Herdeiro das Trevas

Duelo

Eu acordei novamente antes de todos. Sentei na cama e fiquei observando o dormitório em silêncio um pouco até que percebi que na verdade não só a cama do Maximus estava vazia, mas a do Adonis também. Ontem eu tive um sonho estranho com ele e hoje ele acorda antes de todo mundo, ótimo. Fui ao banheiro antes que o caos se instaurasse e saí do quarto, pegando minhas cartas que acabei me esquecendo de ler ontem graças as idiotices dos meus amigos.

Assim que desci, dei de cara com Adonis subindo a escada para o dormitório. Ele me cumprimentou de forma rápida, e como eu ainda estava meio sonolento, não assimilei que era ele passando por mim já uniformizado. Esfreguei os olhos, peguei minhas cartas e sentei numa poltrona qualquer. Depois eu iria perguntar a ele o que estava acontecendo, por hora irei ler essas cartas.

Primeiro eu peguei a carta de Sophia. Sophia Dursley, minha prima trouxa. Nós acabamos criando um vínculo, pois todo Natal o meu pai nos obriga a ir até a casa do tio Dursley. Particularmente eu detesto o mundo trouxa, porém a Sophia fazia as visitas ao tio Duda ficarem menos insuportáveis.

"Olá Alvo, você já deve saber que eu estou morrendo de saudades e que a sua companhia está fazendo falta, e não só para mim, para o Scott também, ele disse que sente falta de alguém para afundar a cara na privada. Eu disse para ele que você tinha ido para um internato, mas enfim, vamos falar de coisas boas."

Scott era o irmão por parte de mãe da Sophia e ele vivia implicando não só conosco, mas com todos. O tio Dudley vivia chamando a atenção dele, mas não adiantava muita coisa.

"Eu ganhei minha boneca Barbie, e eu sei que você deve estar pensando o que que você tem a ver com isso já que odeia bonecas..."

Eu parei a leitura nessa parte, pois me lembrei do dia que eu comecei a odiar bonecas. Foi quando eu vi uma boneca Barbie toda descabelada e de apenas um olho. Eu morria de medo e provavelmente se bichos papões existirem, esse com certeza será o meu.

"Pois bem, essa Barbie é especial pois eu irei doá-la para aquela menina que nós adotamos como filha."

Eu ri lembrando da garota que nós na verdade não adotamos, a Sophia era louca, ela era apenas nossa amiga. Ela está com câncer e não tem amigos, então nós sempre visitamos ela de vez em quando no hospital.

"Ela vai ficar super feliz, então eu resolvi te avisar. Ah e também a nossa casa da árvore caiu."

- O quê, como? - Falei em voz alta, espantado.

"Foi muito estranho, hoje de manhã quando eu saí para passear pela floresta eu vi a casa caída, parecia até magia. Bem, é isso que eu tenho para falar, eu vou te atualizando das coisas todos os dias não se preocupe. Beijos da sua grande amiga do peito, Sophia!"

Fiquei triste porque a nossa casa da árvore caiu, mas pelo menos quando eu sair de férias nós podemos reconstruir tudo. Peguei a carta dos meus pai dessa vez.

"Alvo, está tudo bem com você? Sua chegada em Hogwarts foi agradável? Você conseguiu ir para Grifinória? Nós esperamos que você responda todas as nossas perguntas nos mandando uma carta. A sua irmã está morrendo de saudade de você, e não só ela, nós estamos loucos para saber algo de você, então nos responda assim que ler essa carta. Com amor seus pais e sua irmã."

Eu posso apostar que essa pressa de responder foi da minha mãe, ela que é assim com nós meninos. O meu pai sempre protege mais a Lillian e a minha mãe sempre protege mais James e eu. Além do mais, é muito estranho conversar por cartas visto que atualmente já criaram até um wizardgram, uma rede social do mundo bruxo. A tecnologia finalmente nos alcançou, mas não são todos os bruxos que tem acesso a ela e, além do mais, muitos a evitam para que torne ainda mais complicado se manter o sigilo entre humanos, embora garantam que a internet bruxa é extremamente segura. Enfim, de qualquer forma meus pais não usavam e também não deixavam a gente usar.