Passional?!

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Pov Narrador

Helena acordou super cedo no dia seguinte como já era de costume, ela olhou as horas no relógio que ficava ao móvel do lado da cama e constatou que eram seis da manhã, a luz solar entrava pela pequena fresta da cortina iluminando levemente o quarto. Antes de levantar de fato, a personal olhou para sua namorada que dormia lindamente ao seu lado, com uma feição tranquila e aquele biquinho já tão característico nos lábios, ela não resistiu e plantou um beijo terno ali, mas mesmo com a leveza de seu gesto a empresária despertou de seu sono, abrindo seus lindos olhos para contemplar a visão do tronco nu da personal em sua frente.

- Por que você sempre levanta tão cedo, hein? - Clara diz com a voz arrastada ainda por conta do sono.

- Acho que é costume, antes de dar minhas aulas eu costumo correr de manhã. - A mulher de cabelos curtos responde com um sorriso no rosto, achando graça de sua pergunta.

- Ah, eu me lembro muito bem de você querendo me arrastar pra essas suas corridas matinais mas eu nunca fui muito adepta desse hobby. - Ambas as mulheres riem com essa lembrança, de quando o relacionamento delas se encontravam em uma circunstância mais simples.

- Você tem alguma aula marcada nesse horário? - Clara pergunta enquanto se senta na cama, suas costas se encostam na cabeceira e seu corpo é coberto apenas pelo lençol que elas compartilharam durante a noite.

- Pior que não, hoje só tenho que estar na academia de tarde, você tem alguma coisa em mente? - Helena pergunta, não percebendo o cunho de duplo sentido que sua indagação possuía.

- Tenho sim, que você volte pra cama e fique comigo até dar a hora de eu ir trabalhar! - Clara fala brincalhona e já deixa vários beijos molhados pelo pescoço de sua amada, pronta para fazer a mulher amolecer com seus carinhos e convencer - la, e para a sua felicidade, a "técnica" funciona perfeitamente.

Elas engatam uma conversa trivial enquanto desfrutam da companhia uma da outra e Helena combinou de dar um treino para Clara na academia que ela trabalhava antes de irem buscar a filha juntas na escola. A química das duas mulheres eram quase palpável, não só na cama, mas no cotidiano, era muito fácil para ambas conversarem sobre qualquer assunto, a risada vinha fácil, a admiração que sentiam uma pela outra beirava a devoção. Mas um pouco longe dali, no apartamento de Benjamim a situação estava diferente, fazendo um contraste com a bolha de amor de Clara e Helena.

Depois de muito pensar, o advogado havia decidido conversar com sua irmã, com a intenção de tentar colocá - la a par de sua situação e de investigar as suas motivações para cometer um ato tão escrutínio. De início, ele tentou abordar o assunto com Paula da maneira mais imparcial possível, mas rapidamente tudo evoluiu para uma discussão acalorada.

- Benjamim como você quer que eu reaja, porque você tá deixando fazerem isso comigo? Elas nem tem provas contra mim!Ou você sabe de algo que eu não sei? - A mulher se via desesperada, tentando tirar informações do irmão sobre a denúncia contra ela.

- Eu não posso interferir na decisão da Helena. Paula pelo amor de Deus, o que você tinha na cabeça pra fazer o que você fez? Eu não te entendo, como que você trai a mulher que dizia amar e depois a quer de volta, você não podia só ter seguido a sua vida como já estava fazendo longe daqui, longe de problemas? - Benjamim falava enérgico, a veia de sua testa pulsava com sua exaltação perante o comportamento da irmã.

- Eu tenho os meus motivos Benjamim, você sabe muito bem a razão de eu ter voltado! Quando eu acabei os meus estudos fiquei desempregada, não tinha como eu me sustentar, tudo que eu fiz foi lutar pela minha mulher!

- A HELENA NÃO É SUA PAULA! Ela não é uma propriedade, pelo amor de Deus, você mecheu na estrutura de uma família toda pra satisfazer um capricho seu. Agora você vai lidar com as consequências, e eu só te disse porque me preocupo com você como irmão, mas não posso passar a mão na sua cabeça pois esse não foi um erro qualquer, você cometeu um crime. - Benjamim diz sentindo suas energias se esvairem a cada palavra dita, os dois ficam em silêncio por um tempo, a tensão pairando no ar, de fato Paula não tinha um argumento que fizesse sentido para explicar sua conduta. Ele sentou no sofá da sala de estar tentando se recompor para ir trabalhar e dirigiu seu olhar para Paula quando ouviu sua voz novamente.

- Eu prefiro assumir as consequências do que ver a Helena com aquela velha metida a dondoca, a Helena não é minha mas também não é dela, e que assim seja Benjamim. Eu não espero que você me entenda, mas tudo que eu fiz foi por amor. - Paula falava com determinação, um brilho diferente nos olhos que parecia beirar a loucura e Ben se assustou do mesmo modo que se compadeceu pelo seu coração confuso, ela era seu sangue, era impossível evitar esse sentimento, ela era sua caçula.

- Você tem uma visão muito deturpada de amor Paula, você tinha um futuro tão promissor pela frente, porque tomar esse rumo? A vida é feita de amores, eles vem e vão, o amor é a verdade do momento, você poderia ter feito outra escolha minha irmã.. mas o que está feito está feito, e você tem que se responsabilizar pela burrada que fez. A única coisa que eu peço é que fique longe de mais problemas, sua situação pode se complicar ainda mais. - Dito isso, foi encerrada a conversa mais do que exaustiva e depois de um pouco mais recomposto, Ben se prepara para ir ao escritório. Nesse momento ele precisava da companhia da única pessoa que era capaz de lhe confortar, sua Sol.

Oie! Dessa vez não demorei tanto né?! Estou tentando desenrolar essa trama meio dramática, confesso que não é fácil e por isso queria pedir a opinião de vocês, alguma crítica ou sugestão é só deixar nos comentários. Obrigada por lerem, até breve!
Quem quiser me seguir no tt é @httpsglegle, igual o bluesky.

Quando a chuva passar - Clarena Onde histórias criam vida. Descubra agora