𝒆𝒑𝒊́𝒍𝒐𝒈𝒐

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Foram as três batidas na porta que deixaram Mildred intrigada na véspera de natal daquele ano

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Foram as três batidas na porta que deixaram Mildred intrigada na véspera de natal daquele ano.

O relógio pedestal antigo indicava que faltavam quinze minutos para a meia noite, o que era um horário estranho para se receber qualquer tipo de visita, principalmente aquelas que ela não detectou qualquer vestígio da aproximação antes de sua chegada. A aura não-humana cintilava inquieta na frente da pequena loja usando um sobretudo preto de veludo com um capuz denso que impossibilitava a visão de seu rosto. Aquele poderia muito bem ser confundida com a personificação da morte em uma visita amigável.

O sininho tocou quando a porta foi aberta e Mildred permitiu sua entrada sabendo dos perigos que estava prestes a correr ao fazer aquele convite, o espectro entrou trazendo consigo a brisa gelada e um pouco de neve que derretia conforme os saltos grossos ecoavam no assoalho de madeira, fazendo seu caminho até o balcão onde sentou-se.

A morte abaixou seu capuz permitindo uma cortina de cabelos negros cair sobre suas costas como véu e seu rosto ser iluminado pela luz das velas. Ao invés de traços cadavéricos, era uma das criaturas mais belas que a mulher já havia visto em sua vida - os traços juvenis poderiam enganar um tolo, mas os olhos de ametista eram sanguinários.

— Aqui fede. — Resmungou com a voz delicada carregada de arrogância.

— Os feitiços de proteção são para minha segurança. — Mildred respondeu com um sorriso.

— Se realmente quisesse estar segura, não teria me permitido entrar.

— Fiquei curiosa. — Admitiu com certa culpa.

Os olhos violetas se reviraram dramaticamente, tentando mascarar sua frustração com a situação que se encontrava, sentia-se enfraquecida ali.

— O que a trouxe à Haven Heights? — Indagou.

— Vim à sua procura, Mildred.

— Ah, por essa eu não esperava. — A mulher parecia animada com aquilo, abria portas para tantas oportunidades. — É sobre a poção do sol? Creio que não, certo? Várias outras conseguem reproduzi-la.

A vampira passou a língua pelos lábios, sentindo-se humilhada.

Se alguns anos antes alguém mencionasse que estaria buscando qualquer tipo de ajuda, principalmente pelas mãos de um humano, teria dado gargalhadas ao arrancar o coração com as mãos nuas. Patético, porém já era tarde demais para negar que havia sido seduzida pelas histórias que ouviu pelo mundo, das quais ninguém conseguiu provar sua veracidade e que ela estava decidida a descobrir por si só.

Uma cobra negra surgiu entre as mechas do cabelo da garota com a língua fina lambendo o ar próximo a bochecha de porcelana.

Os dedos longos de unhas compridas acariciaram a cabeça escamosa.

— O que você sabe sobre Selos de Sangue?

— O que você sabe sobre Selos de Sangue?

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𝑬𝒑𝒉𝒆𝒎𝒆𝒓𝒂𝒍 【Saga Anoitecer】Onde histórias criam vida. Descubra agora