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O vento soprava os fios loiros Misa, tokyo estava fria naquela noite de céu escuro, as estrelas escondidas pelas luzes e poluição da cidade. Na sua frente, seu amado discursava, seus olhos castanhos tão suaves quanto o toque quente nos seus ombros, as palavras saiam dos seus lábios doces como mel pedindo para que ela ficasse, grudando junto os pedaços partidos no seu peito, o rosto dele perto do dela, fios castanhos que iluminavam em contraste com seus fios loiros, tudo era tão destoante da realidade naquele momento, o vestido e arranjos brancos na sua cabeça, como se fosse uma noiva sem véu, as assas em suas costa estavam pesadas pela noite que passou com elas, o som da fonte d'água perto deles competia com a voz melodiosa de quem iria a deixar. Era fantasioso demais, meloso demais, era um sonho, perfeito ela sentiu, e os pedaços do seu peitos se juntaram com força para expulsarem as palavras doces de amor que eram proferidas, ele tinha chegado perto, mas ela não ligou de sair do seu personagem de uma vez só, virando o rosto do beijo que quase aconteceu.
—Aahn, diretor, eu não posso fazer isso, tenho namorado, podemos cortar as cenas de amor?— Perguntou em um folego só, para a produção cinematográfica do lado oposto a fonte.
—Como assim garota?!— perguntou irritado, o diretor dos atores com o microfone em mãos.
—Será que a gente não pode fingir um beijo?
—Se eu digo não, então é não, tá bom?— respondeu meiga e séria, como se falasse com uma criança, e ela achava que estava, afinal, não era o seu primeiro filme. Claro que, era de longe o seu papel mais importante até o momento, entretanto, trabalhar com aquele diretor que tinha se abandonado no ego, não era exatamente uma experiência nova, precisava bater o pé, levantar a voz e aturar a birra de homens adulto como ele. Já estavam nas cenas finais, ela tinha discutido bastante com a equipe sobre sua personagem, não precisavam fazer um beijo de verdade se ela sabia que os ângulos da cena e uma boa interpretação por parte dos atores e edição, talvez, até faria com que o filme parecesse ainda mais tocante no que era pra ser um momento tão emocionante. Infelizmente também sabia o que os diretores queriam dela, vender um filme em que o seu púbico pudesse se imaginar no galã da trama, beijando e tocando ela, se declarando em um momento como aquele e não tinha nada necessariamente estranho nisso, se não estivesse explícito no seu contrato que o comprometimento com o seu relacionamento pessoal e conservação da imagem pública a vedaria de fazer cenas explícitas de sexo, beijos e outras atividades que viessem a envolver toques que potencialmente a colocaria em situações comprometedoras com os sua agência, fãs, mídia, futuros produtores e claro, caso o ato em si incomodasse Misa. É, Misa sabia de décor cada linha do seu contrato, ele estava errado por não querer discutir a cena antes como ela pediu e agora estava fazendo birra, e a culpa cairia nela.
—Ah, dá um tempo! Você não pode vir com essa agora, tá.
Não era fácil de irritar Misa, na verdade, usava isso como forma de ser a melhor experiência possível para sua agência e patrocinadores. Não cresceu na indústria a mando das suas necessidades, nem nada do tipo, não, ela começou de baixo e aprendeu muito em pouco tempo e cedo demais, sua carreira era mais que diversa, tinha passado por todo tipo de olhares e conhecia cada um deles, como o olhar do roteirista calado, sentado no seu banco, olhos cansados, não queria que ela interpretasse, mas também não tinha muito para reclamar, Amane era uma idol famosa por um bom motivo, ela sabia o que as pessoas queriam dela e sabia usar isso ao seu favor, ela sabia jogar o jogo de todos em qualquer lugar que entrasse e isso exigia atuação, um tempo de estudos dramaturgos um pouco mais sérios e ela estava mais do que pronta para gravar um comercial, um videoclipe, se apresentar em palco, entrar no cinema, ou outros filmes que ele produzisse, sim, Misa conhecia bem o mundo em que estava, conhecia tão bem quanto o tom de voz pretencioso do seu diretor, que estava ciente dos papeis assinados para ter ela em seu filme, e mesmo assim insistia em tentar em todas as cenas tirar algo mais da menina cansada de carregar as malditas assas nas costas no frio com um ventilador enorme jogando ar na sua cara sem poder piscar direito por conta da lente e maquiagem, no entanto, ela sabia que se abrisse a menor brecha no seu contrato seria explorada e usada não só pelos diretores, mas pelo set todo, era assim que funcionava e se discutisse depois disso os tabloides e jornais não ajudariam o público a apoiar algum processo nem que fosse pequeno.
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Que Deus Abençoe Kira
FanfictionTudo começou com uma morte distante, depois aumentaram para duas, três, quatro mortes distintas que me levaram até você. Era um caso grande já no começo e eu te odiava, tinha nojo dos seus ideais, dos planos mesquinhos e infantis que te escondiam at...