Sem mais nada para fazer, peguei um cobertor dentro do meu guarda-roupa e almofadas felpudas, indo para o jardim.

Encontrei meu pai lendo em uma rede na varanda. Sorri para ele mas não o atrapalhei.

Eu deitei no chão, por cima do cobertor e das almofadas enquanto olhava para o céu noturno salpicado por estrelas. Inspirei o ar puro, me aconchegando.

Alguns minutos— ou horas depois, meu pai ficou sentado ao meu lado também olhando as estrelas, antes de ir para dentro de casa.

Eu também entrei em casa, vendo que minha irmã estava saindo para andar até a loja de conveniência com as amigas dela.

Acenei para ela, voltei para o meu quarto e guardei as coisas. Fui ao banheiro e lavei o rosto, depois fui à cozinha e tomei um chá, depois me troquei, colocando um pijama rosa de bolinhas brancas, e me deitei, apagando a luz e ficando de olhos fechados até o sono chegar.

Tudo que o amor nos trouxeOnde histórias criam vida. Descubra agora