12. raphael

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Os gritos de Valentim ecoavam mais uma vez pela cela. Ninguém, nem mesmo seus guardas, pareciam se importar com aquele barulho. Na realidade, já estavam se acostumando á ouvi-los. 

A Inquisidora passava sua estela mais uma vez em cima da runa de tortura no braço de Valentim, e, mais um vez, ele gritava. As lágrimas que desciam no canto de seus olhos se misturavam com o sangue de seus machucados. 

- Você! - ele disse tentando se soltar da cadeira de força. 

- Posso continuar, - ela falou. - ou você poderia me falar aonde o Cálice está. 

Ele deu uma risadinha. 

- E qual seria a graça disso? 

- Sabe de uma coisa? - ela perguntava á ele e começava a rodear sua cadeira. - Toda essa sua missão de juntar os Instrumentos Mortais e invocar o anjo Raziel, foi tolice. 

- Um tolo não precisa de tanta atenção, uh? - ele perguntava cinicamente. 

- Ninguém nunca viu o Espelho Mortal. Não temos nem certeza de que ele exista... - ela continuava. 

- A Clave não sabe de muitas coisas. - ele abria um sorriso de lado e olhava para mim. - Não é mesmo, Melissa? 

Quando eu abri a boca para dar uma resposta á ele, Imogen me interrompeu. 

- Não ouse em se dirigir a palavra á ela, Valentim. - ela chegava mais perto dele. - Ela não é mais a menina que você conheceu e, se quiser evitar uma execução, a única escolha que você tem é nos entregar o Cálice. 

- Na verdade, é o contrário. - ele falava rindo. - Saber onde o Cálice Mortal está, é a única coisa que me mantem vivo. 

Franzi o cenho. 

Há dois minutos atrás ele tinha jurado que não sabia onde o Cálice estava. 

- Valentim, você e eu sabemos que o que o Cálice é capaz de fazer. Nas mãos erradas, seria catastrófico. - minha avó tentava o convencer mais uma vez. 

- Nas suas mãos, eu sou um homem morto. - ele rebatia cerrando os punhos. 

Ela dava um longo suspiro e arrumava sua postura.

- Dezenove caçadores morreram no seu ataque ao Instituto, - ela vinha para o meu lado. - Mais centenas de submundanos que massacrou com a Espada-Alma. - Imogen me entregava sua estela. Eu sabia exatamente o que fazer. - Justiça será feita. 

Assim que ela terminou de falar,  sem desviar meu olhar com o dele, a passei em sua runa recém feita. Valentim jogou sua cabeça para trás e começou a gritar novamente, lágrimas continuando a escorrer pelos seus olhos e as veias de seu pescoço aparecendo. 

Ele estava parecendo comigo quando eu era torturada por ele. 

Sem falar nada, Imogen se virou e saiu da sala. Segui seus passos, não iria conseguir ficar naquela sala por mais alguns minutos e deixar Valentim vivo. Quando nos viramos para ir em direção ao elevador, Clary e Jace estavam lá. 

Provavelmente haviam visto a tortura. 

- Por quanto tempo pode continuar o torturando? - Clary nos perguntava assim que chegávamos perto. Instantaneamente, revirei meus olhos. 

- Pelo tempo que for preciso. - Imogen a respondia com o tom frio. 

- Se quer a verdade, é só usar a Espada-Alma... - Jace murmurava. Arqueei a sobrancelha para ele e ele fez uma feição desentendida. 

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