Pov Helena
- Então foi por isso que você estava tão grogue quando acordou.. Você sabe disso há quanto tempo? - Ela pergunta com uma expressão ainda surpresa.
- Soube hoje de manhã, há um ano atrás você me pediu uma explicação, sinto muito ter demorado tanto mas aqui está. Essa é a razão de eu não lembrar de ter vindo pra casa com ela, agora entende?
- Entendo mas e a mensagem que você me mandou, se é que foi você que mandou né, a essa altura eu não sei mais de nada. - Pelo seu tom de voz ela ainda estava processando os fatos.
- De qual mensagem você está falando? - Tenho quase certeza de que se alguém mandou mensagem pra Clara naquela noite, não tinha sido eu, não no estado em que me encontrava.
- Eu te procurei pelo salão todo quando você sumiu mas não me procupei porque pouco tempo depois recebi uma mensagem sua dizendo que tinha ido pra casa por ter se sentido mal.. Eu tenho até hoje aqui, deixa eu procurar. - Clara fala e nós duas pegamos o celular para procurar as ditas mensagens, demorou alguns minutos mas conseguimos achar, mas algo não batia, no telefone dela realmente tinha as mensagens mas no meu não, é como se Paula tivesse mandado mas apagado do meu celular depois que Clara respondeu. Tanto eu como ela estávamos surpresas, era como se todas as peças de um quebra - cabeça estivessem se encaixado.
Eu sabia que Paula era possessiva enquanto nós namorávamos mas não pensava que iria chegar nesse ponto, cometer um crime só para me separar de Clara era demais, ela simplesmente não aceitou ver que sou feliz sem ela, que segui a vida e me casei com alguém que amo e que me ama de volta, embora estivéssemos separadas agora.Volto para a realidade quando escuto Clara chamar meu nome.
- Helena, você decidiu o que vai fazer? Porque ter te dopado foi um crime, e se ela realmente tiver feito algo enquanto você estava desacordada?
- Eu não sei, eu não pensei nisso, na verdade eu só pensei em você o tempo todo. - Quando digo isso, ouvimos o barulho de chuva que por sinal não estava fraca.
- Bom, eu acho que você deve conversar com Benjamim antes, pra deixar ele a par dessa história mas qualquer decisão que você tomar terá meu apoio. - Ela abre um pequeno sorriso para mim e meu coração se aquece, fazia tempo que isso não acontecia. A chuva lá fora ficava cada vez mais intensa, dando até para ouvir o barulho dos trovões. - Meu Deus, como vou embora com essa chuva?!
- Não vá! Quer dizer.. não posso deixar você ir embora se está quase caindo o mundo lá fora e é perigoso dirigir nessa hora, quando a chuva passar vai estar mais tarde ainda. - Digo tentando não soar desesperada para que ela fique aqui.
- Tudo bem vai, se não tem outro jeito.. Me empresta uma roupa pra dormir? - Tento disfarçar meu sorriso e afirmo que sim com a cabeça. Nenhuma das duas ousa sair do lugar, meus olhos se prendem à sua beleza passando por todos os seus traços a admirando, ela percebe e desvia seu olhar do meu evitando contato visual comigo mas eu continuo me aproximando até diminuir seu espaço pessoal. Estou tão perto que dá para sentir o cheiro que emana de sua pele, não resisto e tento beijá - la mas ela se afasta rapidamente e levanta do sofá me deixando com a expressão frustrada.
- Helena, não, por favor! - Ela diz quando me levanto indo até ela.
- O que foi, não acredita em mim depois de tudo que eu te mostrei? - Naquela hora o desespero quase toma conta de mim, de Clara não ter acreditado em mim mesmo depois de ver com seus próprios olhos que sou inocente nessa história.
- É claro que acredito! Não vou ser injusta com você, foi tão vítima de tudo quanto eu.
- Então qual é o problema?
- A questão é que nós estamos separadas e não é há um dia Helena, já faz um ano..
- E daí, eu ainda quero você, assim como todo o tempo em que infelizmente estivemos separadas e eu sei que também me quer. - Me aproximo mais dela, percebo seu olhar alternar entre meus olhos e minha boca, eu estava certa.
- Eu acho que você é muito convencida, não tem como você saber isso. - Nossas respirações estão aceleradas e pelos primeiros botões da blusa social percebo seu peito subir e descer em um ritmo agitado.
- Você sabe que quer, não negue. Ao contrário não ficaria tão nervosa toda vez que me aproximo de você.- Ela umedece seus lábios com a língua e eu fico hipnotizada com aquele gesto.
- Por favor não faz isso comigo..
- Isso o quê, Clara? - Pergunto depois de roçar nossos narizes mas sei exatamente a resposta.
- Me seduzir, tentar me beijar. - Ela diz e eu sorrio de um jeito sínico antes de perguntar:
- E você está se sentindo seduzida por mim? - Antes dela responder colo meus lábios nos seus em um beijo agarrando sua cintura, ao invés de me afastar, Clara me puxa pela gola da camisa que eu usava nos deixando mais perto, intensifico nosso contato deixando minha língua participar do beijo e a apertando mais contra meu corpo, queria tocar - la, sentir - la em meus braços como antes, estava morrendo de saudades da minha mulher. Quando o ar nos falta, encerro o beijo com alguns selinhos e beijinhos no canto de sua boca, paro para olhar seu rosto atentamente vendo que borrei seu batom de cor clarinha e abro um sorriso satisfeito.
- Que saudades que eu estava de sentir o gosto do seu beijo.. - falo dando uma mordida em seu lábio inferior e sou surpreendida por Clara que inicia outro beijo ainda mais intenso que o outro, ela apertava meus ombros e suspirava na minha boca me enlouquecendo, ainda chovia forte lá fora e se eu tivesse sorte não pararia tão cedo. - Tão cheirosa, saudades de sentir esse cheiro, de tocar essa pele.. - Digo quando paro de beijar sua boca para passar somente a ponta de meu nariz pela curva entre seu pescoço e seu ombro.
- Helena, você.. ainda me ama? Ou está fazendo isso só para consertar algo? - Ela pergunta fazendo eu parar o que estava fazendo para olhar - la profundamente nos olhos.
- É claro que eu te amo, Clara! Nunca deixei de te amar, pensei em você todos esses dias, chorei por você em silêncio porque não te tinha mais perto de mim e o pior, pensava que era por culpa minha.
- Então me prova, faça amor comigo, me prove que ainda me ama como amo você. Me recompense o tempo perdido. - Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo mas minha resposta veio em mais um beijo caloroso.
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Quando a chuva passar - Clarena
RomanceHelena e Clara já passaram por todas as fases que um relacionamento deveria ter até chegar em um fim, amizade, namoro, casamento, até tiveram uma filha juntas que é o elo que ainda faz as duas terem contato. Mas o que terá acontecido para que um amo...