Maia IX

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Talvez ela apenas estivesse com muito sono, mas como era possível?

A menina tentou ignorar e foi até o refeitório. Como sempre não comeu nada, apenas se sentou na última mesa do fundo e começou a analisar o seu redor, pensou em um plano para ir até o lugar misterioso do sonho, mas começou a pensar melhor e chegou a conclusão de que era apenas um sonho e deveria esquecer isso de vez.

Quando estava viajando em seus pensamentos o menino voltou.
— Eu acho que começamos errado. Eu sou Grover — o Menino estendeu a mão, mas Maia não aceitou.
— Se você puder ir direto ao assunto agradeço.
Ele baixou a mão.
— Certo, bem... Como eu explico? Com você será diferente já que sabe de quase todas as coisas. — Ele falou num tom que Maia interpretou que ele estava falando com sigo mesmo.
— Deixem-me adivinhar, você quer né levar para um "acampamento"?
— Como você... Não importa, sim é exatamente isso. Isso quer dizer que vai?
— Não obrigado, minha mãe diz para não sair com estranhos — Falou em tom irônico —  Ou tanto faz ela não se importa comigo...
— Então será pai... — Grover murmurou novamente para si mesmo.
— Do que você tá falando?
— Nada.
— Olha eu não entendo, uma hora você fala que vai me ajudar, outra não explica nada, acho melhor eu ir embora. — Disse Maia brava, e já de pé ao lado da mesa.
— Espera! Eu ainda não...

Maia o ignorou e apenas saiu andando, olhou o relógio, nove e vinte. O sinal tocou e os corredores se encheram novamente de alunos desesperados para não ficar do lado de fora da sala. Maia continuou andando calmamente, sabia que nenhum professor a deixaria fora da sala, la era a única que prestava atenção na aula mesmo, ou pelo menos a única que parecia.

Quando chegou na sala soltou um suspiro, e se sentou novamente, mal podia esperar para poder voltar a biblioteca.
A menina começou a rabiscar seu caderno, sem perceber o tempo passar o sinal tocou, nem ao menos trocou de sala, será que ficou na turma errada nas últimas três aulas? Ela se perguntou mas depois ignorou, se ninguém disse nada então finja que nada aconteceu, esse era seu lema. Quando foi fechar o caderno ouviu uma voz ao seu lado.

— Você fez isso sozinha?
Maia se virou assustada, por um momento pensou que seria o tal de "Grover" de novo, mas era só outro menino (sério porque não uma menina para variar?). O menino era alto, não mais que Maia, tinha cabelos negros, olhos castanhos e sua pele tinha um tom bronze.
— É... Foi, mas não ficou bom, de qualquer jeito... — Respondeu a sem graça, assim que ela foi fechar o caderno o menino colocou a mão na frente.

— Você tá brincando? Isso tá muito bonito, como você conhece esses detalhes? —  O menino apontou para o centauro, Maia até se espantou,ele realmente tinha ficado bom. Mas ela não podia simplesmente dizer "Eu vi um atravessando a rua á alguns dias"

— Eu leio muitos livros sobre mitologia — Ela falou como se não fosse nada, e na esperança do menino ir logo embora, geralmente as pessoas saiam quando ela falava sobre.

— Legal! Qual o seu conto mitológico favorito?
A menina não esperava essa reação, mas pensou um pouco e respondeu.
— Não tenho certeza... São tantos...
— Entendo, você é a garota que tem uma biblioteca, não?
— Tenho, mas ela já é velha,e não é bem minha...
-Perfeito! —  interrompeu o menino — Quanto mais antiga melhor...

Ele começou a contar sobre as suas histórias favoritas Maia não tirou os olhos dele, enquanto falava ela guardava material na bolsa.
Quando o menino terminou eles já estavam na saída, e seu relógio começou a apitar, parecia que o relógio sempre sabia a hora de ir.
— Desculpa... Eu preciso ir, te vejo amanhã?
— Claro, tudo bem eu também preciso ir.
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Maia foi até a biblioteca e se sentou na mesa como sempre, já estava começando a ficar entediante. Já tinha lido todos os livros interessantes, que não eram muitos a propósito.

Passou toda a tarde ali, sentada sem visitas apenas sua própria mente, o que era ruim já que começou a se lembrar dos tempos em que seu pai lhe buscava, também da vez que seu pai lhe prometeu que a buscaria na escola e passaria um tempo com ela como nos velhos tempos, mas pelo jeito esqueceu... de novo.

A menina passou muito tempo pensando nisso que nem percebeu o tempo passar, seu relógio tocava novamente ela se perguntou o por que do dia estar passando tão rápido, parecia até que ela precisava voltar logo para casa. Mas não pensou muito nisso, fechou logo e dessa vez caminhou normalmente até o seu prédio, estava bem adiantada nesse dia. Quando colocou o pé dentro de casa sentiu um enorme cansaço.

— Chegou cedo hoje, Por que?— Perguntou a mãe da menina em tom irônico.
— Cedo não pode, tarde também não, dá próxima vez quem sabe não chego? — Murmurou Maia em resposta.
— Como?
— Nada... Eu só estou bem cansada, vou para o meu quarto.
A mãe disse alguma coisa que Maia não entendeu, ela apenas se jogou na cama, não sabia o por quê do cansaço. Mas assim que deitou pegou no sono...



Se preparem porque o próximo
Capítulo, está maravilhoso e
é o meu fav até agora

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