Capítulo 7

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Todos estavam na areia observando o sol se pôr aos poucos. As crianças brincavam e os adultos papeavam.
Felipe avistou de longe nosso psicopata. Ele era bonito, porém psicopata. Eu ia reclamar de ter vindo, quando duas crianças sacudiram-me.
- Tia, tia! - era os filhos de 4 anos do Sr. e da Sra. Johnson. - Vem brincar com a gente.
Eu queria me divertir.
- É claro, meus amores. Quem vai com a gente?
- Eu posso ir também? - Lipe perguntou.
- Ebaaaa! Tá com você, tio. Pega-pega. Você foi o último a entrar.
Charlie estava com seus pais e seus irmãos. Meus pais estavam conversando com eles.
Começamos a correr e todos prestaram atenção em nós. Que vergonha, uma garota de 21 anos, brincando pega-pega. Alguns gritavam para seus filhos correrem.
Felipe me viu e veio para me pegar.
Driblei e comecei a correr. Mas de repente senti algo segurar meus braços. Era o psicopata anônimo.
- Você está linda, minha princesa.
Aquela voz me aterrorizava.
- Não me chame disso. - cerrei os dentes.
- Você não se cansa de ser linda?
- Me solta.
Ele me apertou com força que chegou a doer.
- Eu te amo.
O silêncio na praia foi de repente.
Ele me beijou. Me afastei e chutei sua parte íntima. Enfim ele me soltou e dei um tapa nele.
- Eu vou acionar a polícia, seu maluco! Felipe me alcançou.
- Posso te dizer uma coisa?
- Claro. Preciso tomar medidas contra ele.
- O Charlie estava quase morrendo ali.
Eu sorri.
- Ah Lipe, - suspirei - apesar de termos dado dois selinhos, sinto falta de beijá-lo. Como antes.
- Tia, a senhora ainda vai brincar?
Me agachei e toquei seu rosto :
- Só se chamar outras pessoas para pegarmos vocês.
Fiz cócegas nela.
- Um dia, quero ter filhos. Assim como a Addy.
- Para tudo! Você disse... filhos?
- Sim. Eu sei. Eu sei. Ele me mudou, Felipe.
- Flor, disso eu já sei há tempo. Ah, Good. - levantei uma sobrancelha - Ela tá chamando o Charlie. EBAA! E ANNIE TAMBÉM!
- Tá com o Tio Charlie.
Já estava escuro. E isso não é nada bom.
Ele veio em minha direção como um raio. Por fim, me alcançou. Ele agarrou minha cintura e me puxou.
Ele me virou e continuou a me segurar. Segurei seus braços musculosos para pegar impulso e me soltar.
Não deu certo.
- Angie, olha para mim.
Olhei.
- Posso te beijar?
Pisquei.
- Não. Não pode. Sabe por quê? Ainda não superei o que me disse.
- Gente, a Tia Flor está ocupada. Tá comigo! - ouvi Lipe gritar.
- Eu fiz aquilo para te afastar.
- Não me importo mais. Você fez.
Relaxei os braços na lateral do meu corpo.
Ele se agachou e pôs o joelho na areia. Então percebi o que ia fazer.
- Diante desse mar, diante dessas estrelas e diante dessas pessoas, você me perdoa?
- Charlie, levanta.
- Eu sofri por ter feito você chorar. Sofri mais por ter te deixado ir.
- Charlie... chega.
- Você me perdoa?
Eu já tinha perdoado ele. Ou não. Não sei. Mas para acabar com isso assenti com a cabeça. Eu comecei a sentir lágrimas escorrer pelo meu rosto.
Ele começou a gritar :
- Angie Miller, filha de Elizabeth e Erik Miller, - todos se concentraram em nós- você aceitar a namorar comigo, de novo?
Eu... acho que vou pirar.
- Aceita! Aceita! - gritaram.
Vi Carlos Eduardo se aproximar.
- Eu acho que ela já está em outra, babaca. - ele disse.
Balancei a cabeça em negativa.
Saí da frente de Charlie que virou a cabeça para me olhar.
- Entenda: E-U-N-Ã-O-T-E-A-M-O.
Ele pareceu entender dessa vez. É claro que ele não ia aceitar sem dar sua deixa.
Voltei para Charlie que estava sorrindo.
- Eu aceito, de novo. - berrei.
Ele colocou, de novo, o anel no dedo.
- Posso te dizer uma coisa, Charlie?
- Claro.
- Eu te amo.
Ele piscou.
- Repete - ele tomou meu rosto em suas mãos.
- Eu. Te. Amo.
Ele sorriu e me beijou.
Um beijo doce, quente, cálido, suave e de posse. Tudo isso ao mesmo tempo.
- Pode repetir por favor?
Ri.
- Eu te amooooo! - gritei.
Felipe me olhou e gritou :
- Aaaaah cacete! Ela falou!
Ri de novo.
- Debaixo disso tudo eu ainda sou a única que você ama. A única que você continua sonhando.
Eu o beijei.
- Angie, eu sou só seu.
- Eu sou só sua.
- Eu te desejo tanto, Angie. Não posso ficar longe de você.
- Dorme comigo essa noite?
- Você... quer... ?
- Não, apenas dormir mesmo. - ri nervosa - Você... pode esperar até voltarmos pra Manhattan?
- Posso esperar você ir do outro lado do mundo e voltar.
Eu o agarrei pelo pescoço e beijei. Beijei ousadamente.
- Eu... quero... você. - falei entre os beijos doces e suaves e os beijos de língua.

☆☆☆

Subi às escadas sem tirar minha boca da dele. A gola da camisa dele, magicamente, estava nas minhas mãos. Abri a porta e puxei ele para dentro. Ele fez questão de abrir a porta.
Ele lembrou de pegar uma roupa, mas trouxe a mochila e tudo.
Deitei na cama com ele aos beijos.
Eu percebi que ele queria mais que beijos de tirar fôlego mas ele se limitou.
Ele parou de me beijar. E ficou de joelhos.
- Angie, eu não posso seguir. Err... vou tomar um banho e já volto.
Me dei um breve beijo.
Separei minha roupa e peguei meu celular. Tinha uma mensagem recém enviada.
"Flor, use preservativos. Quando acontecer, olhe para ele. Não feche os olhos ou encare o teto. Encare apenas ele. "
Sorri.
E respondi :
"Eu pedi para ele esperar nós voltarmos para casa. E, pelo amor de Deus, que conselho deprimente esse.
Boa noite. Te amo "
Logo depois:
"Kkkkkkk. Boa noite, Flor. Eu te amo também. "
Ele saiu do banheiro. Estava de calça moletom preta e blusa branca.
Ele me beijou e sussurrou :
- Não demore.

☆☆☆

Demorei uns 7 minutos. Eu estava de short bem larguinho e leve vermelho e uma blusa de alça amarela. Prendi o cabelo em um coque largo. Passei um desodorante e um perfume e fui.
As luzes estavam apagadas. Creio que esteja dormindo.
Deitei devagarinho e me virei para parede.
Ele passou o braço em volta de mim e me puxou.
- Isso é um sonho? - sussurrou em meu ouvido.
- Não. - Me virei, ele estava com os olhos fechados, e sussurrei - Boa noite, meu amor.
E o beijei.
E caí no sono.

Amar intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora