Amity trava no beijo. Por um momento assustador, Luz pensa que a ex-namorada vai afastá-la e seu mundo inteiro para. Ela se afasta abruptamente, pronta para arrumar uma desculpa qualquer e ir chorar, mas Amity leva apenas um segundo para reagir e puxar a mais baixa novamente para o beijo. Com força. Com fome. Uma mão em seu cabelo e a outra em sua cintura, retribuindo o beijo com a vontade de uma pessoa que não bebe água há 3 dias e nem se alimenta há uma semana.
Luz derrete completamente, sua mente ficando praticamente em branco enquanto ela se perde nos lábios de Amity. Seus lábios tem gosto de mousse de limão, calor, casa e...
Amor. Um amor que a escritora está sedenta há quase quatro anos.
Pode-se dizer que o beijo começa inocente. É perceptível que ambas as garotas estão se segurando. Suas mãos não viajam além de onde estavam em suas posições iniciais. Elas exploram a boca uma da outra e dão selinhos quando o ar lhes falta. Então, Amity faz alguma coisa certa, porque Luz se ouve gemer na boca da ex-namorada e é como se seu mundo explodisse em tons coloridos. Ela se agarra mais a Amity, puxando seu ombro, as mão da roxeada vagando pelo seu corpo com familiaridade agora.
É tudo muito familiar. E talvez seja por isso que Luz se sente escorregar. Muito apaixonada, muito tonta, para ter forças, mas Amity a pega. Pela primeira vez em muito tempo, Amity não a deixa cair. E assim sendo, de repente ela está deitada no sofá maior e a advogada está subindo em cima dela, as duas mãos agora em seu rosto, beijando-a como se precisasse de seu ar para respirar.
É natural se entregar a ela. Luz sempre fez isso, mesmo quando não queria.
As mulheres fazem pausas, contudo ninguém fala nada. Respiram e voltam a se beijar. Nenhuma das duas quer falar, porque nenhuma delas quer parar.
Ainda assim, ao contrário do que Luz deseja, as mãos de Amity não se movem mais. Não para onde ela quer, pelo menos. Então a mesma se afasta dela e a roxeada imediatamente a solta, olhando-a assustada por um momento.
- Você me quer, Amity? - Luz pergunta, com medo, olhando para a ex-namorada com olhos que imploram para que ela diga sim.
A morena não sabe se vai suportar se ela disser que não. E pelo jeito que Amity a beijou, não é possível que ela não sinta isso. Essa urgência, esse desejo avassalador de pertencer, de juntar, de se completar, que Luz sente tão profundamente em seu âmago.
Amity engole em seco.
- Isso só vai bagunçar mais as coisas - reflete, a respiração acelerada.
- Provavelmente - Luz admite, se acomodando melhor no sofá para ficar mais confortável embaixo de Amity e consequentemente também roçando nela, que toma uma respiração profunda, as pálpebras caindo um pouco como se ela estivesse com sono.
- Isso é um não?
A advogada olha para a escritora por longos segundos.
- Você me quer? - murmura, pegando Luz em seu próprio jogo. Isso faz o coração da mesma acelerar e seu desejo por ela aumentar.
- O que você acha? - Luz ergue uma sobrancelha.
- Você sabe o que estou perguntando.
A cacheada engole em seco.
Amity queria saber se Luz só queria um corpo para transar ou se queria o corpo específico dela.
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Amuleto - Lumity (Adaptação)
FanfictionDepois de abandonar um relacionamento pedestinado ao fracasso, Luz Noceda escreveu um livro e vem cada vez mais solidificando sua carreira como escritora com o seu aclamado romance de estreia, "Amuleto". O problema é quando a mesma história que a le...