capitulo 6

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N/A esse capítulo é grande em ksksksks. uma ⭐️  que deu bastante trabalho, e me anima a continuar avançando com a história.

Hadrian on:

A dor é horrível. Quem não sabe disso, afinal. É uma verdade. Eu já estou acostumados com a dor. Mais isso é horrível. É pior do que simplesmente dor. É morte. Isso está me matando. Respirar dói. Viver dói. Eu quero a morte. Anseio por ela. Não por causa da dor. Bem, também. Não só por causa da dor. A vida nunca teve muito sentido. Eu fiz de tudo para viver. Fiz de tudo para amar a vida. Mais é difícil. As vezes viver parece uma maldição.

As pessoas são egoístas demais. Podemos fazer o que quisermos, doar milhões. Ainda somos egoístas. Está em nossos ossos. Em nossa pele. Em nosso sangue. Somos deuses de nós mesmos. Não nos importamos com os outros. Ninguém nunca tentou me conhecer. Ninguém nunca tentou me ajudar. Ninguém tentou fazer alguma coisa por mim. Eu também. Nunca fiz nada por ninguém. Nunca me importei com ninguém. Nunca ajudei ninguém. E tudo bem. Não os culpo. Mais também não me culpo. Minha vida foi um desperdício de tempo. Agora vou morrer. E tudo bem.

O bar parece silencioso. Só agora percebi que estava com os olhos fechados. Os abro. Está claro. Claro demais. Não gosto muito de branco. O lugar é todo branco. Tem um banco num lugar mais adiante. Vou até lá. Está melhor. O sentimento de vazio acabou. Agora que penso, minha vida sempre foi vazia. Acho que vivi apenas para morrer. Respiro fundo. Me observo. Minhas roupas são as mesmas, mais sem sangue. Também estou limpo. Não há dor. Acho que eu gostei de morrer. É tão solitário como a minha vida. Mais não tem ninguém para me chamar de aberração aqui. Sou apenas outra pessoa morta.

Não sei quanto tempo fico sentado. Pode ser minutos ou anos. É pacífico.

Uma figura surge na minha frente. Um homem. Deve ter por volta dos 30 anos. Não. Sua aparência é assim. Ele me parece muito mais velho. Atemporal. Seu poder me distrai. É escuro. Como um abraço reconfortante. Mas ao mesmo tempo pode ser aterrorizante. Como algo a se evitar a todo momento, a toda a vida. Mas eu não estou com medo. Ele me intriga. É único. Como eu.

"Morte." Digo. Não sei se é um cumprimento ou uma declaração. Mas eu sei. É a morte.
Ele me olha. Seus olhos são algo inexplicável. Maravilhoso. Atraentes e aterrorizante. Um equilíbrio de ambos.
"Hadrian Potter Black Peverell " Sua voz é como ele. Atraente e aterrorizante.
"Esse é meu nome?" Pergunto. Estou surpreso, mais evito transparecer.
"Sim"
Fico em silêncio. Ele me examina um pouco mais.

"Você não está com medo de mim." É uma declaração. Continuo em silêncio. Ele continua seu escrutínio.
"Você aceitou a morte."Continuo em silêncio, novamente. "Se eu disser que você pode voltar, você iria querer? " Ele parece verdadeiramente intrigado. Penso. Se eu voltar, vou finalizar meu ensino médio. Vou ir para uma faculdade. Vou crescer. Vou viver. Mas eu viveria como uma aberração. Eu não seria feliz de verdade. Eu estaria nessa meia vida. Não. Eu gosto da morte. Não sei o que há de bom na vida. Não tenho esperança. Nunca tive. "Não."

Silêncio.

"Eu imaginei." Ele parece suspirar. "E se eu te disser que você não é uma aberração? Que você não irá continuar desse jeito por muito tempo. Que você vai encontrar pessoas que estarão próximas de você. Que vai poder viver de verdade. Que ainda haverá dificuldades, mas que você irá se vingar daquele que te fez tanto mal. Você voltaria?"

Silêncio.

Eu voltaria? Eu quero arriscar sofrer pela chance de ser aceito? Por amigos? Por uma vida normal? Não. Eu voltaria apenas por uma coisa. "Quem?" Pergunto. Sei que ele vai entender. A morte me examina novamente. Ele parece satisfeito.

Aquele Que Eles Não EsperavamOnde histórias criam vida. Descubra agora