28 --- Andrew

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Normalmente, eu não costumo perder o controle, mas quando se trata de Kíria é diferente, é complicado. Sabia que estava sendo um babaca com ela, mas o que posso fazer quando minha mente fica conturbada ao imagina-la com outro cara, gemendo seu nome? Eu fico puto e, definitivamente, perco o controle.

As coisas que sinto por ela --- eu já estive com várias outras mulheres, --- definitivamente, nenhuma me fez sentir o que ela me faz. E ontem, porra! Foi incrível senti-la. A sensação de ter meu dedo em sua boca, porra! Meu pau está latejando só de imaginar isso, porém, uma coisa me deixa confuso;

Kíria parece ingénua em todos os sentidos, a maneira tímida como beija, a retração que noto em seu comportamento quando estamos dando amassos, é como se fosse tudo pela primeira vez para ela, então não consigo entender muito bem o que significa tudo o que aquele cara disse.

Observei seu rosto moreno tranquilo, o cabelo castanho longo espalhado pelo travesseiro, enquanto seu peito subia e descia, a boca meio entreaberta. Não pude controlar minha mão --- é isso que ela faz comigo: perder o controle. --- Toquei seu rosto macio e um suspiro saiu da sua boca, enquanto dormia.

--- O que você está fazendo comigo, Kíria? --- sussurrei no seu ouvido.

Não demorou muito, ela abriiu os olhos castanhos e ficou me encarando com os olhos castanhos mais cálidos que já vi. Dei um beijo casto em seus lábios.

--- Bom dia --- falei.

--- Bom dia --- respondeu com um sorriso.

--- Você dormiu bem?

Ela olhou em volta. O quarto com móveis não tão contemporâneo, a cama de dossel e o sol fraquinho o adentrando.

--- Aham --- respondeu. --- De quem é essa casa?

Dei minha mão a ela para que saísse da cama. Suas pernas douradas apareceram assim que ela se desfez da coberta, exibindo apenas minha camisa branca que ela vestia.

--- Nossa --- senti um alívio ao utilizar esse pronome. Ela me olhou com o cenho franzido.

Nós entramos no banheiro e colocamos a pasta na escova de dentes de frente ao espelho.

--- Pessoas casadas compartilham tudo --- falei. --- Acostume-se.

Ela cuspiu a espuma na pia e enxaguou a boca e voltou o olhar para mim, através espelho. Todas as garotas que eu conheço ficariam felizes em estar no lugar dela, então por que não aceita que agora é tão rica quanto eu?

--- Andrew, eu não quero isso --- ela disse, depois que lavou o rosto. --- Quero conseguir minhas próprias coisas. Eu estou acostumada a isso.

--- Você pode fazer isso --- eu disse.

--- Mas, você não deixa. Você não quer que eu trabalhe.

Olhei para ela e suspirei, logo depois enxugando minhas mãos na toalha branca.

--- Kíria --- segurei seu rosto entre minhas mãos, fazendo-a olhar para mim. --- Eu posso dar tudo o que você quiser. Por que quer trabalhar?

Ela se afastou e suspirou.

--- Como assim por quê? --- questionou me encarando.

Passei por ela, pois não queria abordar esse assunto. Tirei meu celular da tomada e vi que tinha algumas mensagens. Eu não podia ficar muito tempo aqui, tinha uma reunião em quatro horas.

--- Andrew! --- chamou, como se estivesse irritada.

Eu estou com fome, não quero que falar sobre isso. Não sou machista, sei que mulheres, actualmente, podem fazer o que quiserem, mas por que razão ela trabalharia, uma vez que, tenho dinheiro suficiente para nós dois e quantas pessoas mais forem?

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