Capítulo 9

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Charlie me viu e me abraçou.
- Vou embora, Charlie.
- Eu imagino o que possa ter acontecido. Eu vou contigo.
- Não. Aproveite a festa por mim.
Beijei ele e fui.

☆☆☆

- Oh, docinho. Vocês estão equivocados. Estressados ou algo do tipo.
Havia contado toda a verdade. Toda mesmo.
- Pai, caso ele ou o Charlie apareçam, diga que eu não consigo sair da cama.
Ele afirmou.

☆☆☆

A porta do meu quarto abriu numa violência, que pulei de susto. Meu sono foi profundo.
- Angie, por favor...
Interrompi:
- Saia! Saia! Vá embora! - gritei.
Meus pais subiram correndo.
- O que... - meu pai não terminou. - Oh, eu não.. er... - fiz com a cabeça "esquece".
- Angie, eu fui...
- Felipe, você me ouviu ontem?
- Ouvi e você está certa de tudo. Mas o que eu falei...
- Chega. Eu já ouvi. Eu ouvi o que você realmente pensava sobre mim.
Ele pulou na cama e eu me encolhi.
- Sai. Eu te peço em nome da nossa tal amizade.
- Angie... me perdoa.
- Saia.
Ele saiu.
Eu comecei a chorar.
Eu tremia.
- Mãe! Eu quero ir atrás dele e abraçá-lo.
- Vocês precisam se resolver.
- Eu não consigo. Eu não posso.

☆☆☆

Duas semanas se passaram.
Eu não tinha fome, nem sede muito menos vontade de sair. Eu havia emagrecido 10 kg.
A única coisa boa que houve, foi que teve uma comemoração aqui em casa e eu perdi minha virgindade. Foi magnífico. Ele me esperou e foi um amor comigo (literalmente).
Acordei um pouco mal.
Eu comecei a sentir enjoo.
- Mãe! Mãe! Mãe!
Ela subiu correndo.
- Docinho, que foi?
- Pega um balde. Necessito vomitar.
Ela pegou um balde e puxou uma cadeira e se sentou. Pôs o balde perto de mim e esperou. E ele veio.
Em excesso.
- Docinho, não quero ser indelicada, mas... sua menstruação...?
- Não, não, não, não. Eu não posso. Foi uma vez. E ambos estávamos protegidos. Ainda por cima, tomei a pílula.
- Vou à farmácia.
- Vou junto. Só me espera um pouco.
Vomitei mais um pouco e fui.

☆☆☆

Esperei o resultado.
Negativo. Suspirei de alívio. Minha mãe me abraçou.
Ouvi o farmacêutico dizer:
- Oi, Lipe. Serve dipirona em gotas?
Será que...
Olhei para minha mãe que sorriu.
Saí do banheiro e fui em direção à saída. Senti o enjoo de novo. Respirei fundo. E continuei.
Era ele. Coloquei a mão na boca.
O garoto lindo que conheci não existia mais.
Ele estava com olhos inchados e uns 15 kg a menos.
- Ele está péssimo. Docinho, vá. Seu coração implora por ele.
Era verdade. Eu sentia tanta falta dele. - Fe...lipe?
Ele olhou pra mim. Seus olhos encheram de lágrimas. E os meus também.
Eu saí correndo e abracei. Forte. Tão forte que seus ossos chegaram a estalar.
- Me perdoa. Me perdoa. - sussurrei em seu ouvido.
- Você é que deve me perdoar. Eu fui um idiota.
- Eu peguei pesado com você. Eu te amo, Lipe. Por quê você está tão magro.
- As últimas não têm sido nada fáceis. Posso ir pra sua casa?
- É claro.
- Eu te amo, Flor da Noite.
Sorri.
E gesticulei com a boca : Eu sei....

☆☆☆

Vomitei na volta para casa toda hora.
- Tem certeza que não está grávida?
- Fiz o teste na farmácia. Deu negativo. Me deitei e ele também. Eu ficava na ponta a expectativa de vomitar de novo.
- O filho não era meu.
Quase me engasguei com o vômito. Ele se levantou e sentou do meu lado e segurou meu cabelo.
- Como soube?
- 2 meses de gravidez. Só comecei a transar sem camisinha 2 semanas antes de saber. Ela me traía com Jack.
Me levantei. Ele me olhou.
- Vem ou não?
- Para?
Sorri.
Chegamos na casa dela rapidinho.
Ele foi me segurando por todo caminho.
Ela abriu e eu dei um tapa nela.
- Sua vagabunda! Como pôde?
- Eu... me desculpa. Foi um erro, eu sei.
- Eu só não te bato mais forte porque você tá grávida. Se. Afaste. De. Felipe.
Escutou?
- Me desculpa por tudo.
E fechou a porta.
Sorri torto para Felipe e vi tudo ficar preto.

☆☆☆

Parecia como o dia em que conheci Charlie. No hospital, cheia de aparelhos conectados a mim.
Só que não havia ninguém no quarto.
Uma enfermeira apareceu:
- Como está?
- Melhor agora. Não tem ninguém parente meu?
- Sim. Seus pais, seu namorado e seu amigo.
- E por que não estão aqui?
- Você está muito abatida. Está com uma aparência horrível. Eles não queriam sofrer. Você está com uma infecção estomacal bastante intensa.
Mas já estamos tratando de medicar para que amanhã a tarde tenha alta.
Quer que os chame aqui?
- Não. Não, eles querem me fazer sentir bem e sabem que eu odiaria isso. - Okay. Melhoras.
Ela se foi.
Eu poderia estar iniciando minha leitura de Harry Potter. Mas não.
Me levantei e fui em direção ao banheiro. Eu estava horrível.
Pior que a Bella em Amanhecer parte 1, na fase de gravidez.
- Bella em versão Angie. - disse.
Abri o armário e vi minha nécessaire.
E dei um jeito nessa versão macabra.

Olá, meus amores. Amanhã às 10 da manhã postarei os últimos capítulos dessa fanfic. Espero que curtam o final.
Los quiero ❤

Amar intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora