Capítulo 9

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Camila tinha razão, seus pais chegaram no dia seguinte que ela informou sobre minha existência, sem contar na parte de ser paparicada, e olha que ainda nem estou grávida. E falando nisso, hoje é o grande dia, o dia tão esperado para realizar a fertilização, e confesso que estou em uma mistura de sentimentos, sendo mais predominantes a ansiedade e nervosismo.

E se não funcionar de primeira? Pois a médica informou que isso pode ser um processo demorado, mesmo meu corpo estando em perfeito estado para tal procedimento.

Tenho medo de decepcionar a família Cabello, essa que está ansiosa ao extremo e isso acaba refletindo em mim.

- Querida? - As batidas na porta chama a minha atenção. Sorrio já sabendo de quem se tratava.

- Pode entrar, Sinuhe - Demorou para que eu me acostumasse a chamar a mãe de Camila apenas por seu primeiro nome, pois mesmo ela me advertindo todas as vezes que eu me comportava formalmente, eu lembrava que no contrato havia uma cláusula sobre certa intimidade com os membros da família. Pois é, mesmo desistindo de ler no quinto parágrafo, tento levar a sério as cláusulas que cheguei a ler.

- Ansiosa? - Seu sorriso é doce antes dela sentar ao meu lado na cama, assim como das outras vezes.

- Demais - Confesso, pois desde o momento que a vi senti que poderia confiar cegamente nela. - Acha todo esse nervosismo certo? - Ela fica sem entender por alguns segundos, mas logo oferece um sorriso acolhedor. 

- Claro que é certo, bobinha - Segura em meu queixo. - Claro que é - Repete se limitando em sua fala. - Camila e Alejandro estão a nossa espera - Comunica. - Você já está pronta? - Me olha de cima a baixo. - Linda como sempre - Junta suas mãos em frente ao peito e suspira antes de levantar e me estender uma mão, essa que eu rapidamente aceito de bom grado.

Meu tornozelo já estava uns noventa por cento bom, realmente não foi nada grave, mas eles insistiam que eu ainda deveria ficar em repouso e evitar qualquer movimento que exigisse esforço desnecessário do mesmo, algo completamente contraditório se eu levar em consideração as tardes que Camila me convida para visitar os jardins. Mas confesso que gostei da mínima aproximação que ela me ofereceu, com isso raramente se lembrando de todo o seu discurso sobre contrato e que devemos segui-lo fielmente.

- Bom dia - A voz de Camila preenche meus ouvidos, me fazendo olhar para o final da escada onde ela já subia alguns degraus até nós. - Deixa que eu te ajudo - Sorrir em direção a mãe que prontamente se afasta, terminando de descer logo em seguida.

- Bom dia - Respondo com uma voz baixa enquanto descemos em silêncio. - Obrigada.

- Não precisa agradecer por isso - Sorrio para ela enquanto a mesma já me direcionava para o lado de fora. - Sabe, eu pensei em passar na clínica para você visitar seu pai - Lhe encaro rapidamente. Afinal ela não havia mencionado quando podia me levar lá novamente, e mesmo eu querendo muito, não conseguia achar uma forma de pedir por isso sem parecer inconveniente demais.

- Sério? - Não consegui esconder a felicidade.

- Claro que sim, já faz uma semana que não o ver, sem contar que ainda não o visitou na clínica nova - Ela mal tinha terminando de falar e eu já estava em seus braços, lhe abraçando com toda minha força ao tentar expressar a felicidade que eu sentia.

- Obrigada! Obrigada! Obrigada! - Eu podia ouvir seu risinho com minha animação, antes de também sentir sua mão apertar minha cintura. Ela se afastou minimamente, fazendo nossos olhares se encontrar.

- Só quero te proporcionar aquilo que merece, sem contar que amo ver esse seu sorriso que me encanta cada vez mais - Fico envergonhada.

Camila se aproxima devagar na intenção de deixar um beijo em minha bochecha, esse que esperei e aproveitei o máximo que pude. Ela suspirou contra meu rosto antes de se afastar com um movimento suave.

Em silêncio caminhamos para fora da mansão, onde Jason já nos esperava juntamente com Sinuhe e Alejandro dentro do carro.

Camila me ajudou antes de também se acomodar, sendo assim Jason partindo dalí logo em seguida. O caminho é distante da casa da mulher, e eu já me preparava para isso, mas tudo ficava melhor passando o tempo entre uma conversa e outra.

- Espero que seja uma garotinha linda como a mãe - Alejandro comenta, olhando para Camila. - Tenho saudades de quando era apenas um bebê - Ela sorrir para ele.

- Já eu tenho certeza que será um menino - A voz da senhora mais velha era carregada em esperança, por isso sorri, e sorri mais ainda com a pequena careta de Camila.

- E se for menina? - Entro no debate.

- Vou amar da mesma forma - Se apressa na sua resposta. - Mas confesso que não seria nada mal ter um menininho nessa família - Os olhos de Sinuhe brilhavam.

- Mamãe sempre deixou claro sua preferência - Camila revira os olhos.

- Está querendo me dizer algo, mocinha? - Estreita os olhos.

- Sabe que não - Fala sem muito humor. - Tenho sorte de ter vocês como pais, por isso não tenho nada a reclamar, afinal sempre tive tudo de vocês - Dá de ombros fazendo a senhora sorrir satisfeita antes de me encarar.

- E seu pai, Lauren? Como está? - É curiosa.

- Ontem liguei na clínica e o médico disse que ele está respondendo bem ao novo tratamento - Não consigo controlar a felicidade de poder dizer isso.

- Tenho certeza que ele ficará bem logo, ele vai vencer essa fase - Suspiro esperançosa ao concordar e olhar contra o vidro do carro, pedindo aos céus para que tudo dê realmente certo.

E com isso, minha mente fica ocupada com os planos que diariamente faço, todos sendo para quando essa turbulência passar. 

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