Segui até ele, que me observava com aqueles olhos azuis fortes e mortais. Sua expressão não era nada boa, com certeza o fiz esperar por um longo tempo. Ele passou sua mão esquerda sobre o cabelo que estava penteado perfeitamente para trás e ajeitou sua camisa de marca antes de começar a falar, até ter certeza que já tinha me aproximado o bastante para ouvi-lo.
_Por que demorou tanto? - perguntou direto ao ponto, puxando uma de suas malas enquanto duas ainda continuava no chão
_Me desculpe, foi o transito - disse enquanto ele caminhava em direção a saída. continuei parado ali sem entender o porque dele ter deixado aquelas malas para trás até que ele se vira e me encara
_Vamos, acho que já esperei de mais - disse ele olhando para suas malas ao chão depois voltando seu olhar para mim, mandando o recado. Respirei fundo antes de responde-lo e afirmei com a cabeça
Estava fazendo aquilo pelo meu pai, que se ofereceu em hospedar aquela pessoas, se é que aquilo pode ser chamado pessoa, estava mais para um demônio vestido com grifes. Peguei suas malas do chão que não era nada pequena e nem um pouco leves, e a carreguei. Me arrependi profundamente de ter recusado a ajuda de Edu a vir comigo, aquelas duas malas estavam um chumbo e com certeza minha coluna reclamaria disso na forma de dor. Fui caminhando até a saída, enquanto ele mantinha uma distancia razoável na frente. No meio do caminho, comecei a sentir uma grande dor em meu peito, e só foi piorando ao decorrer da caminhada, como se estivessem enfiando uma faca em meus pulmões, aquela dor era a mesma que me atormentava todas as noites e aquilo continuou constantemente até que resolvo parar e coloca as malas no chão, já do lado de fora. Logo depois veia a súbita faltar de ar, que me pegou de surpresa. Apoiei minha mão direita na grande porta de vidro e com a esquerda comecei a pressionar meu peito, a falta de ar estava cada vez pior, então fui obrigado a puxa-lo na tentativa de respirar, em seguida veio a tosse, mas dessa vez ela veio diferente. Quando abri meus olhos o chão estava respingado de sangue que gotejava do meu nariz, minha mão que tampava minha boca, escorria uma secreção vermelha, provavelmente também era sangue. Por sorte aquilo foi parando, mas tinha durado tempo suficiente para chamar atenção de algumas pessoas e curiosos. Me assustei com aquele monte de gente em volta de mim e a mão de Vinicius segurando meu ombro, que me olhava assutado
_Você esta bem? - perguntou enquanto seus olhos azuis mostrava sinais de preocupação
_Sim..Sim - falei ficando ereto, enquanto algumas pessoas continuavam ali. Um home de aproximadamente sessenta anos, vestindo socialmente de branco e uma gravata da mesma cor, se aproximou e me entregou um lenço
_Você esta bem meu jovem? - perguntou apos me ver pegar o lenço que estava em sua mão e limpar meu rosto, provavelmente sujo
_Estou sim, isso já aconteceu antes - Exitei antes de falar e logo esbocei um pequeno sorriso
_Tem certeza? - tornou pergunta, parecia não acreditar muito
_Sim, obrigado - falei levantando minha mão para entrega-lhe o lenço, mas ao vê-lo todo sujo de sangue o recuei. Ele apenas deu um pequeno sorriso
_Deixa eu te ajudar - disse, pegando as malas do chão. Iria recusar sua ajuda, ele já tinha uma certa idade e se pra mim as malas já estavam um chumbo, imagina para ele, mas ele já estava com elas nas mãos e parecia não fazer esforço algum. Vinicius estava logo a frente me esperando, então comecei a caminhar em direção ao carro, que estava pouco metros de distancia. Apertei o alarme e logo o carro destravou, o senhor que se ofereceu a me ajudar, parou colocando-as no chão
_Aqui está - disse ele - _Tem certeza que não preferi ir a um hospital? - perguntou
_Sim, sim - falei tentando mostra que estava realmente bem
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Nicotina (Romance gay)
RomancePLÁGIO É CRIME COM A FORÇA DA LEI N° . 9.610/98 Já se imaginou dependente químico alguma vez? E que tal descobrir que as pessoas no qual você mais ama e confia não são realmente quem diziam ser. Já imaginou ver sua vida desabar na sua frente enquant...