Capítulo 8

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Eu acordo e não o vejo ali. Desejo que nada disso tenha sido um sonho.
Me levanto e vou em direção ao banheiro.
Escovo os dentes e vou tomar banho.
Penteio meu cabelo e me enrolo na toalha. Ao sair do banheiro, me deparo com meu deus grego sentado na cama.
Nem ouvi a portar abrir...
Corei. Estava apenas de toalha mostrando minhas pernas e um pouco das coxas.
- Bom dia, amor. - ele disse vindo na minha direção. Passou os braços em volta de mim e me puxou.
- Bom dia. - sorri. - Charlie... Eu estou sem nada por baixo.
Ele deu um sorriso malicioso.
- Estou doido para voltar para Manhattan.
Ri uma vez.
- Pode esperar eu me vestir para me beijar?
Assentiu.

☆☆☆

Estava frio. Coloquei uma calça legging de lã e uma blusa de manga.
Ele estava me esperando ansiosamente.
O café estava na cama.
Ele tirou a bandeja e pôs na mesa.
- Pensei que tudo era sonho. Acordei e não te vi aqui.
Me aproximei dele e beijei.
Derrubei-o e fiquei por cima.
Ele me queria intensamente, só pelo modo de me beijar. Eu também.
Ele havia sido um idiota, um safado, um perfeito gato mas eu queria todo pra mim.
A hora passava rapidamente.
Fui derrubada e a sessão de beijos recomeçou. O plano mudou: o beijo era da boca pro pescoço, do pescoço para a barriga, da barriga para a orelha, da orelha pra boca. E isso foi se repetindo várias e várias vezes.
Ele estava sensual. E eu nervosa.
Ele demorou um pouco mais no pescoço, me deixando quase louca. Peguei o lençol da cama e apertei com força.
Levei minha mão livre à sua cabeça. Ele estava beijando minha barriga há muito tempo, ele levantou os olhos sem tirar sua boca de mim.
Minha mão em sua cabeça fez uma pressão para que fique mais profundo. Depois de um tempo, ele voltou para boca.
- Charlie - gemi seu nome em sua boca.
Isso pareceu uma tesoura cortando sua linha de controle.
- Angie, você é incrível. Estou enlouquecendo só com isso.
Ri alto.
Derrubei ele pro lado e me deitei de bruços.
Pus meu braço em sua barriga maravilhosamente bem definida.
- Conto os dias para voltarmos para Manhattan. - ele disse.
- Já são quase 15 horas. Ficamos bastante tempo aqui. - sorri
- Angie, você sabe que sou...
- Magnífico? Uhum. - eu sabia do que se tratava: ele também era virgem.
Gargalhou.
- É sério. Só pra te relembrar.
Sorri e ficamos um tempinho ali. Deitados, agarrados, sem falar nada.
- Eu não posso aguentar mais uma noite... - será que era sobre nossa primeira vez? -... você é tentadora demais.
Levantei uma sobrancelha, confusa.
- Não vou dormir aqui hoje.
Suspirei de alívio.
- Você é a perfeição em pessoa.
Ele me beijou e saiu.
Caí na cama, alivida.
Liguei para Felipe. Não atendeu.
Estranhei.
Recebi uma mensagem:
" Flor da Noite, estou com a Annie, fazendo coisas inapropriadas. Love u"
" Nojento! Passe aqui quando acabar "

☆☆☆

Depois de 1 hora e meia, ele chegou.
- Boa noite, Flor da Noite. Aqui foi um lugar dos deuses?
- Eu não transei com ele se quer saber. Contei a ele, detalhadamente, sobre o que aconteceu. Ele ouvia atento a cada palavra minha. Arqueava as sobrancelhas quando cheguei na parte que dizia "ele me beijou do pescoço... ".
- Disseram que amanhã cedo arrumaremos nossas coisas e partiremos. Mas... você não vai logo se entregar porque vai parecer uma ninfomaníaca. Se valorize, ele é homem. Não se esqueça.
- Okay.
- Okay, Hazel Grace! Vamos dormir

☆☆☆

Gregory, colega de colegial, chamou todo o pessoal da Contabilidade para uma festa na piscina.
Vesti um vestido básico branco e um salto branco.
Felipe saiu entrando. Ele estava abalado.
- Oi Erik! Oi Eliza! - com uma animação pouco estranha. - Flor, pare de ser linda. Cacete!
- O que aconteceu? - perguntei séria.
Ele soltou um suspiro doloroso.
- Acho que a Annie está traindo o otário aqui.
Meus pais incrédulos falaram:
- Você viu, doce? -minha mãe perguntou.
- Não. Mas desconfio. Ela anda estranha e não quer nada comigo. - ele começou a chorar.
- Doce, não fique assim- papai falou. Parecia meio gay, eu sei. Felipe ficou com ciúmes pois me chamavam de docinho e ele só de Felipe ou Lipe. Então, ele os obrigou a chamá-lo desse jeito.
Ele chorava que não parava mais.
- Eu a amo muito. - fungou.
A raiva tomou conta de mim. Fui em direção a ele e dei-lhe um tapa forte. Eu comecei a chorar.
- Você nunca mais chore por nenhuma delas. Ela não te merece. Que merda! Já falei isso e repito. Se eu te ver chorando por ela, ainda por cima, eu vou te bater. Felipe, não brinque comigo.
Ele me abraçou. Eu retribui.
- Eu te amo, Flor.
Molhei um pouco sua camisa branca na parte do peito.
- Vamos?
- Okay, Hazel Grace. O para sempre é feito de agoras, certo?
- Certo...
Nós saímos após nos despedimos de meus pais.

☆☆☆

Charlie estava com ela, nos esperando. A raiva voltou a 466% e me soltei de Felipe e corri para ela. Todos pensando que era para Charlie que eu ia. Coloquei meu braço em sua garganta e falei :
- Conta a verdade. -Charlie me agarrou e tentou me tirar. Não foi possível - Você está traindo o Lipe?
- Naaaooo! Eu estou grávida dele!
Soltei-a na hora.
Felipe congelou e Charlie ne me afastou dela.
- Você... o quê? - Felipe tremia enquanto falava.
- Estou grávida! - ela sorriu. Ele a agarrou e se beijaram.
Ele ia ser pai. Ele ia ficar ocupado minando Annie e o bebê. Eu ia ficar para trás. Esse pensamento doeu.
Eu não queria ser egoísta. Eu adoraria vê-lo feliz. E se ser a segunda opção veria ele feliz, não importaria.
Eu seria titia. Amarei esse bebê como amo o pai.
O irmão dela a levou para a festa.
- Eu estou feliz por você, Lipe. - forcei um sorriso e o abracei. - Eu vou aproveitar a festa com o Charlie. Qualquer coisa... já sabe.
Dei-lhe um beijo no rosto e percebeu a mudança em mim.

☆☆☆

Estava todo mundo pulando. Uns caras chegaram por trás de Charlie e perguntaram algo para ele. Ele resmungou e por um momento achei que era assalto. Os caras pegou ele é jogaram na piscina.
Ele estendeu a mão e gritou :
- Amor, me ajuda?
Era meu momento Rosie Dunne. Ele era meu Alex.
Sorri e dei a mão a ele.
Como de esperar, ele me puxou.
Caí e ele me puxou para si. Eu estava prestes a beijar ele. Se num fosse por alguém me gritar.
- Angie! Angie! Angie Miller!
Era Felipe. Me desesperei. Saí na hora da piscina e ele foi me puxando pela mão.
Chegamos ao jardim.
- O que foi, Lipe? É algo com a Annie e o bebê?
Apesar de não gostar muito dela e da ideia dela ter um bebê, eu não podia maltratar ela.
- O que foi? É sério? Angie, você está bêbada?
Neguei.
Ele continuou.
- Cadê a garota que se resguardava? Que nenhum homem podia olhar para ela? Angie, você está virando uma garota sem qualidades maneiras. Você estava agarrando o Charlie na piscina! O que iam pensar sobre isso? Angie Miller virou uma vadia!
- Você tenha cuidado com suas palavras! Pelo menos não fui eu que saí transando sem camisinha. A ponto de ter alguma doença ou até mesmo resultando em um filho! Você nem pra me preparar que TALVEZ você seja pai. Por quê? Porque eu só sirvo pra bater na Annie. Para culpar ela de tudo. Ela tem parcela de culpa, mas você? Eu sempre considerei ela a vilã. Mas o vilão está bem na minha frente!
- O quê? Angie, você tá defendendo ela?
- Não. Nunca. Mas você foi egoísta em não me contar que estava fazendo sem camisinha. Você queria isso né?
- Isso é meu sonho!
- Felipe, você tem 22 anos! É cedo demais! Você a namora o quê? 2/3 meses? Você vai ter que trabalhar igual um condenado! Você viverá pra alimentar e dar tudo de melhor para ele. Você lembra quando você tinha 18 anos? Quando você transou pela primeira vez?
Ele assentiu com a cabeça.
Continuei :
- Você me disse o seguinte: "Flor, eu fiz isso pela primeira vez, e foi seguro. E só porque fiz sexo, não quer dizer que vou sair por aí, engravidando. Vou sempre usar preservativo. Não se preocupe."
- Angie... - levantei um dedo.
- A primeira coisa que você fez, foi isso. Engravidar a Annie. - Eu estava chorando. - Licença.
- Angie, só não vire qualquer uma. Não seja uma das que o Charlie namorou. Não vire o que ele te disse naquele dia.
Respirei fundo.
- Não deixe sua família. Só te peço isso.
Saí correndo.

Amar intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora