Capítulo 11

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Despertei e olhei contra a janela, já estava noite e isso me surpreendeu. Tinha dormido assistindo um filme logo após o almoço.

Levantei e fui até o banheiro, fazendo minhas necessidades e logo decidindo tomar um banho, pois mesmo dormindo por horas, meu corpo parecia exausto.

Me livrei das roupas e liguei a ducha, essa que estava em uma temperatura perfeita e que me fez suspirar. Demorei um pouco, aproveitando o momento relaxante.

Vesti um moletom, esse sendo uma das poucas peças que trouxe, e não sequei o cabelo, decidindo deixar secar naturalmente, afinal eu não vou dormir nem tão cedo.

Abri a porta do quarto e saí em seguida, meu corpo já estava descansado e relaxado demais para receber um novo ser.

Quando cheguei ao topo da escada, escutei algumas vozes, estavam baixas e isso atiçou minha curiosidade, me permitindo ficar quieta e em silêncio.

- E ela é tão bonita...

- Mamãe - O tom de Camila foi em repreensão.

- Eu me preocupo com você, sabia? - Rebate parecendo indignada.

- Eu sei, mas não é assim que funciona.

- Não gosta dela? - A curiosidade veio de Alejandro e isso atiçou ainda mais a minha.

- Até você? - Todos sorriem. - É claro que gosto - Arqueio uma sobrancelha. - Já viram o quão espontânea ela é? Amo agora poder observar todas as suas reações. Ela é doce e suave, completamente diferente de qualquer outra pessoa que já conheci - Cruzo os braços em desdém. - Lembro da primeira vez que a vi, ela estava focada em alguns papéis que Normani deu a ela, lembro dela sorrir sobre algo e em seguida desviar para umas das suas colegas, falando algo próximo ao seu ouvido - Travo. - Foi o sorriso mais lindo que vi em toda a minha vida. E desde então todos os meus dias naquela empresa se tornaram um martírio ao tentar desviar dos olhares que tanto me chamava a atenção, para no fim eu me render a eles como se não houvesse outra escolha. Ela é perfeita em todas as formas possíveis, pois se também está aqui não é apenas pelo o dinheiro - Arregalo os olhos constatando que era sobre mim que eles falavam.

- Nisso você tem razão, e eu torço muito para que Michael fique bem logo - Acabo sorrindo ao desejar o mesmo junto a Sinuhe. - Mas voltando ao assunto principal, se acha tudo isso sobre ela, por que você não vai mais além? Quem sabe assim meu neto é criado por suas duas mamães - Eu podia sentir a animação em sua voz, e todo esse contexto me deixava estranha, mas um estranho bom.

- Lauren ainda é jovem, acabou de entrar para uma vida profissional. Até parece que vai abrir mão de tudo para se tornar mãe e esposa - Bobinha, nem imagina que eu abriria fácil, fácil... - Sem contar que... - Sua fala morre por alguns segundos. - Ela não faz ideia de quem eu sou... - Rapidamente fico sem entender.

- E quem você é? - Escuto uma movimentação antes de Sinuhe voltar a falar. - Me fale, quem você é? - Seu tom foi duro no final. - Porque eu não sei mais o que fazer para você entender que é perfeita da maneira exata que é - Desço mais alguns degraus, quando a voz se torna mais baixa. - Você é linda, inteligente, responsável e dona do seu próprio nariz, e eu desejo tanto que encontre alguém a sua altura, apenas para que nunca deixe de pontuar aquilo que você realmente é, porque você merece toda a felicidade que a vida puder lhe oferecer, minha filha - Funga. - Você é a minha vida e eu só vou ficar em paz quando você também estiver. Por isso eu te peço que se permita a viver, se permita estar com uma pessoa que te faça bem o suficiente ao ponto de você não achar que tem algo de errado consigo mesma - Funga mais uma vez. - Eu quero poder te olhar e ver que sua felicidade é grande o suficiente para transbordar em seus olhos...

- Me desculpe, mamãe - Camila pede parecendo cansada. - Não foi minha intenção te fazer chorar - Ficam em silêncio por alguns segundos.

- Eu sei, e sei também que você tem seus medos quando o assunto é se abrir para o amor, mas por mim, eu imploro que se permita se sentir bem e amada, e eu não falo isso apenas em relação a Lauren mas sim por qualquer outra mulher que encha o seu peito - A resposta veio de imediato.

- Por que não se recompõe enquanto eu vou chamar Lauren para o jantar? - Arregalo os olhos e me ergo em um pulo, nem percebendo em que momento me permiti sentar. - Quem sabe assim a presença dela te distraí um pouco, hm? - Mais silêncio, e isso me deixa ainda mais nervosa ao imaginar ser pega ouvindo a conversa dos três.

- Tudo bem, querida - Ainda consigo ouvir e me apresso ainda mais, principalmente quando escuto alguns passos contra a escada.

Rapidamente entro e fecho a porta do quarto, sentando na cama logo em seguida. Tento controlar a respiração da adrenalina sofrida e nesse meio tempo Camila bate contra a porta.

- Pode entrar - Forço a garganta.

- Vim te chamar para o jantar - Sorrir mas logo franze o cenho. - Está tudo bem? - Me analisa.

- Claro que está - Faço um movimento com a mão. - E eu já ia descer, só estava terminando de me arrumar - Passo a mão por meu cabelo molhado.

- Então vamos? - Se aproxima e oferece um braço.

Aceito sua gentileza com um sorriso humorado, tal como o dela. E a cada passo que dávamos minha mente ia suavizando e esquecendo pelo menos por agora da conversa de minutos atrás.

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