Capítulo 2

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- Eu sinto muito, garanto que não foi a intenção de Jason lhe machucar - Ela fala após alguns segundos me encarando, coisa que me deixou um pouco desconfortável. - Eu sou Camila Cabello - Se apresenta como se eu já não soubesse, afinal meu robe preferido desde que comecei a trabalhar em sua empresa, é poder lhe observar mesmo que de longe. Eu já mencionei que Camila é uma mulher muito bonita? - Jason é meu funcionário - Informa e isso me faz pensar o quanto sou uma funcionária insignificante, já que sequer sabe que também trabalho para ela. - E você é Lauren, estou certa? - Assinto. - Alguém para quem eu possa ligar e informar o que aconteceu? Seus pais? Algum namorado? - Faço uma pequena careta.

- Não se preocupe, não precisa disso, afinal não aconteceu nada de mais - Dou de ombros tentando demonstrar naturalidade, mas ela continua com seu olhar fixo em mim, como se ainda esperasse uma resposta concreta. - Moro apenas com meu pai e no momento não quero e nem posso preocupa-lo com isso - Sua expressão não muda.

- Só você e seu pai? - Assinto. - Então querendo ou não preciso comunica-lo - Nego rapidamente.

- Por favor ele não pode se preocupar com nada nesse momento.

- Mas...

- Se seu medo é específico, posso lhe garantir que não farei nada contra seu funcionário, mesmo ele sendo o responsável por minha provável demissão - Acabo sussurrando a última parte, lembrando da fama imperdoável dessa mulher na sua empresa. Então como eu posso simplesmente apresentar um atestado médico quando mal passei na minha experiência?

- E por que acha isso? - Questiona me dando a certeza que ouviu o resmungo.

- Tem certeza que não sabe? - Sai antes mesmo que eu pudesse segurar. - Sou auxiliar da senhora Hughes - Ela parece surpresa, e surpresa até demais ao meu ver. - E por favor não me demita - Praticamente imploro. - Eu preciso muito desse emprego. Prometo dar o meu melhor e não deixar que minha situação atrapalhe meu desempenho - Junto as mãos em frente ao peito, eu estava desesperada só em pensar na hipótese de ficar desempregada.

Ela fica em silêncio, mas não deixando de me encarar. Puxa seu celular antes de dizer: Só um momento por favor - Ainda vejo ela desbloquear a tela antes de sair do quarto.

De repente me sinto agoniada e por isso decido levantar, e mesmo com dificuldades por conta da bota ortopédica, recolho todas as minhas coisas decidida a sair dalí o mais rápido possível, mas tudo vai por água abaixo quando escuto a porta do quarto se abrir.

- Seu médico já... - Para de falar e me encara, depois passando seu olhar pelo o ambiente. - Está de saída? - Parece divertida. - Se está com medo de perder seu emprego, fugir não é a melhor solução - Reviro os olhos já disposta a sair dalí o quanto antes, mas ela segura meu braço com um toque delicado. - Prometo que não farei nada contra você - Foi inevitável não soltar um suspiro em alívio. - O médico já assinou sua alta e também prescreveu alguns medicamentos necessários, mas não se preocupe, Jason já foi providenciar tudo - Lhe encaro envergonhada. - Vamos levá-la para casa.

- Não precisa - Rapidamente falo.

- Faço questão, terá todo o meu apoio - Me encara da cabeça aos pés. - A enfermeira disse que logo traria uma cadeira de rodas, mas aparentemente não será necessário, você é dura na queda - Novamente é divertida.

Ela aproveita da aproximação para me guiar para fora do quarto, e então para fora do hospital. Não demorei a notar o homem responsável por tudo isso, já que mesmo parecendo envergonhado, se aproximou para me ajudar.

Adentrei o carro e após falar meu endereço, o silêncio se fez presente, afinal eu não sabia como agir naquele momento.

Olhei para o lado e vi a mulher entretida já com seu celular em mãos, algo importante o suficiente para prender sua total atenção.

- Por que pagar milhões para alguém, se aparentemente você poderia gerar seu próprio filho? - Eu sei, acabei sendo levada por minha curiosidade e agora com seu olhar sobre mim, tenho medo de ter sido indelicada demais. Mas Camila acaba sorrindo.

- Tenho os meus motivos - Sua voz não soa rude. - Agora me responda você, teria coragem de emprestar seu útero durante nove meses por cinco milhões de dólares? - Arregalo os olhos, esse valor sempre iria me impressionar.

- Até parece que eu teria essa chance - Reviro os olhos para parecer descontraída, mas no fundo eu estava nervosa com a simples hipótese.

- O que faria com o dinheiro? - Arqueia uma sobrancelha, de repente interessada em minha resposta.

- A primeira coisa que eu faria seria pagar todo o tratamento do meu pai, e não precisaria de todo esse dinheiro, se você me prometesse que cuidaria dele e no fim ele ficasse bem, é óbvio que eu faria tudo isso até por muito menos - Aproveito e respondo sua primeira pergunta. Percebo um interesse maior transparecer em seus olhos.

- Estaria disposta a assinar um contrato e passar por todo esse processo? - Me pega de surpresa. - Deve imaginar que assim que a criança nascer a mesma será minha e nunca mais terá notícias dela, certo? - Continua me encarando.

- Está falando sério? - Eu não conseguia acreditar.

- Você é jovem e aparentemente saudável - Continuo incrédula. - Sem contar que sua beleza é algo a se admirar, e eu sei que não deveria pensar por esse lado mas não acharia de todo mal se minha filha puxasse esses olhos tão marcantes que você tem - Acabo me encolhendo, completamente envergonhada.

Confesso que estou surpresa e sem acreditar no que acabou de acontecer, pois em um momento eu estava lendo sobre a notícia nos jornais, e no outro eu recebia a proposta diretamente da mulher. E é claro que eu estou considerando a ideia. Pois estamos falando de uma grande chance que eu tenho de proporcionar todo o tratamento necessário que meu pai precisa.

Não vou negar que minha vontade é de aceitar sem pensar duas vezes, até porque tudo que chego a pensar me leva a fazer isso. Hoje mesmo cheguei a me perguntar o que faria com tantas contas em aberto, e lembro que prometi a mim mesma dar conta de tudo enquanto meu pai estiver ausente, pois só quero ver ele bem de novo, aquele homem é a única pessoa que ainda me resta.

Por isso não penso mais ou vou acabar enlouquecendo, sem contar que devo me apegar a essa impulsividade, ela me diz que no fim tudo vai dar certo. Então olho para o lado e encontro os olhos castanhos já me observando em expectativa.

- Como tudo isso vai funcionar? - Seu sorrisinho se mostra satisfeito.

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