Extra um

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2019:

_ Má... - Caiu no chão mais uma vez e, mesmo assim, não chorou.

Bati palminhas para a bebê que já tinha seus dentinhos em formação e pezinhos tão gordinhos que me davam vontade de mordê-los.

Peguei a garotinha e beijei seu rostinho redondo, sentindo uma vontade enorme de esmagar suas bochechas contra o meu rosto.

Suas bochechas eram macias e coradas, exalando o perfume suave de bebê que aquecia meu coração.

_ Mãe, você acabará esmagando minha irmã assim. - Fechou o livro, que tinha uma capa antiga e desgastada, e o deixou de lado, ao lado do chá.

Levantou-se do sofá de veludo verde-escuro e veio até nós, ajoelhando-se no tapete macio e tirando a pequena dos meus braços.

Bom, não posso reclamar muito, ele estava certo, realmente acabaria esmagando a minha princesinha se continuasse.

_ Você é um irmão muito coruja, às vezes até pior que seu pai. - Não discordou, apenas sorriu com uma expressão de orgulho. _ Mas sei que ama a nossa pequena.

Cutuquei a bochecha da garotinha que balançava o chocalho entregue pelo irmão, e o som metálico preenchia o ambiente com uma melodia suave.

_ Por que não amaria a minha irmã? - Tombou a cabeça, observando a pequena com um olhar de adoração. _ Desde o momento que você contou que esperava um bebê, meu dia ficou radiante. - Tive que rir enquanto me aproximava e o abraçava, sentindo o calor e o amor que emanava de seu corpo.

_ Amo você. - Beijei sua bochecha, sentindo a textura suave e morna de sua pele.

_ Também amo você, mamãe. - Tombou seu corpo para o meu, quase me jogando no chão com seu peso. _ E prometo crescer ainda mais para você ser a única baixinha em nossa família de quatro.

Ele era um pestinha e tanto, mas me lembrou de algo... Certo, éramos quatro agora, já que estávamos morando na mansão Avery, deixando os pombinhos dos meus tios em paz.

A mansão Avery era grandiosa, com seus corredores amplos, tapetaria intricadamente bordadas e lustres que brilhavam como constelações no teto.

Porém, sei que isso deixou a casa um pouco vazia para eles, mas sei que entendiam que, como já éramos casados e tínhamos até filhos para cuidar, precisávamos de nossa própria casa.

Claro, eles nos visitavam quase todas as semanas e sempre íamos à mansão Malfoy quando sobrava tempo, ou quando Dragon estava de folga.

Mesmo morando em mansões diferentes, isso não nos impediu nem quebrou nossa família.

Nossas visitas eram sempre cheias de risos, histórias e uma sensação de pertencimento.

_ Sua irmã é a baixinha da família. - Toquei seu nariz, fazendo-o rir.

_ Por pouco tempo, já que ela será alta como o irmão. - Ele era tão convencido, mas apenas concordei, observando seu sorriso radiante. _ Mãe... - Resmunguei. _ Será que o mundo achará a minha irmã estranha?

Certo, minha filha não tinha as características perfeitas de um Malfoy, não era completamente loira nem tinha olhos cinzentos.

Tinha cabelos negros com mechas loiras e olhos bicolores, iguais aos da família Grindelwald.

Até mesmo seu sangue negro aparecia em sua pele branquinha.

Sei que, com o tempo, ela poderá mudar isso, mas os olhos e os cabelos dependerão dela.

Mas sua aparência única a tornava ainda mais especial para mim, cada detalhe uma lembrança das nossas heranças.

_ Sua irmã não é estranha. - Concordou com um aceno firme. _ E se o mundo achar, estaremos aqui para dizer que ela é linda e perfeita para nós. - Continuou concordando, sua expressão determinada. _ E posso muito bem chamar o seu avô para acabar com o mundo.

_ Sério? - Observou-me com olhos brilhantes e eufóricos, cheios de esperança. _ Adoraria conhecê-lo.

_ Quem sabe um dia? - Seria interessante visitar ele e meu senhor, que com certeza estaria irritado comigo.

A ideia de encontrar meu pai sempre trouxe um misto de emoções, mas também uma sensação de inevitabilidade.

Scorpius iria falar, mas olhamos para o lado quando escutamos alguns passos pela mansão.

Sabia quem era apenas pela magia, mas foi interessante ver o loiro tirando a gravata e vindo em nossa direção, como se tudo que importasse para ele não fosse dormir ou tomar um banho, e sim, a nossa família.

_ Papai chegou, meu amor. - Ajoelhou-se no chão e beijou as bochechas da pequena com um sorriso caloroso. _ Minha constelação, chegou bem? - Beijou a testa do nosso pequeno, seu gesto cheio de ternura.

_ Sim, a mamãe foi me buscar com a minha irmã. - Mexeu nos dedinhos da irmã. _ Então cheguei super bem. - Observou a gente. _ Não está esquecendo o beijo da mamãe?

Discordou e me beijou, sem se importar com os nossos filhos nos observando com olhos expressivos.

O beijo era suave, cheio de amor e familiaridade, um gesto que nos conectava.

_ Mon petit, estou em casa. - Sussurrou rente aos meus lábios, sua voz baixa e carinhosa.

_ Bem-vindo de volta. - Nunca me cansaria disso, dessa sensação de pertencimento e amor.

Porém, antes que pudéssemos aproveitar essa bolha cor-de-rosa que se formou ao nosso redor, nosso filho chamou a nossa atenção.

_ Sei que estou atrapalhando, mas gostaria de saber se poderíamos convidar o Albus para passar as férias. - Semicerrei os olhos, tentando esconder um sorriso. _ Talvez alguns dias? - Sorriu com inocência.

_ Por mim, tudo bem. - Apenas queria saber o dia que ele me falaria que estava namorando o Potter, mesmo sabendo que não demoraria tanto.

A ideia me fazia sorrir internamente.

_ Certo, vou mandar uma carta para ele depois, mas também quero saber o dia que iremos visitar o vovô? - Dragon estranhou, franzindo a testa.

_ O vimos ontem. - O loiro discordou, confuso.

_ Não, o outro. - Dragon fez careta, tentando entender.

_ Os Greengrass me odeiam, mas posso mandar...

_ Não, estou falando do pai da mamãe, o Grindelwald. - Os três me olharam e parecia que estava sendo encurralada.

_ O que isso significa? - Franziu o cenho e sabia que poderia morrer a qualquer momento.

_ Então... - Seria uma longa conversa, e sabia que precisava encontrar as palavras certas.

Total de palavras: 992.

Mon Petit Monde ~Draco Malfoy~Onde histórias criam vida. Descubra agora