Maia VIII

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Em seu sonho Maia estava na colina novamente com Annie, ainda haviam crianças ao redor delas, mas não aplaudiam mais, apenas a encarava e murmuravam entre si.

- Que lugar é esse? - perguntou meio envergonhada.

Ninguém responde.
-Onde eu estou?
Silêncio total, Maia abre espaço entre o círculo de pessoas e olha ao redor. O lugar era lindo.

- Vocês moram aqui?
Mas ninguém respondeu de novo. Maia continuou observando, havia um Pinheiro, alguns campos de morango, uma menina e um menino ao redor de uma fogueira, um campo de batalha, casinhas parecidas com cabanas, e... Espera. Duas crianças ao redor da fogueira? Isso poderia parecer ser comum, mas estava de dia e a garota sentiu como se devesse ir até a garotinha, ela então se sentou ao lado das duas crianças.

- Vocês não vão me responder, não é? - começou já sem muitas esperanças.
- Por que não responderia? - Disse a menina. Ela possuía lindos cabelos cor caqui, olhos castanhos, seu olhar era um pouco perdido, aparentava ter pelo menos oito anos, usava também um vestido marrom meio avermelhado.

Maia deu de ombros.
- Bem... Ninguém aqui fala comigo.

As duas crianças se entre olharam e deram uma leve risadinha.
- Claro que não bobinha, isso é um sonho. - O menino falou desta vez, ele usava um pijama e tinha olhos pesados de sono e lindos cachinhos marrons, ele falou com tanta ingenuidade que Maia sentiu pena por algum motivo. Mas depois se perguntou "Espera! Então por que eles falam comigo?"
- Eu falo com você Porque eu te chamei aqui. - O garotinho falou e logo bocejou.

Maia o observou perplexa.
- Co-como você sabia? Mas o mais importante, por que disse que me chamou aqui?
- Isso é simples. - A menininha interveio
- Simples como?
- Infelizmente, não posso dizer...
- Ótimo... - Murmurou Maia - Então deixem-me ver se entendi, vocês me chamaram aqui, precisam da minha ajuda, mas não podem falar nada além disso?

O garotinho cochilou ali mesmo sentado, mas a menina não pareceu se importar e continuou:

- Sim... A única informação boa que você terá, é que você tem três dias para chegar aqui.
- Mas eu nem sei que lugar é esse!
- Esse é seu menor problema, a sua amiga sabe como chegar aqui.
- Claro que sabe... - Murmurou Maia.
- Agora você tem que ir. Até daqui três dias Maia!

Ela cutucou o garoto que abriu logo os olhos assustado.
- Espera! você não pode... - começou Maia.
- Não se preocupe vou tentar lhe dar um sonho mais agradável... - O menino estalou os dedos e o cenário mudou completamente.

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Maia estava em uma praia.
- Isso era para ser agradável? - murmurou Maia para si mesma. A menina odiava praia, tinha lembranças ruins a respeito disso.

"Ela tentou..." Falou uma voz distante. Parecia vir do mar, ou talvez o céu.... Seus sonhos era confusos.

- Quem está aí?
"Você ainda não pode saber..."
- Mas quem é você?
"Ainda não está na hora de saber."
- E o que quis dizer com "Ela tentou"?
"Digamos que existe uma pessoa que controla os sonhos, uma pessoa conversa com outra, que dá um jeito... Enfim é muito confuso até mesmo eu me confundo."
- Se for para ficar aqui quero acordar! - Maia bateu o pé na areia irritada.

"Se é assim que deseja..." Outro estalo de dedos, e Maia acordou. Estava de volta ao sofá da sala. Seu irmão estava deitado ao seu lado, A menina decide levantar cuidadosamente é colocar o irmão para dormir.

Quando estava fechando a porta do quarto do irmão Maia ouviu a porta, Sua mãe chegou. A garota não pensou duas vezes correu até seu quarto e se jogou na cama. Para sua mãe hora de dormir era hora de dormir. Nenhum minuto a mais nenhum a menos.
Felizmente quando deitou na cama voltou a dormir, dessa vez sem sonhos.

Maia acordou as pressas com seu relógio apitando em um som ensurdecedor. (várias vezes já pensou em jogá-lo fora, mas não adiantaria nada mesmo), colocou seu uniforme, prendeu seu cabelo em uma trança de lado, e colocou seus óculos hexagonais dessa vez.

Como sempre desceu as escadas do prédio correndo e pensou em pegar o ônibus dessa vez já que chegaria atrasada a pé, mas começou a passar em sua cabeça flashes da última vez que esteve no ônibus, e decidiu apenas correr e torcer para chegar a tempo.

Quando chegou na esquina da escola sentiu um cutucão em seu ombro, quando virou de costas viu Emilly Thomas. A valentona da sala, repetente,e pelo menos trinta centímetros mas alta qua a garota, Ela pegava em seu pé para fazer as suas tarefas, e de suas colegas/guarda-costas.
- Só um minuto Emilly. - Disse Maia procurando desesperada a lição da menina na mochila. Emilly segurou na gola da blusa da garota.
- Nem mais um segundo, você não veio ontem, e por sua culpa não pude entregar nenhuma tarefa.
- Eu... Você sabe que não me deixam vir quando...
- Calada. - A valentona mexeu a gola da menina. - Quem mandou querer fazer de inteligente? Sorte sua eu não poder quebrar esses óculos de novo.
- Na verdade sua frase nem ao menos faz coerência- Murmurou Maia, e a valentona ergueu um pouco a garota do chão, Maia rapidamente puxou a lição da garota da bolsa. - Aqui, toma.
- É bom você ter feito certo... Se não... - Falou Emilly puxando a lição das mãos trêmulas da garota e a soltando fazendo-a cair de joelhos no chão. A valentona saiu andando. E Maia apenas ficou parada observando o chão. Fechou o punho, odiava tudo aquilo que passava, estava cansada das mesmas coisas todos os dias. Quando viu que alguém estendeu a mão, quando olhou viu o menino da biblioteca de novo.

- Vai querer uma ajuda?
Maia se pos de pé recusando a ajuda do menino, rapidamente jogou sua mochila nas costas e saiu andando em direção a entrada da escola.
- Ei! - falou o menino apertando os passos atrás dela - Eu só queria dizer que vi tudo aquilo e...
- Sente muito, ta bom obrigado e Tchau. - Falou Maia indo em direção a sua sala.
- Espera, porque tá andando tão rápido?
Maia se virou e encarou o garoto.
- Diferente de você que fica perambulando pelos corredores, EU tenho aula - Maia deu um sorriso irônico e parou na frente da porta quando o garoto falou:

- Não devia deixá-la fazer aquilo com você.
Maia o ignorou e entrou na sala.

Assim que entrou recebeu diversos olhares a encarando.
- Atrasa. - Disse a Professora de Matemática apontando a uma carteira vazia - Nem quero saber a desculpa do dia, apenas se sente.
Maia se dirigiu até a última carteira do fundo, se sentou e apenas encarou o quadro, esperando que a aula acabasse logo. Suas mãos começaram a ficar inquietas, a garota tirou o relógio do pulso e começou a brincar com ele.
Até que ela acabou desregulado o horário, e de oito da manhã, se tornou nove, ela tentou de tudo para consertá-lo, mas sem chance. Até o sinal tocar. Como era possível? Eram oito horas. Os alunos saíram correndo para fora da sala, deixando apenas Maia e a professora na sala. A menina deu de ombros e colocou o relógio no pulso de volta, quando estava saindo da sala, parou na porta e olhou o relógio em cima do quadro que mostrava nove horas. Como?


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