Que Deus Abençoe Kira

Memórias

Aviso: Esta fanfic originalmente começa quando L e Light estão presos juntos por uma algema por "precaução", e segue com a investigação do terceiro Kira com o detalhe de que o Light já tem suas memórias. Esse capítulo é só uma forma de te situar, queridos leitores, na história que eu criei na minha cabeça em 2017. Novamente aviso, não tenho plano ser fiel ao anime nem ao mangá, vou sim fazer umas loucuras para que tudo entre no caminho certo e me defendendo aqui de algumas irracionalidades ocasionais, o próprio autor meteu o louco no comecinho da história quando um dos melhores alunos do Japão não sabia ler inglês, só dizendo. Enfim, aproveitem, beijos d'Autora...

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   Light entrou em um dos quartos do prédio, a porta aberta pelo seu pai que o acompanhava a longo do caminho. No cômodo vazio e iluminado, esperava dobrado na cama um conjunto de roupa sua, o seu relógio e cinto em cima das roupas, as meias ao lado e um par de sapatos ao pé da cama, ouviu o ruído da voz de seu pai murmurar algo ao fundo antes de sair e fechar a porta, não tinha entendido uma palavra, cogitou ser mais um pedido de desculpas, ou um sussurro para que se vestisse e levasse o seu tempo, ou quem sabe algo como "L está te esperando", não soube decidir qual foi a frase dita, seu corpo se moveu mecanicamente até a cama com o som da porta se fechando, encarando a blusa de manga longa, o branco, a calça bege e cinto cinza e o cinza metálico do relógio. Não pensou antes de pegar a roupa, levou para o banheiro branco, deixou-os na pia larga, viu o seu reflexo no espelho, estava horrível, seu cabelo cobrindo seus olhos adornados pelo cansaço e sobriedade, passou os dedos no cabelo confortando sua palma na testa, o lugar do tiro. Se afastou, precisava de um banho. Acalmar sua mente e corpo.

   Do outro lado no box, preparada com água quente a banheira o esperava, colocou sua mão na água e retirou. Se despiu sem pressa, o tecido aos poucos abandonado sua pele, sua mente estava oca, se sentia robótico, não se lembrava da última vez que tinha sentido aquilo, o grande nada que navegava sua mente nublada. Colocou sua roupa suja em cima da máquina de lavar ao lado da pia, entrou mais uma vez no box, fechou a porta extensa, era quase como se estivesse em casa, quase. Ligou o chuveiro antes entrar na banheira, sentiu a água escorrer pelo seu corpo, fechou os olhos, ergueu sua cabeça em direção ao calor, passou as mãos pelo seu cabelo, não lavou nada, apenas espalhou água entre os seus fios, tirando do seu rosto o suor recente, do seu couro, dos seus dedos, sua mão, pescoço, ele se sentia pequeno e frágil dede o momento que saiu da sua cela, aproveitou do calor que caia e desligou o chuveiro. O frio tomou o seu corpo com o tempo, parado podia ver os pingos escorrendo do seu cabelo para o chão, estava traumatizado. Não importava o quanto tentasse esvaziar a sua mente, ainda surgia a imagem do seu pai atirando sem pensar duas vezes na sua cabeça, sua mente dava voltas naquela memória fresca, ainda cheia de detalhes que ele demoraria a esquecer. O frio fez os seus pelos levantarem, ele se convenceu, sua pele não reagia ao seu pavor, apenas o frio. Ficou em transe por alguns bons minutos, seu corpo gelava secando no ambiente, mais uma vez nublando sua mente com fumaça, ver o óbvio machucava, respirou fundo esperando que a tensão saísse do seu corpo, sua cabeça, as mãos fechadas com força, ele pensou se entraria na banheira, sabia que estava sendo esperado, sabia que precisava encarar L depois de tudo, tinha que olhar nos olhos de toda equipe depois da tentativa inusitada de L, ele se sentiu fraco, não podia pensar em olhar o detetive nos olhos, nem mesmo nos de seu pai. Todos sabiam, todos esperaram a sua chegada no saguão, vitorioso e livre de suspeita, aquele era o resultado dos seus esforços. Light estava convencido de que ficaria feliz de provar que não era Kira, mas o que tinha custado para chega até aquele estágio? Ele era quem perdia, não importava como observasse a situação, era desgastante como precisava se sacrificar sem parar só para que pudesse obter mais e mais provas de que L estava errado, nunca ia se satisfazer com sua impunidade, a inocência de Light estaria sempre em jogo. Era loucura, ele deveria odiar o detetive naquele ponto, mas queria ajudar, mais que tudo queria provar que estavam juntos, Light hesitou antes de colocar seu pé dentro da banheira agora um pouco mais morna, entrou sem demora na porcelana branca, sentou apoiando nas bordas submergindo mais do seu corpo seco, não foi relaxante, seus músculos ainda estava tão tensos quanto no momento em que entrou naquele lugar de novo.