Capítulo 10.

6 3 0
                                    

Choi Si-woo.

Eu estava cobrindo um socos espalhados pelo meu corpo com curativos e colocando gelo em um olho roxo quando parei para pensar:

Eu nunca mereci a amizade de Ji-yeong.

Ela sempre foi linda, alegre, inteligente e uma garota com conteúdo. Muito conteúdo, do tipo de que você vê ela andando na rua e quer saber tudo sobre ela. Como a porta entreaberta de uma balada.

Enquanto eu não sou nada disso.

Pensava que só eu achava isso até ver aquele garoto novo, e perceber que ele só quis sentar ao lado dela e só provocou ela porque pensou o mesmo.

Tirei o gelo do olho quando percebi que estava com ciúmes dela.

Coloquei de novo no olho inchado e me deitei.

— Foi seu pai de novo?— Ji-yeong me perguntou enquanto limpava os ferimentos em meus braços. Eu mordi levemente os lábios.

— Eu cheguei tarde em casa...— disse com um sorriso melancólico. Murmurei um ai quando ela borrifou um spray antibacteriano em um corte.

— Por que você ainda mora com ele?— ela me perguntou enquanto enfaixava o corte a qual tinha borrifado o spray.

— E eu moraria com que outra pessoa? Eu não tenho ninguém, Ji-yeong.— eu disse, e ela contraiu os lábios, tão melancólica quanto eu.

— Você poderia morar comigo.— ela falou, mas tão pensativa que parecia que nem ela acreditava nisso.

— Seus pais não iriam gostar de abrigar um coitadinho com problemas familiares na casa deles.

— Meus pais te adoram!— parecia que ela ia falar mais alguma coisa, mas o sinal tocou e ela se sentou em seu lugar enquanto via a multidão de pessoas na nossa sala entrar, e eu permaneci sentado no meu.

O garoto que implicou com ela ontem, Song Min-gyu, viu que ela estava lá atrás comigo e me lançou um olhar fulminante.

Durante as aulas eu pude ver ele se inclinar para conversar com ela e me indicar vagamente com a cabeça. Ela lançou um olhar de raiva e desgosto à ele, e brigou com ele enquanto o mesmo revirava os olhos.

O professor os chamou de casal e mandou eles pararem. Eu cerrei os punhos, e desfiz a ação assim que percebi que estava outra vez com ciúmes de Ji-yeong com aquele babaca.

Suspirei e passei as mãos no cabelo, penteando-o para trás com os dedos.

Virei a cabeça quando senti alguém me encarar do outro lado da sala. Era An-hee. Acho que fiquei distraído demais com o babaca, pois nem lembrei que ela estudava aqui. Ela tinha ficado mais bonita com o tempo. Ji-yeong também.

Os cabelos castanhos cor de avelã dela não estavam mais em um corte rente ao rosto, agora estavam batendo nos ombros, levemente ondulados, como se ela ondulasse eles todas as manhãs.

Ela tentou falar alguma coisa na linguagem de sinais, mas como eu não entendi nada ignorei.

Algumas garotas ficaram comentando o fato de eu ficar olhando muito para Ji-yeong e Min-gyu. Mordi o lábio inferior para não responder elas e fui o primeiro a sair quando o sinal pro recreio soou.

Tudo que o amor nos trouxeOnde histórias criam vida. Descubra agora