Capítulo 5

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A campainha tocou.
- Se for ele, mande subir. Se for ela, se virem.
- Mas ela é a namorada do Lipe. - mamãe disse
- E?
- Você é extremamente insensível.
- Charlie disse que sou extremamente incrível.
Ela saiu e foi atender a porta.
Ouvi subirem as escadas.
Toc toc.
Pulei da cama e fui em direção à porta. Era meu deus grego.
Dei um beijo nele.
- Entra.
- Yae. Como foi seus dias?
Ele se sentou na cama.
- Se num fosse por Felipe e a notícia do meu novo emprego seria tedioso.
Me sentei perto dele e falei :
- Tira o tênis. Mi casa és tu casa.
Ele tirou e continuamos a conversar.
Eu estava com um short preto e blusa branca regata que era extremamente seduzente. Amei essa palavra "extremamente ".
- Eu estava morrendo de saudades de você. - ele disse e começou a me beijar. Eu o fiz encostar na cabeceira e sentei em suas pernas.
Eu o beijava sem parar.
Tentei fazê-lo dar o passo adiante mas não consegui.
- Angie, eu não quero fazer isso agora. - disse entre meus beijos.
- Shiiiu.
- Angie, não. - ele era persistente e eu mais ainda.
Eu caí para trás e puxei ele comigo.
Mas ele rolou, sem fôlego nenhum. E eu muito menos.
- Angie, não é que eu não a queira, pelo contrário. Mas quero te respeitar até você tomar a decisão correta. E pensar bem antes, sabe.
Ele se virou e viu que minha reação não era a melhor.
Com um braço me envolveu e me puxou pra perto. Ele beijou minha têmpora.
- Yep. Se você prefere assim...
Ele pareceu ter ficado revoltado. Ele pôs seus dois braços perto do meu rosto e ficou por cima de mim.
- Angie, o que você disse?
Ele estava descontrolado.
- Eu disse que você prefere assim.
Ele tirou uma das mãos e passou por debaixo de mim e me levantou.
- Angie, você me deixa maluco.
Ele deu um beijo no meu pescoço e me soltou.
Gargalhei.
- Eu te quero muito. Mais do que imagina. - ele terminou. Calçou o tênis e levantou. - Felipe?
- Ele disse que chegaria um pouco atrasado por causa de Annie.
- Hm. - ele deu um beijo na minha bochecha. - Posso usar seu banheiro?
- Claro.
O clima ficou tão estranho entre nós. Mas ignorei isso. Não gosto de ficar estranha com ele. Eu sei que ele sentia algo por mim, algo que era forte.
- Meu amor, você sabe o quanto eu gosto de você?
Balancei a cabeça em negativa.
- Saiba que é imenso. Não há palavra que descreva essa imensidão. Só te peço para esperar um pouco mais. Eu acho que não estou pronto para... você sabe.
- Sei. Me desculpa por ser tão apressada. Eu devo esperar até nós dois estivermos prontos. Eu provavelmente iria amarelar na última hora se acontecesse hoje.
Ele correu em minha direção e me beijou.
A campainha tocou.
- Feli...- ele estava desesperado em me beijar. -... pe.
Ele parecia estar em outro mundo. Em um mundo que só havia nós dois, mas eu estava em terra firme e precisava tirá-lo desse mundo espetacular. E quem disse que eu conseguia? Eu entrei nesse mundo também. Sem eu dar conta estava deitada com ele por cima, eu o adorava.
Não sei se era certo usar a palavra amar por enquanto. Quero me deliciar desse momento de adaptação do ódio para gostar e adorar, quero saber até onde ele iria com seus sentimentos já que a pouco tempo atrás pensava que não podia acreditar em um "Eu te amo". Caso um dia nós terminarmos, é bem provável dele dizer essas mesma palavras que me disse.
Eu iria continuar ali, com meus pensamentos em outro mundo e com ele me beijando se Felipe não invadisse o quarto. Charlie saiu de cima de mim, todavia estava relutante em fazer isso.
- Boa noite, pombinhos. 19:23 não é hora ideal para fazer essas coisas.
- Cala boca, Felipe. - Eu disse, revirando os olhos. - Podemos jantar ou a sua namorada vai atrasar mais?
Ele começou a esfregar as mãos.
- Flor, nós estávamos matando a saudade, por isso demoramos. Entendeu?
- Que nojo. Não precisava me contar isso.
Charlie levantou e me deu a mão.
- Bom, vocês dois são como irmãos. Devem contar tudo um ao outro. - Charlie disse isso para me irritar ou algo assim.
- Só porque somos próximos não sou obrigada a falar como foi meu período menstrual.
Lipe completou:
- Até porque isso é nojento.
Assenti.

Amar intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora