Aquele Que Eles Não Esperavam

Capítulo 9

Severus on:

Estou numa sala de espera, fazendo algo muito interessante: esperando. O garoto se enfiou na sala do chefe gobilin faz quase uma hora. Estou começando a achar que ele foi terrivelmente insolente e acabou se tornando petisco de gobilin.

Ah, quem dera. Aquele garoto é um sangue puro perfeito. Tenho certeza que até se ele for insultar alguém fará isso com educação, talvez consiga até fazer parecer um elogio.

Ele me chocou. Tudo que eu esperava era um garoto vibrante, alegre e que transbordava emoções e arrogância. Eu encontro um menino que já se formou no ensino médio, está recebendo muitas propostas de universidades e parece tão frio quanto gelo. Alguém com gostos provavelmente sádicos, se as histórias da matrona valem de algo e tão completamente diferente da lily e do Potter.

E o mais estranho: eu realmente estou gostando do menino. Claro, ele ainda é aterrorizantemente calmo, frio e parecido com o Lord das Trevas, mas parece que eu sempre deveria ter cuidado dele. Que eu deveria tê-lo protegido de algo. De alguém. Mais quem? Não consigo me lembrar. Estou realmente confuso... Aquele garoto não é nada meu, não é? Algo esta errado. Eu sei disso. Agora só preciso descobrir o que.

Hadrian on:

"Muito bem então. A família Peverell está de volta." O chefe gobilin disse, me lançando outro olhar avaliador.
"Você pode usar seus anéis de herdeiro para pagar suas dívidas.  Basta colocá-lo sobre o recibo"

"Tudo bem"

Um silêncio leve e agradável se forma enquanto penso.

"Chefe gobilin, eu preciso assumir todos os sobre-nomes?"

"Não, você pode escolher quais quer usar. Entretanto, em casos de luta por poder político, você pode ostentá-los todos."

"Então posso ficar apenas herdeiro Potter-Black? Gostaria de usar herdeiro Peverell em situações que não quero ser reconhecido. É sabido que os potters são descendentes dos Peverells?"

"Sim você pode manter apenas esses dois. Irei cuidar das documentações. Não comumente. Acho difícil alguém fazer a ligação."

"Obrigado." O gobilin escreve rapidamente em um pergaminho.

Me lembro de algo.

"Veja bem, chefe gobilin, Severus Snape foi me buscar hoje no orfanato. Ele não deu nenhum indício de saber que era meu padrinho e parece ter um ódio profundo pelo meu pai. Acho que algo pode estar errado. Seria muito pedir para ele vir aqui e o senhorio fazer um teste de herança nele? Acredito que pode haver alguma compulsão. Ao menos se compulsão seja o que estou pensando. Poderia me esclarecer?"

"Uma compulsão é como um feitiço. Ela impeli as pessoas a fazer algo que não querem ou não fariam por conta própria. Magos muito poderosos podem lançar compulsões indetequitáveis para até mesmo os mestres oclumentes mais ablidosos. Sim acredito que possa haver algo do gênero. Griphook!" Um gobilin apareceu pela porta. "Chame o Lord Prince".

Severus logo entra, sentando-se na cadeira ao meu lado.

"Lord prince, o senhor sabia que é padrinho do herdeiro potter?"

Severus empalidece consideravelmente e parece um tanto confuso.
"Não... não acredito que isso seja possível, chefe gobilin. Para apadrinhar alguém é necessário consentimento de pelo menos um dos pais e do próprio padrinho. Só tenho um afiliado e é draco Malfoy."

O gobilin parece resignado.

"Sinto muito, Lord prince, mas você provavelmente está sobre um obliviate e alguma compulsão. Vou lhe encaminhar para um de nossos curandeiros para retirá-los. Claro, por um certo valor."

Severus parece alarmado, mas acente. "Qual valor?"

"200 galeões."

"Pode retirar do cofre prince."

Espero severus por quase duas horas e quando ele me encontra no escritório de ragnok, ele parece mais carrancudo que o normal.

"Vejo que correu tudo bem" diz o chefe gobilin. Severus acente.

"Sim, me lembrei de tudo que Dumbledore apagou. Ele até havia colocado memórias falsas no lugar."

"Você se importa de nos contar, professor Snape? "

Pergunto, tentando soar inocente e persuasivo. Na verdade, estou mesmo curioso.

Não me lembro de tudo. Somente um homem muito pálido, na verdade anormalmente pálido, de olhos vermelhos e cabelos negros matar meu pai, que havia dito para a mãe me pegar e subir. Eu me lembro da minha mãe dizendo que iria ir para o lado dele, desde que ele me deixasse vivo. Lembro dele vacilando. Lembro das palavras que saíram de seus lábios avermelhados e lembro do feitiço que atingiu minha mãe. Lembro dele apontar para mim e dizer as mesmas palavras.

"Lily havia descoberto a gravidez fazia poucas semanas quando ela me procurou pela primeira vez. Ela me falou que poderia ignorar que eu estava em uma lado diferente da guerra, desde que eu pudesse fazer o mesmo.

Meu senhor estava louco. Eu não teria a permissão dele. Muito provavelmente seria morto ou crucificado até a loucura se pedisse. Então decidimos manter em segredo. Black descobriu. Ele lidou melhor do que eu esperava e pediu para convidar Narcisa da próxima vez. Nós quatro nos aproximamos muito durante os primeiros meses. Então a profecia surgiu e começou a nos colocar em pânico.

Lily e James estavam brigando na época sobre o que fazer. Ele queria se esconder. Lily estava querendo ir para o lado das trevas e pedir proteção ao filho, deixando sua educação por conta deles, contanto que ele não fosse morto ou ferido de forma alguma. James não concordou e lily cedeu. Mantivemos contato e quando você nasceu, ela me pediu para ser seu padrinho junto de Narcisa. James nunca soube.

Sirius e Alice Longbottom foram os oficiais. Eles conseguiram se esconder até aquele dia. Depois não sei o que aconteceu. Dumbledore me pegou desprevenido quando eu estava de luto pela morte de lily, e conseguiu ver minhas memórias.

Lutamos, mas ele acabou me subjugando e me fazendo acreditar que eu vim a ele para pedir proteção por lily, um antigo amor de infância, mesmo ela sendo a muito tempo considerada uma irmã para mim. Em troca, teria jurado proteger o pirralho de james potter e ser leal a ele e ao lado dele, ou seja, a Dumbledore, a luz. O voto Perpétuo ainda me amarra." Severus pisca, parecendo surpreso por ter falado tanto. Acredito que a magia em minha voz o persuadiu bem.

Um silêncio cai sobre o lugar. Ele fala novamente

"Acredito que Narcisa Malfoy também sofre dos mesmo problemas que eu." O chefe gobilin balança a cabeça. "De fato. Irei convocá-la em breve e a informarei da situação." Me levanto, seguido por severus. Faço uma leve reverência.

"Obrigado por tudo, chefe gobilin." E com isso saímos do banco em direção às lojas do beco diagonal.