Londres, 1979
O salão da mansão Riddle estava envolto em uma aura sombria, enquanto Georgina, ainda fraca do parto, recostava-se em uma poltrona, observando com ternura o pequeno Mattheo em seus braços. Ela acariciava gentilmente a bochecha do bebê, perdida em pensamentos sobre o futuro incerto.
Enquanto Georgina estava perdida em seu momento com o pequeno, Tom, agora lorde Voldemort, observava de longe, sua expressão oculta por trás da máscara fria que ele sempre mantinha. Embora não houvesse amor romântico entre ele e Georgina, havia uma estranha conexão, uma confiança que ele depositava nela, mesmo relutante em admitir.
Tom aproximou-se lentamente, seus passos silenciosos ecoando pelo chão de madeira enquanto ele se aproxima de Georgina e do seu bebê. Seus olhos verdes brilhavam com uma mistura de curiosidade e desconforto, pois a presença de Mattheo era um lembrete constante das mudanças em sua vida e principalmente, que Georgina já não o amava mais.
Georgina ergueu o olhar ao perceber a presença de Tom, seu coração pesando com o conhecimento das tensões crescentes entre eles desde o nascimento do garotinho. Ela sabia que o efeito da amortentia havia desaparecido, deixando para trás uma rachadura na frágil relação dos dois.
- O que você quer, Tom? - ela perguntou, enquanto sorria para o bebê adormecido em seus braços.
Tom olhou para Georgina e para o bebê, sua expressão inescrutável enquanto ele se aproximava. Ele estendeu a mão para acariciar a cabeça de Mattheo, um gesto que parecia estranhamente desajeitado vindo dele.
- Ele é... estranhamente impressionante. - comentou Tom, sua voz fria e calculista. - Ele se parece comigo.Georgina deu um leve sorriso ao escutar a voz de Tom suavizando aos poucos.
- Pelo menos você é bonito, só espero que pareça com você apenas no quesito beleza. - retruca Georgina, encarando Tom que agora estava sentado ao seu lado.
- Por que você me odeia tanto? Qual o problema dele se parecer comigo? - pergunta Tom, aumentando o tom de voz e irritando Georgina.
- Você me sequestrou, me obrigou a fugir de você e ficar longe dos meus amigos e do meu pai por anos depois me sequestrou de novo, me obrigou a tomar uma poção que me deixou apaixonada por você por uns 30 anos e você ainda pergunta por que eu te odeio?
Tom fitou Georgina com um misto de surpresa e incompreensão, suas feições imutáveis sob a máscara de frieza. Ele nunca esperava que Georgina trouxesse à tona todas essas mágoas do passado, embora soubesse que suas ações haviam causado dor a ela.
- Georgina, eu... - começou Tom, sua voz vacilante por um momento. - Eu não pretendia...
- Não pretendia o quê? Me obrigar a viver uma mentira? Manipular meus sentimentos? - interrompeu Georgina, sua voz carregada de amargura. - Você nunca se importou comigo de verdade, Tom. Você só se importa consigo mesmo e com o seu poder.
Tom cerrou os punhos, sentindo a raiva fervendo dentro de si. Ele sempre acreditou que Georgina era a única pessoa que o entendia, que o aceitava pelo que ele era. Mas agora, diante das palavras cortantes dela, ele percebia que estava errado.
- E o que você quer que eu faça? - perguntou Tom, sua voz ecoando pelo salão. - Você quer que eu mude? Que eu me torne algo que não sou?
Georgina soltou um riso amargo, seus olhos fixos nos dele.
- Você nunca vai mudar, Tom. Você sempre será isso, não importa o que faça. E eu... eu simplesmente não consigo olhar para você com qualquer afeto depois do que você fez. Se queria minha ajuda, era só ter me pedido há anos atrás.
Tom sentiu uma pontada de dor no peito ao ouvir as palavras de Georgina. Ele sabia que ela estava certa, que seu coração estava vazio e que nada que ele fizesse poderia preenchê-lo. Ele queria gritar, queria ordenar que ela se calasse, mas uma parte dele sabia que ela estava certa.
- Eu não posso fazer isso, Georgina. Eu não posso mudar quem eu sou, nem mesmo por você. - admitiu Tom, sua voz soando frágil pela primeira vez.
Georgina o encarou por um momento, uma mistura de tristeza e resignação em seu olhar.
- Eu sei. E é por isso que eu preciso ir embora. Eu não posso ficar aqui e assistir você destruir tudo o que toca. - disse ela, tentando levantar-se da poltrona com dificuldade, segurando Mattheo em seus braços.
- Você não vai embora. - diz Tom, segurando o braço livre de Georgina.- O que você vai fazer para me impedir? Vai me obrigar a te amar, de novo? - ela grita, acordando o bebê que dormia tranquilamente em seus braços.
Tom cerrou os punhos com força, sentindo a fúria crescer dentro de si. Ele não estava acostumado a ser desafiado, especialmente por alguém que ele pensava que estava sob seu controle.
- Você não vai a lugar nenhum. - rosnou ele, sua voz ecoando pelo salão.
Georgina ergueu o queixo em desafio, seu olhar firme.
- Eu não sou sua propriedade, Tom. Você não pode me prender aqui para sempre.
Um silêncio tenso pairou sobre eles, o ar carregado com a energia elétrica da discussão. Tom sentiu uma mistura de raiva e frustração pulsando em suas veias. Ele nunca permitiria que alguém desafiasse sua autoridade, especialmente Georgina, que ele acreditava ser sua aliada mais leal.
- Você não pode me deixar. - disse Tom, sua voz soando como um rosnado baixo.
- Assista-me. - retrucou Georgina, sua voz carregada de determinação.
Um brilho de fúria cruzou os olhos de Tom enquanto ele segurava o braço de Georgina com mais força, sua respiração irregular. Ele queria gritar, queria exigir que ela reconsiderasse sua decisão, mas algo dentro dele sabia que era tarde demais.
- Vá então. - disse ele finalmente, sua voz fria e cortante. - Mas saiba que você não encontrará paz em lugar nenhum. Você vai voltar e sabe disso.
Georgina olhou para ele por um momento, seus olhos marejados com lágrimas não derramadas. Ela sabia que a decisão de partir não seria fácil, mas era a única escolha que lhe restava. Com um último olhar para o homem que um dia pensou que pudesse amar, ela virou-se e começou a se afastar, segurando Mattheo com cuidado.
Tom assistiu em silêncio enquanto Georgina deixava o salão, uma sensação de vazio se espalhando por seu peito. Ele sabia que havia perdido mais do que apenas uma aliada; ele tinha perdido uma parte de si mesmo que ele nunca soube que tinha. Enquanto a porta se fechava atrás dela, Tom ficou sozinho na escuridão, confrontado com a cruel realidade de sua solidão.Tom assistiu em silêncio enquanto Georgina deixava o salão, uma sensação de vazio se espalhando por seu peito. No entanto, antes que ela pudesse desaparecer completamente pela porta, ele sentiu a raiva fervendo dentro de si, misturada com um toque de desespero.
- Se você ousar cruzar essa porta, Georgina, saiba que não haverá lugar onde você possa se esconder. Os Comensais caçarão você e tirarão Mattheo de você. E eu farei questão de garantir que nunca mais veja o rosto do seu filho novamente. - a ameaça de Tom era gelada e cruel, ecoando pelo salão.
Georgina virou-se para encará-lo, uma mistura de raiva e medo nos olhos. Ela sabia que Tom era capaz de cumprir suas palavras, e a ideia de perder Mattheo para ela era insuportável.
- Você não faria isso. - sussurrou ela, quase o desafiando.
- Não teste minha paciência, Georgina. Você passou muitos anos ao meu lado e sabe muito bem do que eu sou capaz para conseguir o que eu quero. - a voz de Tom era um sussurro perigoso.
Por um momento tenso, Georgina e Tom se enfrentaram, o silêncio preenchido apenas pelo som abafado da respiração deles. Finalmente, Georgina engoliu em seco, sua decisão sendo moldada pela preocupação com a segurança de seu filho.
- Está bem, eu fico. - disse ela, sua voz quase um sussurro. - Mas se algo acontecer com ele, eu vou me tornar o seu pior pesadelo, Tom.
Tom a observou por um momento, sua expressão indecifrável sob a máscara. Então, com um aceno de cabeça, ele permitiu que ela partisse, sabendo que, por enquanto, havia garantido sua obediência.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A profecia - Draco Malfoy (em pausa)
FanfictionGeorgina Slughorn, filha de Horácio Slughorn com uma bruxa desconhecida nasceu no dia 15 de Outubro de 1927 em Londres, na Inglaterra. Aos 10 anos descobriu junto de seu pai e o professor Dumbledore sobre uma profecia que carregava seu nome. "Uma ga...