Capítulo 2

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Ele estava prestes a me beijar, mas parece que pensou melhor.
Que merda! Eu deixei um homem encostar em mim, que raiva por meu deslize e por incrível que pareça, estou com raiva por ele não ter me beijado. Não sei o real motivo mas dei um tapa no rosto dele.
Saí de seus braços musculosos e fui em direção à saída quando ele disse:
- Não quer saber sua nota na prova antes de fugir?
- Não estou fugindo. E como sabe minha nota?
- Liguei pro Thiago e ele me disse as nossas notas. Tirei 9.5, nada mal para quem não queria passar. Já o Felipe, 9. 8, ele pareceu satisfeito. E você, para variar, 10.
E foi aí, que pratiquei meu segundo hobby favorito, de novo.
- Meus... parabéns - eu disse entre lágrimas e sorrisos e então ele sorriu também. O sorriso de Felipe era encantador e o dele era simplesmente brincalhão. Ele me abraçou e me parabenizou.
Felipe chegou na hora e assobiou ao ver a cena. Saí de seu abraço e dei um soco na mandíbula de Felipe. Ele riu e me abraçou.

                            ☆☆☆

Recebi alta às 6 da manhã. Me arrumei e os meninos decidiram ir á pé para "esticar as pernas".
Charlie deixou Felipe em casa e seguiu andando em direção à minha. Levantei uma sobrancelha e olhei pra ele.
- Quê? 
- É sério isso? Vai me levar em casa?
- Infrigi alguma lei?
- Sim!
- Me poupe. Não é nada demais. Aliás,  seu amigo me contou que nunca deu mole pra homem algum, apesar de muitos darem mole pra você.
- Me poupe você. Ninguém nunca olhou pra mim.
- Haha. Você é tão inteligente e fala isso. Você nunca percebeu?
- Se está falando do Felipe...
- Felipe? Felipe te ama de um jeito fraterno. Estou falando dos garotos da sua sala. Henry, JP, Stewart...
Na mesma hora, fiquei de frente a ele.
- O quê? Como sabe disso?
- Os caras chegam no intervalo e conversam, sabe? Contam as coisas.
- Felipe sabe disso?
- Sabe, mas teve medo de contar para você.
- Medo? Felipe? Eu... eu - minha visão embaçou de repente e balancei a cabeça. Ele me segurou mais forte do que há 24 horas e fiquei sem ar com nossa proximidade .
- Angie! Não brinca comigo!
- Estou... tonta... acho que minha pressão baixou.
Ele me pegou no colo e pus meu rosto contra seu peito maravilhosamente maravilhoso. Ele andava rápido, até mesmo comigo no colo. Uma campainha tocou. Era a minha.
- Bom dia Sr. E Sra. Miller, meu nome é Charlie Leroy...
- Bom dia, você estava com ela no hospital... entre. Ocorreu algo? - minha mãe disse interrompendo-o.
- No meio do caminho, a pressão dela abaixou e ficou tonta... Fiquei desesperado e...
Então não ouvi mais nada...

                          ☆☆☆

Eu devia parecer uma estúpida sendo carregada por Charlie.
-Anemia! - a voz que gritou era familiar... Felipe!
- Felipe.. Eu te odeio. - minha voz estava rouca mas potente o suficiente para amedontrar ele.
- Flor da Noite! Você está melhor?
Olhei ao redor e só vi meus pais e Felipe. Menos mal. Não quero vê-lo nem tão cedo.
- Estou pior!  FELIPE VOCÊ SABIA QUE O HENRY, JP E O STEWART GOSTAVAM DE MIM E NÃO ME DISSE?
Após a última palavra Charlie apareceu na porta.
Que vergonha! Quero cavar um buraco e me enfiar dentro!
Fingi que não me importava com ele ali e olhei para Felipe pensando em como matá-lo.
- Flor, eu te amo. E eu sabia que se te contasse ou você mataria os caras ou iria me ignorar por ter te contado sabendo que você odeia homens em geral.
Ele tinha razão, ele nunca tinha razão, mas agora tinha.
Todos estavam com os olhos arregalados até Charlie. Ignorei isso e respondi:
- Eu te amo também. Eu não sei o que faria mas provavelmente a primeira opção seria válida.
Ele riu e me beijou na testa.
- Docinho, vá tomar um banho. Precisa se alimentar... E seu paquera está aqui por você, aguardando você estar melhor. Estávamos todos preocupados né? - minha mãe disse e deu uma cotovelada de leve na barriga de Charlie, que enquanto minha mãe falava, ele estava com a sobrancelha levantada.
- Err... sim.
- Paquera? Sério?
Meus pais levaram Felipe e Charlie pra fora. Maldito seja o Charlie por estar aqui!

Amar intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora