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Finalmente os refrescos. Prestem atenção nis detalhes. Agora o romance começa e os desafios também.

_____

Miranda parecia infinitamente mais leve, agora eu sabia que ela carregava um passado difícil, eu sentia que aos poucos poderíamos ter algo bonito. Três Meses já haviam se passado, e nós conviviamos muito bem.

A cada dia que se passava eu me sentia mais balançada, Miranda era gentil, me levava pra jantar, sempre me perguntava como eu estava, não forçava uma aproximação, apenas era carinhosa. Eu já sabia o que isso significava.

Eu estava de cama, acordei sentindo cólicas insuportáveis, avisei que não iria ao trabalho e apenas me permiti dormir.

ㅡ Andrea, Andrea - sentia suas mãos acariciarem meus cabelos. - Andrea, querida o que aconteceu?

ㅡ Só estou com cólica, preciso ficar deitada.

ㅡ Oh, sinto muito. - percebi que ela tirou os sapatos, ela se deitou e me puxou para deitar em seu peito.

ㅡ Um banho quentinho ajuda, não? - Eu assenti devagar mas sem forças para levantar.

ㅡ Me deixa dormir um pouco mais, eu quero dormir.

Senti seus beijos em minha testa, seus carinhos me acalmavam. Acordei algumas horas depois, Miranda já não estava ali, tinha um bilhete na cabeceira.

"Tome um banho de banheira e descanse, volto logo!

Beijos, Miranda!"

A banheira estava maravilhosa, me senti melhor, me enrolei em um roupão fofinho e desci as escadas. Miranda estava preparando algo na cozinha, o cheiro estava bom.

ㅡ Vejo que o banho te fez bem, estou preparando um chá, comprei chocolates e uma bolsa de água quente.

ㅡ OH, obrigada! - comi um pedaço de chocolate e me aproximei, abracei Miranda pelas costas, beijei seu ombro.

ㅡ Sente-se, não faça esforços.

Me sentei no balcão e tomei o chá, Miranda me olhava com atenção, seu sorriso sincero.

ㅡ Não foi pra Clarke hoje.

ㅡ Resolvi ser uma esposa legal e cuidar de você- dei uma gargalhada e segurei sua mão.

ㅡ Obrigada, esposa! Muito gentil de sua parte.

ㅡ É o mínimo. Acha que consegue sair? Pensei em almoçarmos fora hoje

ㅡ Na realidade eu adoraria, você podia me levar no cinema. Como os casais fazem

ㅡ É, eu posso.

Terminamos de comer e eu fui me arrumar, coloquei um vestido preto e um tênis baixo, Miranda odiava tênis mas era confortável. Prendi os cabelos e passei apenas um gloss.

Desci as escadas e Miranda usava uma calça jeans soltinha, uma blusa social branca por fora da calça e por incrível que pareça, ela estava de tênis.

ㅡ Você está linda, querida.

Atos simples como andar de mãos dadas já eram comuns entre nós, seja em público ou não, eu gostava de sentir seu toque e a segurança que ele transmitia.

ㅡ Já decidiu onde vamos?

ㅡ Seria muito abuso, irmos na praça de alimentação do shopping comer hambúrguer?

ㅡ Quer me matar, Andrea?

ㅡ Por favor, seja legal com a sua esposa.

Ela não disse nada, apenas deu o endereço para Roy e fechou a divisória do carro.

Miranda Priestly

Andrea ainda seria minha ruína, quem diria que eu estaria sentada, numa praça de alimentação, comendo batata frita com as mãos e bebendo refrigerante em um copo duvidoso

ㅡ Vai Miranda, o hambúrguer não vai te matar. - ela já havia comido metade do seu e o meu ainda estava intocado. A olhei com raiva e segurei o pão cheio de coisas gordurosas. Apenas uma mordida e eu pararia, mas não consegui evitar o gemido de satisfação, era bom.

ㅡ Aceitável.

ㅡ A sua cara diz que adorou, pode comer, eu não conto pra ninguém.

ㅡ Como se não estivessem vendo! - revirei os olhos e a vi sorrir.

ㅡ Vão ver apenas uma esposa apaixonada devorando um hambúrguer

ㅡ Não estou... - ela se aproximou e me deu um selinho.

ㅡ Eu sei como me olha, sei que tem evitado ms olhar assim, mas seus olhos não mentem, você me olha como se eu fosse o seu bem mais precioso.

ㅡ Você é! - voltei a comer sem esperar por uma resposta. Andrea parecia diferente, mas ainda assim eu a encarava como uma amiga, o que já era incrível.

Terminamos de comer em silêncio, Andrea tentava me tocar sempre que podia, ela insistiu que deveríamos tomar apenas um sorvete, tomei dois e ela três. O que nos tornamos?

Seguimos para o cinema, não sei se foi proposital, mas ela escolheu um filme de romance, era uma reexibição de um clássico, "As Pontes de Madison". O longa trazia uma bela mensagem, de um amor forte e quase instantâneo.

Andrea entrelaçou nossos dedos e eu sorri, na tela uma cena mais sensual e percebi que ela ficou tensa.

ㅡ É assim que faria comigo, se pudesse? - a encarei, seus olhos pareciam tímidos.

ㅡ Seria até melhor, você merece algo lindo!

Voltamos nosso olhar pra tela e ficamos em silêncio até o final do filme, tanto Andrea quanto eu choramos, era um final triste. Francesca deixou de viver seu amor para permanecer ao lado do marido e dos filhos, o fato de terem se perdido no meio do caminho não matou o sentimento, eles se amaram na esperança de ficarem juntos algum dia, e ficariam, após a morte eles estariam sempre juntos.

Mas valia a pena?

Andrea segurou minha mão, parando no meio da sala de cinema, boa parte das pessoas já haviam saído.

ㅡ Sabe, o filme me fez ver que as vezes a vida nos dá uma chance e perdemos tudo por medo de deixar certas coisas pra trás. Eu não quero que minha história seja como a de Francesca.

ㅡ Como? Você quer ir atrás de um grande amor? Quer conhecer outras pessoas?

ㅡ Eu não preciso, o amor já está aqui, bem na minha frente, e eu não posso deixá-lo ir.

ㅡ Andrea, você está sensível, confusa. Vamos pra casa.

ㅡ Eu não estou confusa, eu achei que estivesse. Lembra daquela conversa que tivemos há três meses? Eu disse que seria um ponto de apoio, uma boa amiga, e a cada que nos aproximávamos mais eu me sentia diferente, sentia que meus sentimentos por você passaram a mudar. Você sempre estava lá, sendo gentil, carinhosa, sendo a mulher maravilhosa que você é. Eu me apaixonei, do jeito que sempre imaginei me apaixonar e estar apaixonada é tão lindo, principalmente por que é você.

Eu estava em choque, ela estava sendo sincera, não era só por emoção, não era influenciada pelos hormônios ou pelo filme. Ela havia se apaixonado por mim.

ㅡ Não deixa a nossa história ser igual ao filme, eu quero que você seja o amor que eu sempre sonhei, você é...

A calei com um beijo, daqueles que você dá quando ama alguém, daqueles que eu havia guardado pra ela.

Save Me - Mirandy Onde histórias criam vida. Descubra agora