Capítulo 3

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EU ME ODEIO!
Estava gostando dele. E não era um gostar fraterno.
Peguei meu celular e era 10 horas da manhã. Liguei para Felipe, só ele podia me ajudar. Tocou duas vezes e ele atendeu.
- BOM DIA, FLOR DA NOITE!
- Ah não!
- Ah sim!
- Você fez sexo com ela?
- Uhum!
- Pra casa, agora!

Em 15 minutos, ele chegou.
Desci rapidamente e abri a porta.
- 15 minutos?
- Fui tomar banho.
- Sobe!

                        ☆☆☆

Contei a ele tudo o que aconteceu na noite passada. Até que ele estava nervoso na hora da dança.
O pior era que Felipe era um cara que tinha mestrado e pós-graduação para dar conselhos. No entanto, minha preocupação era que amanhã era a entrega da prova e do diploma. Tínhamos que ir igual se fosse formatura, e eu tinha que reencontrá-lo. Será que seria como se eu não existisse?
Escolhi um vestido tomara-que-caia vermelho com detalhes branco. Já tinha meu penteado em mente e um batom vermelho pronto. Era só esperar o dia seguinte.

                       ☆☆☆

- BOOOOOOOOM DIAAAA! - disse alguém me acordando e invadindo meu quarto. Olhei e era Felipe com um smoking plastificado e sapatos na mão.
- Vai se arrumar aqui?
- É claro! Além do mais, você necessita de ajuda!
- Necessito?
A hora voava, quando vimos, era 15 horas. Era para chegar lá às 17. Nossos pais iam se encontrar e juntariam as mesas.
Felipe era um gato, com smoking ficava um leão. Aplaudi de pé suas vestes.
Chegou minha vez. Prendi o cabelo em um coque e soltei uns fios na frente. Vesti a roupa e pus o salto. Escovei os dentes e passei a maquiagem. Saí do banheiro e Felipe caiu na cama.
- Casa comigo, Flor?
- É a terceira vez que me pede isso. Eu já disse que sim!
- Vou infartar.

                          ☆☆☆

Estava ansiosa para receber meu diploma. E para vê-lo. A hora de entregar os diplomas chegou. Meus joelhos tremeram, Felipe ia junto comigo porque ele tinha escrito nosso nome junto nos para chamar já que iria ser entregue em dupla. Felipe pegou minha mão e olhamos para trás e vimos nossos pais chorando e batendo palmas. Eu ia falar a ele que tudo passou tão rápido, a diretora anunciou dois nomes:
-Annie Trinket e Charlie Leroy!
Estávamos nos dois, sorrindo e gritando quando reparamos no mesmo momento que eles dois estavam de mãos entrelaçadas. Pareceu que o mundo de Felipe desabou. Eu queria subir lá e socar a cara dela, por mim e por Felipe. Na verdade, só por ele pois o meu relacionamento com Charlie só existia na minha mente. Logo depois, nosso nome foi chamado. A ideia de que ela escreveu o nome dela junto com o dele me dava raiva. Afastei esse pensamento logo ao subir no palco. Felipe começou a chorar quando a diretora disse a ele algumas palavras. E eu aplaudia e chorava também.
- Estou tão feliz por você, pequena. Boa sorte na vida! - disse a diretora.
A diretora Elly era tão próxima de mim que uma vez eu dei um soco numa garota por implicar comigo e Elly  suspendeu ela.
Ela me abraçou por uma última vez e fui correndo até os braços de Felipe.
- Vocês sempre foram tão fofos. Pena que nunca tentaram ser namoradas. - disse Elly.
- Nem agora nem nunca! -berrei rindo.

                       ☆☆☆

Fomos correndo pros nossos pais e estava tão feliz até ver duas sombras.
Era ele.
E ela.
Felipe fechou o sorriso e a mãe de Felipe, Lua Madd, e o pai, Luís Madd se entreolharam e depois para meus pais que com um olhar pareciam ter dito tudo. Eles se retiraram nos deixando sozinhos.
Fui em direção à ela, quando estava perto dela, Felipe me agarrou e sussurrou :
- Hoje não. Eu estou com raiva, mas deixe para outro dia. Só quero aproveitar o dia de hoje. - ele me soltou, vi seu mundo desmoronar, e foi em direção à pista.
Eu desrespeitei parte do que ele me pediu a 10 segundos atrás. Olhei pra ela e disse com raiva nos olhos:
- Você não o merece e cada vez mais prova isso. Se acha que estou errada, prove. Eu o amo mais do que qualquer garota existente no mundo... -ela deixou lágrimas cair e cheguei mais perto-... se você machucá-lo, eu irei te machucar.
Não me arrependi de nada do que disse. Fui atrás de Felipe e o vi enxugando as lágrimas ao me ver.
Eles vieram atrás de mim.
Eu virei e cerrei os dentes.
- Qual seu problema?
- Meu problema é com ele. Eu vou provar que o mereço e que o amo! Não mais que você, mas o suficiente para fazê-lo mais do que feliz.
Eu fiquei sem reação. Charlie, finalmente, veio a mim. Mas eu estava com raiva dele também. Dei uma espiada no casalzinho e ele a ouvia atento a cada palavra.
Tentei me esquivar dele mas, não deu certo.
- E o seu problema é comigo. Acertei?
- Me solta - disse cerrando os dentes.
- Você disse a mesma coisa há 6 semanas. Podemos conversar?
- Não! -Eu disse mas ele saiu me puxando. Passei por Felipe e pareciam estar se resolvendo. - O que quer de mim?
- Que você assuma o que sente por mim!
- Você quer... você enlouqueceu? - perguntei.
Ele segurou meus braços fortemente e chegou perto de mim.
- Diga. Apenas. A. Verdade.
Tentei me soltar, não deu certo. Então fui andando para trás e ele foi junto. Fui encostada na parede e ele me olhou nos olhos.
- Por favor, diga a verdade. - ele me implorava com os olhos.
- Eu... não sei se devo.
- Deve.
Eu não sabia o que fazer, então fiz o que queria desde o dia da praça.

Amar intensamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora