Capítulo Nove

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HECTOR

— Você está sorrindo? — Raphael me encara como se tivesse nascido uma segunda cabeça em meu pescoço.

O sorriso em meus lábios se desfaz. Ajeito a gravata em meu pescoço, ao meu lado Raphael rir.

— Desde quando você rir? — insiste.

— Quando acho algo que me convém. — respondo. — Francesca está com ciúmes de mim. — comento. — É apenas engraçado a forma como seu corpo e seu rosto ficam quando ela tem esse sentimento, e eu meio que gosto. — Porra, por que estou contando isso a ele?

Estávamos indo em direção ao condomínio de prédios onde dois dos nossos testadores moram. Preciso que me digam quais os efeitos que ela proporciona e se está perfeita para o consumo.

É exatamente o que exijo da minha equipe de fabricação, perfeição. Sem efeitos colaterais.

— Phillipa encontrou algo? — pergunto me referindo as buscas por George.

Aquela erva doninha ainda está por aí e me causando problema, precisamos encontrá-lo para eliminar esse bastardo de vez.

— Nada que nos leve a Gregory. — responde.

Pela janela do carro observo o movimento do lado de fora, pensando em toda a merda que está acontecendo, no que tenho que fazer e em Francesca. Meu desejo por ela só vem se tornando mais forte, essa vontade sombria que tenho por ela e todas as coisas que desejo e não posso fazer porque preciso esperar o tempo dela.

Porra! Nunca precisei dessa merda, esperar por alguém. Todas as mulheres que fodi sabiam o que eu queria, meus gostos, nunca tive que me preocupar com isso e agora aqui estou eu, esperando, sendo cuidadoso.

Uma grande e fodida ironia.

O carro para em frente ao complexo de apartamentos, a porta ao meu lado se abre, saio do carro ajeitando o casaco do meu terno. O local não é decadente como muitos esperam que seja. Muito pelo contrário, proporciono o melhor para todos os meus funcionários. Quero lealdade e claro, ficar fora do radar dos Federais e por isso escolhi um bom local.

Ignoro todos ao meu redor indo direto ao apartamento onde marquei de encontrar com eles.

— Hector! Nosso grande homem. — Rolo os olhos para Ronny e seu exagero ao me ver.

Desvio meu olhar dele e olho para Jimmy, o idiota tem um sorrisinho nos lábios. Minha vontade é de arrancar esse sorriso do seu rosto deixando-o todo desconfigurado. Homem como os dois me irrita de uma forma que não consigo explicar. Dois fodidos drogados que se acham, como se eu precisasse deles.

— Não tenho tempo para a merda de vocês, vamos acabar logo com isso. — Ponho a mão no bolso do terno tirando um pequeno pacote de pó branco e no segundo bolso tiro uma seringa agulha. — Experimentem. — ordeno a eles.

— Que isso, sem conversa, só chega assim já dando ordens. — Jimmy desdenha.

Dos dois, ele é o que mais me estressa, esse ar de superioridade, a merda deles fedem mais que merda de vaca. Consigo entrar pessoas como eles em um piscar de olhas, não preciso deles. Porra, a tentação de atirar em suas testas é tão grande.

Saco minha arma coldre que fica em minha cintura e aponto para eles. Os dois erguem as mãos.

— Posso atirar em vocês, me livrar dos corpos e achar outros para substituí-los em segundos, o que acham? — Dou um sorrisinho.

PROTEGIDA PELA MÁFIA - Aos olhos da máfia - Os Callahan's - 4Onde histórias criam vida. Descubra agora