Retorno

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Levantei da cama e vi que todos estavam dormindo ainda. A verdade é que eu nem dormi, sabe aquelas noites de sono picadas? Você dorme uma hora da manhã, acorda uma e meia, dorme de novo e quando são duas horas da manhã está de pé novamente? Então, foi mais ou menos assim a minha noite. Eu não consegui pregar os olhos pensando no fato dos comensais estarem fugindo de Azkaban e se juntando com outros bruxos das trevas, provavelmente atrás do herdeiro, que no caso seria um amigo meu.

Fui caminhando silenciosamente até a porta e saí, quando cheguei a cozinha vi a minha vó preparando o café para todos.

- Alvo, querido. Por quê está de pé tão cedo? - Ela disse com uma expressão surpresa no rosto. - Você ainda tinha algumas horas de sono. - Ela encheu um copo com leite e me deu.

- Eu não consegui pregar os olhos, vó. - Eu disse dando uma longa golada.

- Deve estar animado para voltar à escola né? - Antes fosse isso, mas assenti concordando. Melhor deixar ela acreditar que esse era o motivo do que dizer que temos uma Riddle na escola e um Gaunt n'A Toca, e que eu ouvi as conversas dos meus pais escondido. Eu comi uma panqueca especial da minha vó e quando eu terminei, meu pai apareceu com o rosto todo amassado, com certeza acabou de acordar.

Ele veio cambaleando como se estivesse bêbado, mas era só sono mesmo, eu espero.

- Bom dia. - Ele disse com a voz rouca.

- Bom dia Harry, parece que dormiu mal também. - Disse minha vó jogando o prato na pia, o prato se encontrou com a esponja que começou a esfregá-lo sozinho.

- Eu dormi mal sim, problemas no ministério. - Ele disse sentando a mesa e esfregando as têmporas. Ele ergueu os olhos para a minha direção e pareceu surpreso. - Alvo! O que faz acordado a essa hora?

- Eu perdi o sono. - Eu disse bebendo o restante do leite.

- É a ansiedade de voltar para Hogwarts. - Ele disse sorrindo de forma cansada, meu pai não estava bem.

- Foi isso que eu disse. - Disse vovó Mols olhando algo pela janela. - Eu vou lá fora falar com o Arthur e já volto. - Ela saiu com uma expressão de raiva e bateu a porta com tanta força que A Toca toda deve ter tremido.

- Alvo, vem comigo. - O meu pai levantou e foi até a sala, eu o segui. Nós paramos perto da lareira e o meu pai tirou um embrulho de cima dela e me entregou. - Seu presente de Natal. - Eu apalpei o embrulho e era algo mole, era de tecido, deve ser roupa com certeza. Eu desembrulhei o presente e era uma capa, parecia bem velha e tinha cheiro de mofo, que belo presente de Natal...

- Nossa pai... obrigado. - Eu disse sem graça, não queria dizer ao meu pai que não havia gostado do seu presente, mas também não estava satisfeito com o que acabara de ganhar.

- Use-a. - Ele disse olhando a capa com um certo brilho nos olhos. Eu não queria usar ela, mas não queria deixar o meu pai chateado, o que custa colocá-la só por um minutinho, não é mesmo? O problema vai ser se o Edward me ver usando isso.

Coloquei a capa e de repente o meu corpo sumiu, eu apenas via o meu pé descalço no chão, mas o resto do meu corpo havia desaparecido.

- O que é isso? - Eu perguntei tirando a capa. Assim que a tirei o meu corpo voltou a aparecer normalmente.

- É uma capa da invisibilidade, e eu quero que você me prometa que quando estiver em perigo vai usá-la para se esconder e se manter em segurança. - Ele disse segurando o meu ombro enquanto eu via minhas mãos desaparecendo por causa da capa.

- Sim, mas por que eu estaria em perigo? Eu vou para Hogwarts, lá é seguro. - Eu disse a fim de fazer o meu pai dizer algo a mais, espero que isso que ele esteja me falando não tenha a ver com a conversa que eu ouvi ontem.

Herdeiro das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora