80- O Presságio da Batalha

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Depois de abandonarem o dragão, ou o dragão os abandonar, Helena, Harry, Rony e Hermione viajaram para Hogsmead. Eles estavam sob a capa da invisibilidade do quando seus pés tocaram na estrada. Eles viram a rua principal de Hogsmeade, penosamente familiar: vitrines apagadas, os contornos escuros das montanhas além, a curva da estradinha que a ligava a Hogwarts à frente, e a luz das janelas do Três Vassouras.

Quando Helena olhou para os amigos e o marido sob a capa, a porta do Três Vassouras se escancarou e uma dúzia de Comensais da Morte, de capa e capuz, correu para a rua, empunhando varinhas. Harry segurou o pulso de Rony ao vê-lo erguer a varinha. Haviam bruxos demais para estuporar: até porque uma tentativa denunciaria sua posição. Um dos Comensais da Morte acenou com a varinha e o grito parou, ainda ecoando nas montanhas distantes. Helena e Hermione se entreolharam e lentamente tiraram as varinhas do casaco.

Accio capa! — rugiu o Comensal.

Harry segurou-a pelas dobras, mas a capa não tentou lhe escapar: o Feitiço Convocatório não a afetara.

— Então, não está embaixo do seu xale, Potter? —
berrou o Comensal da Morte que tentara o feitiço, e voltando-se para os companheiros: — Espalhem-se. Ele está aqui.

Seis dos Comensais saíram em sua direção: Lena, Harry, Rony e Mione recuaram o mais rápido possível para a rua lateral mais próxima, e, por um triz, não foram pegos. Os garotos aguardaram no escuro, escutando gente correndo para cima e para baixo, os feixes de luz das varinhas dos bruxos varrendo a rua à sua procura.

— Vamos embora! — cochichou Hermione. — Desaparatar agora!

— Grande ideia. — disse Rony, mas, antes que Harry pudesse responder, um Comensal gritou:

Sabemos que você está aqui, Potter, e não tem como escapar! Nós o encontraremos!

— É melhor desaparatar, Harry! — sussurrou Helena.

Enquanto ela pronunciava essas palavras, ele sentiu um frio anormal baixando sobre a rua. A luz ambiente foi sugada até as estrelas, fazendo-as desaparecer. Na escuridão de breu, Harry sentiu Lena agarrar o seu braço e, juntos, eles rodopiaram.

O ar que precisavam para se mover parecia ter se solidificado: não poderiam desaparatar; os Comensais da Morte tinham lançado os seus feitiços, eficientemente. O frio começou a cortar cada vez mais fundo na pele de Harry. Ele, Helena, Rony e Hermione recuaram para a rua lateral, tateando o caminho ao longo da parede, procurando não fazer o menor ruído.

Do outro lado da esquina, deslizando silenciosamente, vinham dementadores, dez ou mais deles, com suas capas pretas e suas mãos feridas e podres visíveis porque seu negrume era mais denso do que o da rua. Poderiam sentir o medo por perto? Harry tinha certeza que sim: eles pareciam estar avançando mais depressa agora, inspirando daquele jeito arrastado e vibrante que ele detestava, saboreando o desespero no ar, fechando o cerco.

A mão de Helena agarrou a de Harry.

Ergueu a varinha: não iria, não queria, ganhar o beijo do dementador, quaisquer fossem as consequências. Foi em Helena que ele pensou ao sussurrar:

Expecto patronum!

O veado prateado e uma corsa prateada irromperam de suas varinhas e atacaram. Ele olhou assustado para o lado e viu Helena, com a varinha empunhada. Ela também havia reproduzido seu patrono.

Ela pensou nele para fazer o feitiço. Harry era sua memória feliz.

Os dementadores se dispersaram e ouviu-se um grito de triunfo em algum lugar fora de vista.

𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇 𝐿𝐼𝐿𝑌 • HARRY POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora