16. inquisitor

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INACREDITAVELMENTE, MINHA VIDA estava... tranquila. Quer dizer, com Valentim nas mãos da Clave, eu não tinha mais que ficar me preocupando com muita coisa. Eu apenas esperava que, agora, a diretoria fizesse seu trabalho corretamente.

Aquele garoto, Sebastian, também já não me irritava mais, já que eu não o via por grande parte do meu dia. Minha avó parecia querer me atualizar de tudo sobre a Clave, o tempo todo, e isso mal me dava tempo para pensar em algo mais.

Jace mal ficava no Instituto, tentando de qualquer forma não trombar com Clary. Eu ainda não estava conversando com Isabelle, e Alec estava fazendo um ótimo papel de "telefone sem fio", sempre repassando informações de uma para a outra.

Eu ainda sentia nojo de lembrar da cena de Isabelle deitada nos braços de Raphael.

- Não é, Melissa?

A voz da Inquisidora, minha avó, me trazia à realidade novamente.

- Hm? - eu murmurava, sem perceber. Imogen sorria à minha frente, enquanto servia um pouco mais de chá para nós duas. - Me desculpa, vó. Eu não estou acostumada com tanta calma.

Aquilo pareceu se divertir mais ainda. Ela  envolveu minha mão que estava apoiada na mesa com a dela, fazendo um carinho reconfortante ali.

- A vida foi dura com vocês, não foi? - minha avó perguntava, e eu, simplesmente assenti, pois havia sido mesmo. - Sinto muito. Vocês deveriam estar acostumados com a paz.

Antes que eu pudesse respondê-la que calmaria nunca combinou muito comigo e com meu irmão, um Caçador nos interrompeu. Ele não me era estranho, mas também não era importante a ponto de eu saber quem era.

- Melissa... - ele me cumprimentou a cabeça. - Inquisidora, com licença. Acabamos de receber uma denúncia. Aparentemente, um Caçador foi atacado por um lobo e deixado esfolado em um beco no centro. Estamos aguardando o reconhecimento para confirmarmos a identidade.

Inclinei minha cabeça para minha avó e a dei um sorriso, como quem a pedisse permissão. E, o melhor, ela entendeu o sinal.

- Vá e me mantenha atualizada. - ela me respondeu somente.

Não pude evitar o sorriso no meu rosto enquanto levantava. Passei pela mesa e a dei um rápido abraço, sem ela nem mesmo levantar.

- Obrigada! - eu a agradeci pela trégua.

Por mais que eu amasse, finalmente, ter alguém da minha família de sangue que não fosse Jace, ela conseguia me sufocar com toda aquela formalidade. Eu já estava até mesmo master em saber qual talher usar nas refeições.

E, o pior? Eu não dava a mínima ideia para isso. Apenas aprendia para passar um tempo com ela e a conversar de outros assuntos que não fossem Clave, Valentim e meus... pais 

Ainda era estranho finalmente conseguir falar isso sem medo de que possa não ser verdade.

Caminhei lado a lado com o Caçador, que estava calado esse tempo todo. Fazia uma anotação mental de perguntar a Alec se eu já fiz algo para o rapaz, que sequer conseguia olhar nos meus olhos.

Assim que as portas que nos levam à Central se abriram, havia uma movimentação fora do comum no local. O alarme de emergência ressoava no local, assim como as luzes vermelhas piscavam sem parar.

- O que houve? - perguntei à Jace assim que o vi.

- Caçador abatido. Milo Keytower. - ele me respondeu.

No mesmo momento, outros Caçadores passaram com o corpo em uma maca hospitalar, com um saco cobrindo o mesmo. Tirei o suficiente somente para ter noção do estrago.

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⏰ Última atualização: Mar 09 ⏰

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