Barriga de Aluguel (G!P)

Capítulo 7

Não pude deixar de notar a mansão luxuosa a minha frente, e isso me fez sair um pouco da realidade, me perdendo em pensamentos.

- Tudo bem? - Desperto e encaro Camila, essa que já estava do lado de fora do carro, e eu nem mesmo notei o momento que ela abriu a porta do mesmo.

- Sempre morou aqui? - Rebato com uma nova pergunta, mas ela apenas sorrir negando com a cabeça.

- Não. Na verdade tem um pouco mais de dois anos que comprei essa casa, apenas quando tive certeza que era em Nova Iorque que eu pretendia ficar - Dá de ombros. - Vamos entrar? Afinal essa também será sua casa durante esses meses - Estende uma mão que eu seguro de imediato. Ela me ajuda a subir alguns degraus até atingirmos a porta principal. 

Fiquei bastante admirada quando adentramos a casa, tudo parecia espaçoso e luxuoso ao meu ver, mas não era como se eu esperasse outra coisa vindo de Camila, afinal ela exala riqueza.

A cada passo que eu dava ficava ainda mais envergonhada, pois mesmo me sentindo bem vestida, meu interior entregava o quanto minha realidade não condizia com tudo aquilo.

Camila me guiou até um quarto sem pressa alguma, e sempre atenciosa ao me analisar em cada passo que eu dava.

- Obrigada - Agradeço após sentar sobre a cama macia e confortável.

Olhei ao redor e constatei que o quarto condizia com o restante da casa, algo totalmente distante da realidade em que eu me encontrava à algumas horas atrás.

- Fico feliz que tenha gostado - Mesmo alí sendo parte do seu ambiente, ela parecia desconfortável. - Eu vou pedir para prepararem algo para você comer - Aponta para fora, antes de sair e me deixar sozinha.

Levanto e caminho até uma varanda que me chamou a atenção, e fico ainda mais encantada quando meus olhos capturaran um enorme jardim. Suspiro contra a brisa fria daquela tarde, fechando os olhos e aproveitando o momento antes de decidir tomar um banho, com o intuito de tentar relaxar um pouco. Mas não demoro muito, apenas o suficiente para Camila retornar com uma bandeja recheada.

- Vamos dividir? - Questiono quanto a quantidade de comida. Ela apenas sorrir e coloca em cima do meu colo.

- Precisa se alimentar bem a partir de agora - Acredito que sua fala foi por capturar minha careta ao notar alguns alimentos.

- Nem estou grávida ainda - Rebato descontraída, ainda analisando bem o conteúdo da bandeja.

- Mas ouviu Ally, quanto mais cedo começar uma boa alimentação, melhor - Assinto.

Antes de levar o garfo com algumas frutas até minha boca, paro e encaro a mulher de pé na minha frente.

- Pode sentar, falei sério sobre dividir - Rapidamente nega. - Vamos lá, tem que ser uma boa influência para a pessoa responsável por gestar seu filho - Percebo ela revirar os olhos e sorrio com aquilo. - E eu sei que temos um acordo a seguir, mas pelo menos manter uma boa relação é essencial - Ela não diz nada. - Eu não entendo muito sobre gravidez mas já ouvi dizer que os hormônios te deixam louca - Encaro seus olhos. - E eu não quero ficar louca e solitária durante esses meses - Continua em silêncio por alguns segundos.

- Você está me enrolando, vamos lá, coma tudo - Aponta para a comida.

- Só se dividir comigo - Eu sei, talvez eu esteja passando dos limites e querendo forçar algo que ainda não existe, mas não custa nada quebrar todo aquele gelo, afinal vamos conviver durante nove meses ou até mais. - Abre a boquinha... - Ergo o garfo recheado na direção dela.

- Vou deixar você à vontade - Sai logo em seguida, ignorando minha brincadeira.

Observo seu caminhado até a porta do quarto e faço uma careta, antes de começar a comer.

- Coitada dessa criança se puxar esse humor da mãe - Resmungo com a boca cheia. - Uma hora sorrir abertamente e na outra não aceita qualquer brincadeirinha - Dou de ombros levando outra garfada até minha boca.

Durante as última semanas confesso que minha alimentação não estava sendo uma das melhores, primeiro que descobrir o quadro clínico do meu pai me abalou o suficiente para que minha fome desaparecesse durante alguns dias, e segundo que todos os meus gastos se tornaram contados o minimamente possível, e isso inclui coisas básicas como certas refeições.

Terminei de comer e olhei para a varanda novamente, cedendo a vontade de explorar mais do lugar.

Com um pouco de dificuldade levanto, mas suspiro percebendo que não vou conseguir me equilibrar ao mesmo tempo que desejo carregar a bandeja até lá em baixo. Então decido deixar ela alí ou um possível tombo pode piorar minha situação.

Saio do quarto e vou em direção as escadas, essa que foi um pouco difícil para subir e que após fazer isso, fui instruída a não transitar frequentemente e muito menos quando estivesse sozinha. Mas dou de ombros para esse último pensamento.

Demorou mas alcancei o andar de baixo, olhando ao redor e não percebendo ninguém. Vou até o lado de fora e sigo o caminho do lugar que mais me chamou a atenção.

- Onde a senhorita pensa que vai? - Arregalo os olhos.

- Mas que caralho! - Levo uma mão ao peito, respirando fundo na tentativa de acalmar as batidas do meu coração.

- Vai ter que aprender a controlar esse linguajar - Adverte, mas ao encarar seu rosto eu podia notar um ar risonho.

- Por que? - Faço uma careta e Camila se aproxima.

- Sabia que bebês podem escutar o que falamos? Principalmente você que estará carregando a criança - Reviro os olhos.

- E você acha que assim que seu filho nascer vai sair xingando todo mundo que ver pela a frente? - Ela fica séria. - Tudo bem - Levanto as mãos e ela fica em silêncio, sem demonstrar qualquer reação. - Hm, você viu Duda? - Puxo outro assunto, mas não deixando de querer saciar uma curiosidade.

- Jason havia comprado algumas coisas para ela, acredito que esteja lhe acomodando nesse momento - Assinto. - Você comeu? - Assinto novamente. - Tudo bem, acho que sei o que te fez vir até aqui, isso se você chegou a ter a visão da varanda do seu quarto - Fala se aproximando. - E eu tenho certeza que vai amar ver de perto - Entrelaça seu braço no meu, me guiando entre o gramado.

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Por enquanto é só! Até logo 🤗