capítulo 6

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EMILY ALVES

Ainda na mesa, tomando a água tranquila, o japonês novamente invade meu espaço pessoal entrando na cozinha, me olhando.
— você me ama tanto assim? Não consegue ficar muito tempo longe de mim. — solto, tomando mais um gole de água.

— te mamo mesmo. — diz, vindo com passos pequenos até onde eu estava.

— Alberto! — o repreendo, ele sorri pegando o copo de água da minha mão, e tomando, tudo.
— puta que pariu! Qual é o problema de vocês comigo? Não me deixam em paz um minuto. — digo já nervosa.

— é muito bom te ver estressada, você fica tão linda. — ele soltou isso tão naturalmente que percebi no mesmo instante que saiu sem querer.

— ferindo seu ego assim me elogiando, oque aconteceu com o verdadeiro Alberto? — questiono, o vendo chegar mais perto.
Ele se pós no meio das minhas pernas, e comecei a notar algo um tanto quanto diferente...

Quando mais perto ele chegava, mais eu percebia algo, e então vi por completo.
Seu pescoço tinha umas pequenas marcas roxa, provável chupão, sorrio irônica, me afastando.
— tá de brincadeira comigo, Alberto? — pergunto.

Estou posessa de ódio sem motivos, afinal, não tenho nada com ele, mas se ele pensa que eu sou apenas mais uma, ele está muito enganado.

— oque foi? — pergunta simples, colocando sua mão na minha perna.

— vai se foder! — o empurro, descendo da mesa, enquanto ele me olhava confuso. — e da um jeito nesse seu pescoço, tá feio! — tento sair da cozinha, mas ele segura meu braço, me fazendo olhar pro ele.

— você tá com ciúmes? — ele pergunta como se fosse seu único objetivo.

— claro que não, ainda mais de você.
Eu não sou apenas mais uma Alberto, então para de brincadeira comigo.  — digo seca, puxando meu braço e saindo da cozinha.

E quando voltei pra cozinha que pude perceber que eles tinham bebido, e provavelmente estavam alcolizados.
Dinho tinha um cigarro entre os dedos e dava longas tragadas, Samuel e Sérgio tinha uma garrafa de cerveja na mão, Júlio tomava apenas uma latinha de cerveja.

Fui até Dinho sem ninguém perceber que eu estava na cozinha.
Puxo o cigarro da mão dele, e assim, todos percebem minha presença.
E todos tentam esconder a cerveja atrás de si.
— mais que porra! — digo, já furiosa e sem paciência alguma.
— vocês estão bêbados. — apago o cigarro, jogando no chão e pisando em cima.

— e qual é o probelma? — Dinho pergunta provavelmente com raiva por conta do cigarro.

— você disse que tinha parado de fumar.

— eu menti. Ok, Emily? Eu não consigo parar, então me deixa em paz! — diz furioso, saindo da sala.

— ok, então... — digo cabisbaixa.
Olho para os garotos, que me olham com medo de eu ver a cerveja, sorri sem graça com os olhos cheios d'água.
Bento surge na sala, se sentando na cadeira sem me olhar.
— não precisam esconder a cerveja, eu já vi.
E não ligo, vocês sabem oque fazem! — falo simples, indo na mesma direção de Dinho.

Ele estava sentando na porta dos fundos, olhando as estrelas com atenção.

— bizaro de pensar que um dia eu estarei bem longe daqui.
Será como deve ser esse negócio de sumir pra sempre, maninha? — ele diz sem me olhar, com a voz seria e pensativo.

Sobre Você - Bento HinotoOnde histórias criam vida. Descubra agora