59- O Colar

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O Três Vassouras era quase aconchegante no frio que se alastrava pela Grã-Bretanha. Helena estava enrolada em sua capa de frio enquanto esperava sua cerveja amanteigada chegar, ela ouvia a conversa entre Harry e Rony, então seus olhos encontraram Ginny e Dino, os dois se beijavam no canto.

— Olhe lá, Rony. — Helena riu.

Rony, Harry e Hermione olharam ao mesmo tempo. Ginny e Dino continuavam a se beijar.

— Ah, olhe lá. — Helena apontou para a entrada. Lá estava Mundungo. — Aquele cara de pau, vive levando as coisas de minha casa para vender.

Helena foi se levantar para confrontar Mundungo, mas as cervejas de todos eles chegaram. Helena se sentou de volta ao lado de Harry e pegou sua caneca e começou a beber o conteúdo dela. Hermione, diferente de sua postura natural, começou a contar piadas.

Helena gargalhou com a boca cheia, cuspindo cerveja para todo o lado. Os quatro adolescentes riam juntos. Rony e Hermione viravam o rosto quando Harry e Helena começavam a se encarar quietos, como se fossem se agarrar na frente dos dois. O coração de Helena batia forte no pescoço, ela sentia seu rosto ficar quente a cada vez que puxava ar para os pulmões, seu ventre formigava e ela teve de voltar a olhar para Hermione, que encarava as próprias pernas, Rony que olhava para o teto.

No instante em que Harry tomou os últimos goles de sua cerveja, Hermione disse:

— Então, vamos encerrar o dia e voltar para a escola?

Os outros três concordaram. O caminho não era agradável, e quanto mais se demoravam, pior ficava o tempo. Mais uma vez eles se enrolaram bem nas capas, ajeitaram os cachecóis, calçaram as luvas e saíram do bar em seguida a Katie Bell e uma amiga, e tornaram a subir a rua principal.

Helena andava na frente. A capa branca quase sumia na neve e seu cabelo vermelho se contrastava. Ela as vezes se virava e os esperava e voltava a acompanha-los. Ela não parecia ter mudado do quinto ano para o sexto. Exceto que estava mais magra, parecia doente, muito pálida e os cabelos cada vez mais perdendo a cor vibrante.

Levou algum tempo para ele perceber que as vozes de Katie Bell e sua amiga, que o vento trazia até ele, tinham se tornado mais altas e esganiçadas. Harry apertou os olhos para ver melhor seus vultos indistintos. As duas discutiam a respeito de alguma coisa que Katie segurava na mão.

— Não é da sua conta, Liane! — Harry ouviu Katie dizer. Eles contornaram a curva da estrada, o granizo caía denso e rápido, embaçando os óculos de Harry. No instante em que ele ergueu a mão enluvada para limpá-los, Liane tentou agarrar o pacote que Katie levava, esta resistiu, e o pacote caiu no chão.

Na mesma hora, a garota se ergueu no ar graciosamente, com os braços estendidos como se fosse voar. Contudo, havia alguma coisa errada, alguma coisa esquisita... o vento forte fazia seus cabelos chicotearem, mas seus olhos estavam fechados e o rosto, vidrado. Helena, Harry, Rony, Hermione e Liane pararam instantaneamente para observar.

Então, a quase dois metros do chão, Katie soltou um grito pavoroso. Seus olhos estavam arregalados, e o que quer que estivesse vendo ou sentindo causou-lhe visivelmente uma terrível angústia. Ela gritava sem parar. Liane começou a gritar também e agarrou Katie pelos tornozelos, tentando puxá-la para o chão. Harry, Helena, Rony e Hermione correram para ajudar, mas, na hora em que a agarraram pelas pernas, a garota desabou em cima deles. Harry e Rony conseguiram apará-la, mas ela se contorcia de tal modo que mal conseguiam contê-la. Por isso, deitaram-na no chão onde ela ficou se debatendo e gritando, aparentemente incapaz de reconhecê-los. Helena se afastou horrorizada.

Harry olhou para os lados, a paisagem parecia deserta.

— Fiquem aí! Vou buscar ajuda!

— Não! Harry! — Helena o segurou e moveu sua cabeça para o caminho que levava ao Três Vassouras: Hagrid vinha.

𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇 𝐿𝐼𝐿𝑌 • HARRY POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora